Ontem, quando aqui me despedi, escrevi que vos desejava uma terça feira cheia de boas notícias. Confesso-vos agora que o desejo era também para mim.
Hesitei em escrever isto que vão ler. Por vezes falo das minhas impressões, de pequenos episódios da minha vida mas não gosto especialmente de falar de aspectos muito pessoais relativos a mim própria.
Mas vou contar-vos.
O ano passado deveria ter feito os exames normais que uma mulher deve fazer regularmente, mamografia e ecografias mamária e pélvica. Mas antes do verão tive um problema que não tinha nada a ver com isso, um problema de cariz ortopédico, problema esse que veio a dar origem a uma dupla intervenção cirúrgica. Depois veio a recuperação que foi bem mais lenta do que eu supunha, depois a fisioterapia (que ainda faço) e, descuidada como sou, nem mais me lembrei dos tais exames. Farta de médicos, exames médicos, perdas de tempo em consultas e sei lá que mais, estava (e estou) eu.
No entanto, há pouco tempo, uma colega minha falou que ia fazer estes exames e eu recordei-me que já ia com um ano de atraso. E então lá marquei os exames.
Despreocupada, mera rotina, lá fui. No entanto, despreocupada é uma forma de expressão porque não gosto nada de fazer aquilo. Mas o que me preocupa são os exames em si e não tanto o medo dos resultados.
Fazer uma mamografia é uma coisa desagradável. Para quem não saiba, a mulher fica de trono nu, de pé, e aproxima-se de um aparelho que tem umas prensas. Então, à vez, a prensa aperta-nos cada seio, na horizontal e na vertical. Dói muito. É frio e aperta muito. A mim, aquilo custa-me bastante. Presumo que custe a todas as mulheres.
Quando aquilo acaba, já fico mais descontraída. A seguir é a vez da ecografia mamária que também é chata. Uma pessoa deita-se numa marquesa, também de trono nu, e o médico vai passando com uma peça sobre os nossos seios que são cobertos por um gel. Pomos os braços para cima, para que o peito seja vai facilmente examinado. É desagradável.
Tinha levado os exames anteriores, que estavam bem. Enquanto o médico fazia a ecografia, ia também olhando para as imagens de outros exames, naqueles suportes com luz por trás.
Depois começou a perguntar-me: 'Há casos de cancro na sua família?' e eu lá respondi. Depois quis saber qual a minha profissão e, quando eu lhe disse, comentou 'Ah, isso é uma profissão de stress, não é? Costuma andar com muito stress?'. Respondi que não sou uma pessoa stressada, que convivo bem com a pressão sem ficar enervada. E perguntei-lhe porque me estava ele a dizer isso. Explicou-me que o stress é uma das grandes causas facilitadoras do desenvolvimento de cancro. Comecei a perceber que alguma coisa não estava bem.
Ele ia passando com o aparelho, fixava a imagem no monitor, eu via que ele fazia medições, depois virava-se e via os outros exames. Media, voltava a examinar-me. Perguntei-lhe se estava a ver os exames anteriores. Disse-me que eram os anteriores e que era também já a mamografia que tinha acabado de fazer. Perguntei-lhe se se passava alguma coisa e, nessa altura, já eu me estava a sentir assustada. Com uma voz serena, um vago sorriso que tentava que fosse tranquilizador, disse-me que sim, que havia uma evolução que não devia haver, que estava a estranhar um nódulo. Eu referi que já há muito tempo que tinha um pequeno quisto e um pequeno fibroadenoma que estavam sempre iguais e que sempre me tinham dito que não tinham mal nenhum e que praticamente não há mulher nenhuma que os não tenham - e, ao dizer aquilo, senti que estava a querer convencê-lo, como se isso fizesse algum sentido. Ele disse que sim mas que um tinha uma forma irregular, era sólido, tinha aumentado de volume e que, na minha idade, não era suposto. E que ia pedir uma biópsia.
Fiquei quase sem palavras.
Ele perguntou-me quem era o meu médico e eu não fui capaz de me lembrar do nome. Estava assustada como não imaginam, a boca seca, sentia frio, nem sei.
Perguntei-lhe quando é que devia fazer a dita biopsia pois não estava a perceber se deveria marcar alguma consulta com o ginecologista ou o quê. Ele disse-me que, se estivesse tudo bem eu ia querer festejar, e se não estivesse, também quanto mais depressa o soubesse, melhor. E que portanto achava que não havia razão para esperar. E logo ali me prescreveu a dita biopsia.
Logo lá fui marcá-la e, por sorte, arranjaram uma vaga para a manhã, muito cedo, do dia seguinte.
Saí de lá assustada, com uma ansiedade em cima de mim que nem imaginam. Tinha ido no início da manhã e dali fui trabalhar. A meio do percurso, devia ir com tal carga de preocupação que não virei no sítio certo; andei um bocado perdida nem sei por onde. O que vale é que o carro tem GPS e lá me reorientei.
Claro que o meu marido e os meus filhos ficaram também apreensivos. Não contei aos meus pais para não os preocupar, razões de sobra para preocupações já eles têm.
Contei a um colega que olhou para mim com ar de caso e disse aquelas palavras de circunstância que tão bem conheço, 'Não há-de ser nada...' mas vi que saíu do meu gabinete com ar circunspecto. De resto, ninguém se apercebeu de nada.
O meu marido também me disse que achava que não haveria de ser nada porque eu não sou lá muito normal e que a bicheza não costuma entrar em seres assim um bocado malucos. Estava a querer animar-me.
No dia seguinte lá fui, cheia de medo. O meu marido quis ir comigo. Eu não queria que ele fosse. Prefiro andar nestas coisas sozinha, não gosto de dar trabalho, não gosto de alterar a vida dos outros. Além disso, o facto de ele estar ali evidenciava que havia coisa, que achava que era grave. Ele disse que não, que não achava nada disso mas que queria estar comigo. E foi bom pois eu não dava com o sítio e se andasse sozinha, a ver passar o tempo e sem dar com aquilo, mais enervada andaria. Também foi bom ter companhia enquanto não me chamaram e tê-lo à minha espera quando saí de lá, assustada e dorida.
Antes de entrar, eu estava assustada mas imaginava que aquilo seria tipo injecção mas ao contrário, que espetariam uma agulha e aspirariam qualquer coisa.
Mas não, é pior.
Lá me despi e lá me deitei na marquesa. Era uma médica e duas ajudantes, talvez enfermeiras, não sei. Nestas coisas aparento uma calma que espanta as pessoas. Mas não estava nada calma, estava cheia de medo. Só que não me dá para me queixar. Aliás, mal me dá para falar.
A médica falava comigo para me descontrair, que idade tinha eu, se tinha amamentado, que isso era bom, que idade tinham os filhos, onde trabalhava, etc. Eu respondia com um esforço terrível pois só me apetecia ficar em absoluto mutismo.
Depois veio a anestesia local. Injectou-me em vários sítios do seio, uma coisa muito desagradável. Eu suspirei e ela disse que eu guardasse os suspiros para o resto, que aquilo ainda era só a anestesia, que o pior ainda estava para vir. Brincava, um humor algo peculiar, mas eu tinha lá vontade de rir...
Depois, de facto, veio o pior. Uma espécie de seringa metálica, tudo metálico, o êmbolo, a agulha. Mas não era bem uma agulha, era mais um tubo metálico. Uma dor. Depois dizia, 'Não mexa, vai fazer barulho, não mexa'. E aquilo dava um safanão e um estalo metálico. Depois retirava. Escusava de me dizer para não me mexer porque eu estava transida, não me mexia nem falava.
Quando retirava o tubo, colocava o produto que tinha extraído num frasco com um líquido e as ajudantes carregavam com muita força com uma compressa e isso ainda doía mais. Ela dizia 'É o que custa mais, eu sei, mas tem que ser que é para evitar a hemorragia interior, senão não consigo ver o sítio onde quero espetar'.
Depois voltava e aquilo repetia-se. Muito incomodativo, desagradável, doloroso. Eu pensava que tinha que aguentar porque aquilo devia estar quase a acabar. Por fim, lá acabou. Fez-me o curativo, aplicou uma compressa.
Quando me pus de pé, disse-me, como se diz a uma criança, 'Portou-se muito bem'. Penso que agradeci.
Mas disse-me, 'os resultados agora só vêm daqui por duas semanas mas, do que vi, penso que há boas probabilidades de não ser nada de mau até porque reduziu de volume depois de eu ter perfurado para retirar as amostras e isso costuma ser um bom sinal, mas, de qualquer forma, só o saberemos quando vierem os resultados'. Isto foi há umas duas semanas.
Tenho feito a minha vida normal e no trabalho, tirando o colega que acima referi, ninguém sabe nem ninguém deu por nada. Os meus pais também não sabem, vou amanhã dizer à minha mãe.
Como sou uma pessoa muito primária, a maior parte do tempo nem me lembrava disto. Mas, de vez em quando, sentia que sobre a minha cabeça estava uma nuvem escura.
A fisioterapia que ando a fazer tem uma componente de piscina. Nos balneários, despimo-nos ao pé umas das outras. Fiquei com um buraco no peito no sítio onde ela perfurou. Ao princípio fazia impressão, o meu marido não quis ver e eu só vi porque tinha que fazer o curativo. Agora já está fechado e quase seco mas até há pouco ainda estava em ferida. Quando vou para a piscina tenho que pôr uma compressa impermeável mas, quando me dispo, tenho muito cuidado para ninguém ver. Não quero que alguém me pergunte o que é aquilo. Falar em biopsia é trazer um assunto medonho para cima da mesa.
À medida que o tempo se aproximava da entrega dos resultados eu ia ficando mais ansiosa.
Ontem, quando me despedi aqui, pedi boas notícias, queria tanto ter boas notícias. Receava o que aconteceria se as notícias fossem más.
Estava tão assustada que o meu marido disse que ia comigo buscar os resultados. Não quis. Parece que isso seria já antever que eu ia precisar de amparo. Quis ir sozinha. Mas ele não quis. Por isso foi ele sozinho. Ia antes de almoço e depois estávamos juntos ao almoço.
Afinal, quando lá foi, a médica ainda não tinha visto os resultados laboratoriais. Pediram-lhe que esperasse. Esperou uma hora mas depois teve que se ir embora.
Antes de começarmos a almoçar, ligou-me a auxiliar da médica a dizer-me que já podia ir levantar o relatório, que não tinha ficado a tempo do meu marido o ter levado. Perguntei-lhe se estava tudo bem. Hesitou e depois disse-me que o envelope estava fechado. Achei aquilo muito estranho pois tinha visto que era ela que metia os relatórios nos envelopes e porque, já quando eu tinha feito a biopsia, ela disse-me que tinha percebido, quando eu tinha feito a eco mamária, que alguma coisa não estava bem. Ou seja, eu tinha percebido que a ela não lhe escapava nada. Fiquei ainda mais enervada, achei que ela não me tinha querido dizer.
Ao almoço eu estava uma pilha de nervos, quase não almocei.
O meu marido foi, então, lá buscar o relatório e eu fui trabalhar. Depois ele nunca mais me ligava. Liguei-lhe eu. Disse-me que ainda estavam 5 pessoas à frente dele para levantar exames. Eu estava com medo que, se houvesse alguma coisa, ele não me quisesse dizer por telefone.
Passado um bocado ligou-me e a voz era de alívio: tudo bem! Pedi-lhe que me lesse aquilo. Leu. Do que percebi deve ter sido um quisto que espessou ou coisa do género e hiperplasia, aumento de células mas um aumento não maligno. Diz mais umas quantas coisas mas a conclusão fala de benignidade. Recomendam que faça nova ecografia num prazo de 4 a 6 meses.
Farei.
O cancro já não é o terror que era dantes. As taxas de sucesso na recuperação são grandes, quase totais, quando a detecção é precoce. Os tratamentos também já não são o suplício que eram antes. Sei de tudo isso e sei-o de uma forma muito racional.
No entanto, não deixa de causar medo. Todos sabemos dos casos em que a descoberta é tardia - porque, na maior parte das vezes, não há sintomas - e em que o calvário é penoso.
O médico que, no verão, me operou costuma dizer, na brincadeira, que o melhor é não se fazerem muitos exames senão ainda acabam por nos descobrir alguma coisa. E é horrível fazer exames. Mas é fundamental. Pelo menos, no caso das mulheres, é importantíssimo fazer estes despistes (tal como, nos homens, é importante fazer o despiste do cancro da próstata).
Esta noite fomos jantar fora, festejar. Eu estava e estou tão aliviada, tão contente.
A vida é um bem precário. Não sabemos o que se passa dentro de nós. Nem sabemos se estamos verdadeiramente bem. Temos que vigiar o bicho estranho que é o nosso corpo e temos que viver ao máximo enquanto podemos porque nunca sabemos por quanto tempo mais poderemos.
E que ninguém desperdice a vida, que ninguém menospreze o valor imenso que é a saúde, porque são bens tão preciosos, que tanto desejamos quando nos sentimos inseguros, frágeis, sem saber o que vai ser a nossa vida daqui para a frente. Sermos autónomos, saudáveis, não termos dores, aflições, não vivermos sob a ameaça de um bicho insaciável que se reproduz independentemente da nossa vontade é algo que não devemos dar por adquirido, é algo que devemos agradecer enquanto o temos.
*
Este texto vai longo e eu tenho sono, passa das duas da manhã e o meu dia foi cheio de emoções. Não vou reler o que escrevi pelo que é muito provável que as vírgulas andem por onde não devem e que haja palavras com letras trocadas. Relevem, por favor.
Também não vou conseguir, uma vez mais, responder a todos os comentários senão não durmo nada. Peço que me desculpem. Sabem como gosto de dar uns dedos de conversa com quem tem a amabilidade de aqui vir dizer-me umas palavrinhas. Mas não me é possível. Também gosto de intercalar imagens nos textos mas hoje também não o consigo fazer. O texto segue assim mesmo, a seco, tal como as palavras me estão a ocorrer, sem uma flor, um sorriso, uma graça pelo meio.
*
E se o texto tiver sido uma seca das valentes, o que acredito que deve ter sido, e se tiverem paciência para isso, desçam, por favor, um pouco mais para espairecerem. Já aqui abaixo temos a Sara Tavares numa interpretação muito particular da Grândola, Vila Morena, que dedico, naturalmente, ao Relvas e, logo a seguir, um pequeno texto sobre a sua insustentável situação e o deprimente filme da sua humilhação no ISCTE.
*
Despeço-me. Tenham, meus caros leitores, uma bela quarta feira.
E, do mais fundo do meu coração, desejo-vos a todos muita saúde e que consigam sentir o privilégio que é viver cada instante da vossa vida.
(Re)conheci todo esse percurso. Celebrando, solidária, o resultado final, virtual é a flor que lhe ofereço. Que a perfumada cor aí lhe chegue: "Grândola...", em finlandês
ResponderEliminarhttps://www.facebook.com/photo.php?v=10151250032817587
Abraço, imenso.
AdeSá
Acabei agora mesmo de ler o seu texto e não tenho palavras para fazer comentários, só sentimentos que não sei como exprimir...
ResponderEliminarApenas lhe envio um grande abraço, daqueles muito apertadinhos que só damos às pessoas de quem gostamos muito!
Antonieta
Ainda estou a tremer.
ResponderEliminarPor agora, apenas sou capaz de lhe mandar um grande xi coração.
À medida que lia o seu texto ia sentindo um aperto no coração ansioso e no final, uma lágrima feliz acabou por cair!
ResponderEliminarTão frágil, a vida!
No início de janeiro fiz uma cirurgia que, felizmente, correu bem, retomei o trabalho 2ª feira.
Um abraço amigo e DIAS MUITO FELIZES
Leanor
O texto não foi "seca" nenhuma, UJM.
ResponderEliminarAté porque nos deu, aos teus leitores, uma enorme alegria.
Um grande beijo, amiga!
Um texto que nos dá que pensar. Que nos faz reflectir, como diz, quão importante é a nossa saúde. Li-o de um folgo e comecei a ficar preocupado. Confesso. Aterradora uma tal perspectiva. Congratulo-me, muito sinceramente, que, afinal, tudo tenha acabado bem. Mal imagino o que terá passado, durante esse tempo. E, todavia, nunca deixou de transpirar qualquer suspeita. Os seus anteriores Post transmitiram-nos sempre essa sua energia, sua vontade de viver, seu humor, enfim, tudo aquilo que a caracteriza, sem que nos apercebessemos que existia muita, e compreensível, ansiedade pelo meio. Chama-se a isso, essa postura que manteve: coragem.
ResponderEliminarBom, temo-la connosco, a continuar a distrair-nos e com este seu excelente Blogue e têm-na quem é seu próximo, isso é ainda o mais importante.
As suas palavras traduziram igualmente uma fragilidade (quem não a teria em circunstâncias idênticas?), que nos tocou.
Desejo-lhe, do coração, continuação de muita saúde e felicidades!
E deixo um abaraço amigo, ainda que virtual.
P.Rufino
Querida UJM,
ResponderEliminarRealmente não há palavras para expressar o que senti ao ler o seu post...
Imagino o quanto foi difícil passar por tudo isso e depois a ansiedade do tempo de espera...
O importante é que o resultado final foi BOM!!!!
Um Grande Beijinho.
MCP
Olá jeitinho,
ResponderEliminarconforme ia lendo o texto ia ficando ansiosa e preocupada consigo. Ainda bem que está bem.
Fiquei tão aliviada.
Sabe que em 2 semanas morreram 2 senhoras da minha familia com esse bicho e estou particularmente sensivel ao assunto.
Graças ao céu que está cheia de saúde, isso é que importa.
P.s também tenho esses exames para fazer.
Beijinhos e 1 kilo de carinho Ana
Na pressa, escrevi "folgo", em vez de fôlego. Coisas menores comparado com o que passou.
ResponderEliminarHaja ainda mais alegria de viver daqui para a frente!
P.Rufino
Fiquei muito comovida ao ler o seu texto. Não fazia ideia, e a sua escrita diária também não deixou transparecer a inquietação e o medo que diz ter sentido. Grande força de espírito. Ainda bem que tudo se resolveu da melhor maneira!
ResponderEliminarO testemunho que aqui nos deixa é também um alerta para um problema que só pensamos ocorrer aos outros. Eu, pelo menos, sentia assim até ter acontecido a uma pessoa próxima, também cheia de força e coragem. Agora está bem, mas são estes horrores que mostram a nossa fragilidade.
Tenha um bom dia, com alegria e saúde.
Um abraço grande
Cara UJM,
ResponderEliminarAqui estou, de novo, depois do post de Veneza onde fui tão bem acolhida.
Já passei por uma situação semelhante em tudo, felizmente, até no final.
Tão frágil é, de facto, a nossa vida.
Deixo-lhe esta música para enher o seu dia de sol.
Estou certa de que gostará.
http://www.youtube.com/watch?v=fRMSNqjw48U
(tinha de manhã feito um comentário que, com a minha falta de jeito, desapareceu. Se me estiver a repetir decerto não se importará.)
MJ
Querida Jeitinho que bom!
ResponderEliminarFiquei com tanto medo que não consegui ler na transversal como faço quando quero chegar rápido ao fim. O meu coração foi ficando mais e mais apertadinho.
Faz este mês um ano que dei todos esses passos e depois mais alguns.
Naquela altura pensei que o Sol se poria para sempre.Felizmente ainda fui a tempo e hoje sinto-me Um Sol Nascente, como tão dedicada e simpaticamente me chama.
Esta máquina que somos, por vezes prega-nos partidas e a partir de um certo "uso" requer inspecções e manutenção periodicas. Não nos pudemos descuidar.
Um abraço cheio dos melhores votos de saude, amor e muito Sol.
Minha boa Amiga,
ResponderEliminarFez bem em deixar as vírgulas vadiar à vontade. O que importa é que a sua saúde não tenha "pausas".
Desejo-lhe toda a felicidade do mundo.
Um abraço em forma de jeito manso
jrd
Li o post numa ansiedade que foi num crescendo. No fim, veio a boa nova, a notícia de que estava tudo bem.
ResponderEliminarDa angustia, do medo que deixa transparecer, ressalta, e de que maneira, a coragem, a fibra de que é feita a Mulher que está desse lado.
A saúde, cara UJM, é o bem mais precioso que qualquer ser Humano pode ter. Pena é que por vezes nos esqueçamos desta realidade.
Um forte abraço.
Olá Muito Querida UJM,
ResponderEliminarHoje de manhã abri o PC para espreitar o seu Blogue, estava de partida para Lisboa e não tive tempo de o ler todo. Fiquei no entanto tão emocionada que a tive sempre no meu pensamento desejando regressar o mais depressa possível para o acabar de ler e dar-lhe uma palavrinha de conforto e de muita amizade. Ainda bem UJM que tudo passou! Neste momento gostaria de lhe poder enviar, por esta via, todas as flores do mundo para a felicitar, pois sofrendo como sofreu não deixou nunca transparecer a tormenta com que se debatia, antes pelo contrário, convidava-nos a sermos ainda mais participativos, contagiando-nos com a sua alegria de viver e o seu bom humor. É um acto de coragem e de amor à vida, que deve ser homenageado!
Haja Deus!... A vida é muito frágil e temos que a tratar como se de uma flor se tratasse! Temos que a regar com muito carinho e amor todos os dias da nossa vida!
Neste momento quero-lhe dizer uma grande verdade: FAZ-NOS MUITA FALTA!...
(Faça a vontade aos seus Leitores cuidando da saúde com se fosse a tal florzinha que não queremos perder e que sinta uma felicidade imensa de a ver florescer).
Um beijinho muito grande.
maria eduardo
A Todos,
ResponderEliminarpelo adiantado da hora e pelo número de comentários, vou tentar ser breve com cada um para ver se consigo falar com todos e ainda ter tempo de escrever uma coisa nova. A ver se consigo.
Olá Ana de Sá,
ResponderEliminarBela flor que me enviou. Adorei ouvi-la logo pela manhã. Ainda um dia a coloco no corpo do blogue. Muito obrigada.
E as coisas pelas quais passamos, não é...? Que sustos...
Um abraço do tamanho do seu!
Olá Antonieta,
ResponderEliminarJá respondi por outra via mas não quero deixar de fazê-lo também aqui. Mil obrigadas. Soube-me bem receber o seu abraço pela manhã.
Um abraço para si e para a pessoa a quem dá um destes ao vivo todos os dias!
Erinha,
ResponderEliminarNão trema... A mim já me passou. Os meus filhos e o meu marido a quererem que eu marque consulta para o ginecologista, que marque já a eco para daqui por 4 meses para não me esquecer... e eu com vontade de pôr mas é este susto todo para trás das costas... Fogo, que susto que passei. Tomara mas é nem pensar mais no assunto. Tenho lá eu vontade de me pôr já a marcar nova dose...?!
Xi-corações para si também!
PS: E não é mas é do Manel passar a ir à Assembleia em vez daquela fraca imitação que ainda lá vi hoje (através da TV)...?!
Olá Leanor,
ResponderEliminarEntão também se juntou ao clube das 'intervencionadas'...? Que chatice, não? Mas ainda bem que correu bem e que já está operacional. Espero que assim continue, bem.
E que bem que me sabem esses DIAS FELIZES assim ditos com voz bem alta. Para si também, Leanor!
Olá Bartolomeu, agricultor-sonhador,
ResponderEliminarMuito obrigada pelas palavras e pela amizade.
Com toda a sinceridade agradeço!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarNão sei se seria coragem porque, de cada vez que me lembrava, sentia um frio por mim adentro, um medo...
O que se passa é uma característica que eu tenho. Consigo razoavelmente evitar preocupar-me antes de tempo, ou seja pré-ocupar-me e consigo abstrair-me. Por vezes acontece no trabalho estar a discutir veemente sobre um assunto, coisa de vida ou de morte, mato, esfolo, trinta por uma linha. Depois muda o assunto, parto para outra, é como se nem tivesse estado naquela disputa. Os meus colegas admiram-se e dizem, 'já pôs o assunto anterior para trás das costas' e é isso mesmo.
Ou seja, no dia em que o médico me disse que tinha que fazer a biopsia e no dia em que a fiz e ontem quando ia saber os resultados estava mesmo aterrada. Mas nos outros dias, tirando quando passava a nuvem de medo, estava quase como se nem me lembrasse. Pensava: 'o que for soará' e evitava pensar em pormenor porque, se me ocorria pensar na pior hipótese, ficava mesmo com medo.
Houve um momento, quando a empregada me disse que o envelope estava fechado e depois, quando o meu marido nunca mais me ligava, que pensei 'querem ver que estou frita? E, se estiver, o que se vai passar? arranjar um cirurgião?' e senti um pavor terrível.
Mas, enfim, já passou pelo menos para já. Na volta o meu marido tem razão quando diz que a bicheza não entra no corpo de quem não regula lá muito bem da cabeça... (Tomara, nem me importava de passar por maluca...)
Muito obrigada pelas suas palavras. Gostei muito de as ler.
Olá MCP,
ResponderEliminarÉ isso mesmo: o que importa é que acabou bem.
Hoje, quando falei com a minha mãe comecei assim mesmo 'Vou contar uma coisa que teve um final feliz'. Ela nem percebeu 'O quê?!' e eu disse outra vez, 'Vou contar uma coisa mas a conclusão do que vou dizer é que está tudo bem'. E a minha mãe, 'está bem, diz lá que já estou a ficar com medo'. E eu inisti, 'estou a dizer que está tudo bem que é mesmo para perceber que não é para ficar com medo'. E depois lá contei mas como já tinha sabido que estava tudo bem, encarou bem.
Ainda bem porque um dos meus grandes medos é que, se houvesse chatice, tinha que lhe dizer e imagino o drama. Já estava a pensar na maneira de conseguir resolver as coisas sem lhe dizer nada.
Mas, enfim... ufffff....! está tudo bem e é isso que importa.
Um beijinho e muito obrigada, MCP!
Olá Ana,
ResponderEliminarE lembra-se daquele mail que me enviou sobre o drama daquela mulher? Lembra-se do que ela tinha? Acho que foi no dia a seguir a ter ido fazer a biopsia. Li e fiquei gelada. Pensei 'ele há com cada raio de coincidência, caraças...' mas claro que não disse nada senão ia deixá-la preocupada...
Agora até sorrio ao falar nisto.
Também nessa semana recebi um mail de um amigo meu a dizer-me que tinha aparecido um bicho mau à mulher num sítio estranho e que já se tinha espalhado mas que estava a fazer quimio e que estava a correr bem. Eu não lhe falei no susto que estava a passar mas só pensava 'que ninguém me dê mais notícias ou me fale de mais casos, pleeeaaaseee...'
Mas já passou o susto, pelo menos este e pelo menos para já e tenho esperança que assim continue sempre. E não se esqueça de fazer os seus exames. São uma espiga mas mais vale isso do que não saber.
Beijinhos, Ana, e muito obrigada por tudo.
Olá Leitora de A Matéria dos Livros,
ResponderEliminarEstamos bem, achamo-nos invulneráveis, preocupamo-nos com ninharias, e, quando damos por ela, podemos estar com um problema que nos vire a vida do avesso.
Tenho constatado isso nos últimos tempos. Sempre me achei saudável e, no entanto, fui operada no verão e vi-me quase impossibilitada de andar (e eu que gosto tanto de andar a pé). Agora foi esta. E sabemos de tantos casos em que as coisas aparecem já tarde demais.
Ainda há um ano morreu um tio meu que era para todos nós um poço de saúde. Forte, saudável, muito bem disposto. E, no entanto, em menos de um ano foi-se porque, de uma forma silenciosa, a coisa avançou de uma forma que já não deu para debelar.
Por isso, na medida das possibilidades, deveremos sempre fazer os rastreios mais comuns. São uma estopada das valentes, ficamos sujeitas a estes sustos mas, enfim, antes isto do que não saber e dever ter sabido.
Muito obrigada pelo carinho das suas palavras.
Um beijinho.
Olá MJ,
ResponderEliminarQue bom vê-la de novo aqui. Deveríamos ter ao peito um daqueles lacinhos côr de rosa, da prevenção do cancro da mama. Ainda bem que, consigo, a coisa também correu bem. Renascemos, não é? Eu hoje andei tão feliz...! Só me apetecia brincar, rir, estar na boa.
Gostei muito da música e agora estou a ouvi-la de novo, uma luz tão feliz, um caçador de sóis. Não conhecia e adoro. Mil vezes obrigada.
A amizade que recebemos são mil sóis, são um esteio importante para amparar a fragilidade da vida.
Um beijinho, MJ!
ResponderEliminarBoa noite, querida UJM
Só agora aqui cheguei, tenho tido alguns problemas com a Internet. Estive o dia todo preocupada com o título do post.
Felizmente teve boas notícias. Obrigada pelo texto. Já lhe tenho dito escreve de tal maneira que os seus textos são sempre airosos e lêem-se tão bem...
Sei dar o valor à sua aflição.Também eu já fiz uma biópsia, ao seio direito, e aquilo foi do pior que há. Para além da expectativa na espera dos resultados, aquilo teve uma reacção qualquer, o sítio onde a médica espetou a agulha ficou, depois, todo negro e com pequenas bolhas.
Em relação aos outros exames próprios da nossa condição de mulheres é sempre tudo tudo muito desagradável.
Minha amiga, obrigada por partilhar connosco estes momentos tão importantes.
Bjs
Olinda
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarFoi em si que mais pensei durante estes dias, enquanto não sabia o que vinha por aí. Lembrei-me do seu susto, da sua sensação de injustiça e de receio. Mas lembrei-me também que o após foram comprimidos e que a coisa resultou e que tudo ficou bem. E que aí anda com a sua princesinha e os seus, já tudo bem. E pensei na coragem que teve para passar por tudo isso e pensei que, se eu tivesse que passar também pelo mesmo, não ia ser menos corajosa, e que, se não conseguisse, ia pedir-lhe para me ensinar a ser corajosa.
O seu exemplo e as suas palavras foram importantes para mim e para todas as pessoas que a leram na altura e agora. É preciso força de espírito, ânimo, esperança pois isso ajuda à cura.
Por tudo isso, mil agradecimentos.
E um grande beijinho para si, mulher corajosa, Sol nascente!
jrd,
ResponderEliminarLeio as suas palavras sempre com alegria. Recebo com muito agrado o seu abraço dado desse jeito manso e agradeço, sentida, as suas palavras que demonstram tanta estima.
Muito obrigada, jrd. Um abraço!
Olá GL,
ResponderEliminarUma mulher de fibra, sim, mas que, por vezes sente a fibra muito frágil... A minha descontracção e boa disposição habituais, nestes momentos, de vez em quando, ficam abafadas pelo meu medo.
De qualquer forma, o medo que senti é inferior ao que sinto quando algum dos meus filhos ou netos tem qualquer coisa. Aí fico mesmo aflita. Quando o meu neto mais velhinho (tem agora 4 anos e meio) tinha uns 2 anos teve uma bronquiolite ou lá o que foi e teve que ficar internado. Quando o meu genro me ligou a dizer que o menino estava internado, eu estava a trabalhar. Meti-me no carro e nem sei como conduzi até ao hospital, chorava com o choro agarrado à garganta, uma aflição tão grande. E não era nada de especial embora lá tenha ficado 3 dias. Mas eu nunca tinha os meus filhos internados (noc-noc-noc, três vezes na madeira...) e, por isso, fiquei em pânico.
A saúde é mesmo o nosso bem mais precioso. Temos que agradecer muito sempre que estamos bem.
Muito obrigada pelo seu cuidado e pela gentileza das suas palavras.
Um beijinho!
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarNo dia 19, quando os resultados me iam ser entregues, ao começar o meu dia vi o seu blogue. Lembra-se do que lá escrevi? 'Já estou a começar bem o meu dia'... Senti que ver imagens tão bonitas era um bom prenúncio. Vi também um arco-íris num outro blogue e também gostei. Não sou supersticiosa mas senti que eram imagens felizes e que um dia que começa bem tem maiores probabilidades de assim continuar.
Por tudo, pela sua companhia (muitas vezes a horas tardias), pelas suas palavras sempre tão generosas e queridas, o meu muito sincero obrigada.
Um beijinho e saúde também para si e para os seus!
Olá Olinda,
ResponderEliminarTambém eu ainda tenho o seio com umas nódoas negras. E agora já não está dorido mas durante uns dias doía-me... Punha gelo e nos primeiros dias, durante o dia no trabalho, fiz umas ginásticas para andar a pôr a gelo (uns saquinhos pequenos de gel) e para ninguém dar por nada, ia do frigorífico da copa para a casa de banho com aquilo disfarçadamente para lá colocar aquilo, e usava umas écharpes e tal (mas como uso geralmente, ninguém percebeu nada).
Um susto! nada daquilo é agradável...! Bolas. A ver se não me vejo metida noutra tão cedo.
Obrigada pelas suas palavras e pelo seu cuidado, Olinda.
Um beijinho.
Ainda não tinha lido este post, não me tinha apercebido dele.
ResponderEliminarSei muito bem o que é passar pela angústia, confirmação e tratamentos de cancro, não comigo, mas com familiares muito próximos.
Fico muito feliz que tudo tenha corrido bem.
A saúde e a vida são bens preciosos. Temos que aproveitá-los muito bem.
Um beijinho
Olá Isabel,
ResponderEliminarAntes de me ir deitar, fico contente por ter aqui as suas palavras tão compreensivas e solidárias.
Dá medo passar por isto mas há, de facto, alguma coragem na força que se arranja para continuar a fazer uma vida normal como se nada fosse. Felizmente, desta vez, os resultados foram bons e, sabê-lo, é um alívio muito grande.
Muito obrigada, Isabel. Um beijinho!
Ana de Sá,
ResponderEliminarEm relação ao link que me enviou: está feito.
Fica melhor, de facto. No youtube aquilo tinha sido a única coisa que tinha encontrado e pelo despropósito da imagem até o pus em minúsculo mas agora como sugeriu no comentário que me enviou e que não publiquei (uma vez que disse 'aqui só para nós' e eu percebo muito bem) fica melhor.
Obrigada!
Amiga,
ResponderEliminarFiquei muito feliz com o final. Eu, que tão bem sei o que é ouvir a sentença. Não sei se se recorda mas fez precisamente dois anos que passei por uma notícia em relação à tiroide (pese que foi depois de a ter removido na totalidade e só após a análise dos nódulos - 5 nódulos, 5 malignos. Nada fazia prever tal final, mas fiquei muda, inativa, sei lá que mais. Portei-me de igual modo cheia de coragem. Nem deitei uma lágrima para não afligir o meu marido que estava comigo, mas senti que o mundo me tinha caído em cima. Mas com o tratamento de iodo que fiz posteriormente tudo tem corrido bem. Faço exames e análises periodicamente e a maior parte do tempo nem me lembro, mas há dias que lá vem aquela nuvenzinha chuvosa, mas passa e o sol vem abraçar-me para me sentir feliz.
Agradeça à sua divindade porque devemos dar graças quando temos uma luzinha que nos abranda as penas.
Um abraço muito apertado com muita amizade.
Teresa
Olá Teresa-Teté,
ResponderEliminarA coragem e a força aparece sabe-se lá como ou de onde, não é?
As coisas na tiróide são geralmente benignas ou, quando o não são, são facilmente controláveis. Mas, seja como for, é daquelas coisas que, só de se pensar, nos faz descer um medo, um frio interior, não é?
Tenho um medo... é uma doença silenciosa e tudo o que é matreiro, falso, nos mete medo, não é?
Mas vai continuar tudo bem consigo, claro. O que é preciso é ir controlando e sempre com esperança e sempre com positivismo.
Um beijinho e um abraço e muitas flores para si, Teresa-Teté!