Pergunto: há mais gays padres do que gays de outras profissões?
- Vão para padres porque são gays? E se é isso, de que vão à procura? É porque lá há muito homem? Ou é para ver se a Igreja os cura?
- Ou tornam-se gays depois de serem padres? Em caso afirmativo, porquê? Porque andar de saias dá nisto?
Não sei. Pergunto.
Não me faz impressão que sejam gays nem que sejam padres. O que me faz impressão é que a conversa não bate certa com os actos. O que me faz ainda mais impressão, mas aí faz-me mesmo muita impressão, é quando, em vez de andarem a brincar uns com os outros, fazem pela calada e abusam de crianças ou deficientes.
O que me faz muita impressão é que escândalos destes parece que estão sempre a saltar (e não saltam mais porque são abafados - e é melhor eu não me alargar muito na conversa porque a língua portuguesa é traiçoeira e há muitas palavras com sentidos dúbios).
Estas últimas notícias sobre o ex-potencial candidato a Cardeal de Lisboa, que agora está no Vaticano, o D. Carlos Azevedo, deixam-me estupefacta.
(E veja-se bem para onde levam os que são suspeitos de práticas indevidas segundo os cânones da Igreja; e eu a pensar que para o Vaticano só ia a crème de la crème, o que de melhor a Igreja tinha; afinal parece que o Vaticano é uma casa de correcção; oh valham-me todos os santos!)
Mas ainda me deixa mais estupefacta as notícias que vieram à baila e que abaixo transcrevo: mas que bela moral tem aquela gente para pregar...? E repito: não é por serem homossexuais que isso cada um é como cada qual. É pela devassidão, pela desfaçatez, pela duplicidade, pela hipocrisia.
O texto, entregue ao pontífice em Dezembro do ano passado, foi elaborado por três cardeais de confiança do papa e continha investigações que iam além do caso envolvendo o seu mordomo. Eles interrogaram diversas pessoas dentro e fora da Cúria.
O conteúdo é sigiloso, mas, ainda conforme o jornal, especula-se que os religiosos não mediram palavras para revelar casos de mau uso de dinheiro, disputas de poder, relações homossexuais e até um plano para revelar a homossexualidade do editor de uma publicação católica, tudo isto dentro da Cúria.
De acordo com o jornal, o relatório será entregue ao próximo papa, alguém que deverá ser mais «jovem, forte e santo para dar conta do trabalho que o espera».
O jornal italiano remete ainda para um escândalo ocorrido em 2010, quando um assessor do papa Bento XVI foi afastado por causa de um escândalo sexual envolvendo prostituição que abalou o Vaticano.
Ângelo Balducci, um dos Cavalheiros de Sua Santidade, uma espécie de assistente de elite para o papa quando recebe visitas importantes, foi apanhado pela polícia a dar instruções a um interlocutor sobre detalhes físicos de homens que gostaria que fossem levados a ele.
Segundo a imprensa italiana, o interlocutor era Thomas Ehiem, 29, do famoso coral do Vaticano, que também foi afastado.
A polícia italiana havia colocado escutas no telefone de Balducci durante uma investigação de corrupção separada e não relacionada com o Vaticano.
Numa das transcrições que chegaram aos media, Ehiem descreve um homem como tendo «dois metros, 97 quilos, 33 anos e diz que é completamente activo». Noutra, Balducci pergunta a Ehiem se ele já «falou com o seminarista», ao que ele responde «ele provavelmente está na missa, ou algo assim».
Os encontros sexuais, segundo o La Repubblica, citando a investigação judicial, ocorriam numa vila fora de Roma, numa sauna, num centro estético, no próprio Vaticano e numa residência universitária.
Transcrevo do Expresso:
"Eu já tinha ouvido coisas, rumores. Já sabia que havia em relação ao D. Carlos alguns problemas complicados", revela o padre Carreira das Neves em declarações recolhidas pela SIC em reação ao caso de assédio sexual de que é acusado D. Carlos Azevedo, antigo bispo auxiliar de Lisboa, ontem noticiado pela revista Visão.
E mais não digo que isto até faz impressão.
*
Bom. Passemos agora para a paródia. Os filmes não estão legendados mas são divertidos.
Um caso real: um padre, numa sessão de esclarecimento, digamos assim, (e mais não digo para não estragar a graça), que teve que arrancar o computador a partir de uma pen e que, ooopssss...!, tinha hot stuff, pornografia gay, no computador. Saíu de fininho, claro, conforme se pode ouvir aqui abaixo.
E, a seguir, uma paródia, 'Gay priests'.
(A comedy take on John Stossel from 20/20 doing a piece on gay priests. Made by Eric Trainor and Eric Francque from Trainwreck Pictures)
{}{}{}
As fotografias foram obtidas na internet, através do google. Não conheço a fonte e presumo que aqueles amores sejam ficcionados mas também não sei se presumo bem ou mal.
{}{}{}
Abaixo, no post seguinte, poderão encontrar mais um desabafo meu - fico passada - depois de saber que a dívida pública, com a porcaria de medidas levadas a cabo pelo Governo de Passos Coelho, já vai nos 122%: um pavor.
Poderão também encontrar mais uma versão de Grândola, Vila Morena, agora creio que cantada por um Coro Feminino Esloveno. Igualmente emocionante e a não perder (digo eu).
{}{}{}
Hoje as minhas palavras no Ginjal e Lisboa, a love affair vestem a pele de luar e o que se passa naquela cama não posso dizer aqui, que isto é um blogue de família. Mas poderão saciar a vossa curiosidade indo até lá.
A música é improvável lá por aquelas bandas. Desta vez Yo-Yo Ma interpreta o Libertango de Piazzolla (e esta, hem...?)
{}{}{}
E, por hoje, nada mais. Apenas desejar-vos uma bela sexta feira. Estamos quase no fim de semana. O tempo passa a correr, é o que é.
LOL. Fartei-me de rir! Excelente, este e os anteriores. Não tenho comentado, porque tenho vindo aqui um bocadinho à pressa, e a UJM, já diz tudo e muito bem.
ResponderEliminarTBM
Até parece que o Vaticano recuou no tempo e voltou áqueles períodos onde inúmeros Papas, Cardeais, Bispos, prelados, monges, etc, se notabilizaram como homossexuais, como Julio II (o mesmo que recebeu a tal embaixada do nosso D.Manuel I), que se seguiu ao Borgia Alexandre VI (este tinha outras preferências, mulheres, a mais famosa delas Giulia Farnese, que serviu de modelo a Rafael, para a sua “Madona”, o que também é curioso) e tantos outros (Paulo VI à época chegou também, veladamente, a ser acusado de homessexualidade). Mas a Igreja teve outras “pérolas”, como Papas casados, pedófilos, incestuosos (Inocêncio X,o mesmo que Velasquez pintou, praticou “incesto” com a cunhada e teve uma relação especial com uma tal Olímpia, cuja influência na corte papal se assemelhava à da Madame Pompadour junto de Luís XV ), papas filhos de outros papas, até proxenetas, etc, etc, a lista é longa.
ResponderEliminarPor conseguinte a questão da homossexualidade no seio da Igreja não é novidade, apenas redundante.
Eu conheci em tempos um caso diferente, de um indivíduo que tinha sido padre, algures na Provincia e que se encantou com uma bonita jovem confessanda (de 16 anos na altura, ele uns 32) e se apaixonou por ela ao ponto de ambos acabarem por fugir para o estrangeiro e ali casarem, depois de ele ter renunciado ao sacerdócio. Quando os conheci, esse tempo já tinha passado e eram um casal feliz, com um filho e já tinham regressado a Portugal, onde acabaram bem acolhidos pelos familiares e amigos.
Enfim, coisas da Santa Madre Igreja. Francamente, não me tira o sono. Mas que abala o seu prestígio, lá isso abala. Mal por mal, preferia um escândalo com umas “pin-up girls”. Um Papa, ou um Cardeal, ou um Bispo, assim com umas tantas amantes era mais divertido e saboroso e até, quem sabe, poderia levar a Igreja a reconsiderar a sua posição no que respeita ao celibato (por exemplo, actriz sexy amante de cardeal e as fotos de ambos numa qualquer praia tropical, ela de monokini ele de bermudas). Vamos lá então ver de onde virá (de que nacionalidade) o senhor que se segue a Bento XVI.
P.Rufino
Em 1999 foi publicado o livro "Via col Vento in Vaticano" ("O Vaticano Contra Cristo", na tradução portuguesa) no qual se retrata a podridão da Cúria Romana e se desmascara a homossexualidade dentro do Vaticano. O Livro tem vários autores, embora só o Cardeal já retirado Luigi Marinelli (pensa-se que o autor "I Millenari" é um anagrama seu) tenha dado a cara pelo seu conteúdo, tendo sido chamado ao Vaticano por Ratzinger mas recusou-se a comparecer.
ResponderEliminarAbraço
Olá TBM! Que bom vê-la de novo!
ResponderEliminarFico contente de saber de si e mais ainda de saber que já a fiz rir. Ou melhor, acho que não fui eu, que foi toda esta absurda situação que até nos dá vontade de rir, não é?
Um abraço TBM!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarQue já me fez rir...! De facto um padre com uma pin-up tinha graça. Ou um padre franzino com uma matrona gorda, de tipo Bataclã, sentada ao colo. Ou um padre idoso com uma como aquelas da Casa dos Segredos. Mas imagine este D. carlos Azevedo a assediar, quiçá a correr pelos claustros atrás dos outros padres... Também devia ter a sua graça...
A gente ri-se mas isto, de facto, abala a credibilidade da Igreja.
Claro que a história da Igreja é uma história de histórias. De equívocos. De intrigas. De dramas. De falsidade.
E de outros momentos bons, claro.
Mas que agora está a viver um momento mau, com tanto escândalo a ser divulgado, lá isso está.
Mas vamos ver o senhor que se segue. A ver se não é uma mulher... qual Papisa Joana.
Um bom fim de semana, P. Rufino!
Olá Lino,
ResponderEliminarNão conheço. Vou ver se encontro pois deve ser interessante.
Homossexualidade há em todo o lado e não há mal nenhum nisso. O mal é quando isso é dissimulado, dando origem a duplicidades, mentiras, hipocrisias. E isso na Igreja que prega o contrário e que é moralista até onde não faz sentido, então, é até chocante.
Mas, enfim, os tempos parece não andarem para coisas normais. São aberrações, atrás de aberrações.
Um abraço!
O direito a assumir a orientação sexual para a qual o ser humano se sente inclinado deve ser inalienável, porque é um princípio básico de liberdade.
ResponderEliminarBasta de hipocrisias e embustes.
O que poderá ser desagradável é a vertente folclórica de alguns protagonistas.
Quando leio ou oiço certos marialvas que por aí "escrevinham ou parolam", lembro-me, por exemplo, de líder neonazi austríaco Jörg Haider, que se afirmava violentamente homofóbico e quando morreu soube-se que era gay.
Um abraço
Olá jrd,
ResponderEliminarConcordo completamente. Penso sempre que era o que me faltava se tivesse que me desculpar ou se tivesse que ocultar que sou heterossexual: não faria sentido porque não é minha opção. Sou heterossexual porque sou e ponto final.
O mesmo se passa coma homossexualidade. O rídiculo é o preconceito, a hipocrisia e a dissimulação.
E o absurdo maior é que a Igreja, que não aceita a homossexualidade nem a prática sexual entre os seus membros, esteja envolvida em escândalos desta natureza.
Quanto mais moralismos, maiores as transgressões.
Um abraço, jrd!
ResponderEliminarA situação é para rir se não fosse tão triste. Parece, que toda a gente que deveria ter responsabilidade, e para tal, estão nos cargos, aqui e em todo o mundo, é atrasada mental, corrupta, pedófila, abusa de drogas e de álcool,é simplesmente impreparada, estúpida e de baixo nível. E abusam dos demais. De quem trabalha, de quem não entrou nos corredores do poder, da maçonaria, da Opus Dei, de quem não tem cunhas, nem amigos mais poderosos que uma dia cobrarão, nem dinheiro,nem carisma ou beleza, que é a grande maioria da população. Se bem, que quando olho para o Relvas, para o Borges, para Durão Barroso, e passando a tipos como Catroga, Manso Neto, aqueles fulanos todos da REFER, do futebol, da Mota Engil, Mira Amaral largar cuspo sobre toda a gente que esteja até 2 metros deles, o carisma e a beleza, nada tiveram a ver...Foi a teia da maldade e do vício. E não minha cara, já cá ando há demasiado tempo, para achar graça a seja o que for. A si, acho-lhe uma graça, genuína. É a forma de pensar e dizer. Não é em vão achamos graça, e gostamos, tantas vezes, das mesmas coisas...Haja, qualidade e bom gosto. O resto, vamos levando.
TBM
Olá TBM,
ResponderEliminarComecei a ler o seu comentário e, sem ter visto quem era, pensei logo: Cá está a verve acutilante, divertida e cortante, da TBM. A palavra é uma arma e a sua é mesmo certeira.
Estava a ler e, sem dar por isso, a rir e o meu marido (que estava deitado no sofá a ver televisão) disse: lê lá em voz alta. E eu estive a ler e tentei acelerar a voz pois imagino que seria assim que o diria, empolgada e irritada, e ainda nos rimos os dois.
Um abraço TBM e a ver se no sábado a vejo para lhe dar um grande abraço!
Data Venia a todos os posts, mas não posso deixar de dar um pitaco... Sinceramente, não me causa estranheza alguma a situação da homossexualidade no seio da igreja católica romana... Aliás, sabemos todos e, não podemos deixar de lado que em todas as crenças religiosas há a mesma questão, a mesma situação... Em todas as profissões também a mesma situação se faz presente e, nem por isso as pessoas trazem à tona... Falar, abordar a questão apenas no catolicismo não seria uma espécie de "perseguição"? Por que não trazer à luz a problemática nos mais diversos segmentos da sociedade? Creio eu que não se trata de generalização, de ofensa, de apartheid, ou de qualquer outra cisma... Trata-se apenas de expor um ponto de vista, igual a uns e diferente de outros... Obrigado
ResponderEliminar