NASA, ESA and the Hubble Heritage Team
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Na nebulosa Orion, uma nebulosa difusa que se encontra entre 1500 e 1800 anos-luz do Sistema Solar, uma região onde nascem estrelas, o vento estelar provoca o choque entre nuvens de poeira e gás cósmico. A Orion tem 25 anos-luz de diâmetro, uma temperatura média de 203 graus negativos e é uma maternidade de estrelas. A estrela LL Orionis (à esquerda na foto) produz um vento mais energético do que o nosso vento solar e provoca um choque espectacular de nuvens de gás na nebulosa de Orion (ver Expresso).
Nikolai Tsiskaridze,
primeira figura masculina do Bolshoi Theatre of Russia (uma maternidade de estrelas),
dança La Bayadere.
Retiro da wikipedia: Nikolay Tsiskaridze PAR (Russian: Николай Цискаридзе), also spelled Ziskaridze, is a premier dancer of the Bolshoi Ballet. Ethnically Georgian, he was born in Tbilisi on 31 December 1973. He joined the Moscow Ballet School in 1987 and was admitted into the Bolshoi Ballet in 1991. After winning applause of true ballet legends Galina Ulanova, Marina Semenova and Yuri Grigorovich, he became the youngest person to be named a People's Artist of Russia (2001). He received the State Prize of the Russian Federation in 2001 and 2003 and the Prix Benois de la Danse in 1999.
Nikolai, cristo ou ave tenebrosa? |
Nikolai está a ser ouvido pelas autoridades na sequência do ataque com ácido sulfúrico ao director do Bolshoi, Sergei Filin, ataque que o deixou desfigurado e em risco de cegar. Nikolai é um dos principais suspeitos. Em 2011 tinha sido candidato a director do teatro mas foi preterido em favor de Sergei, antes bailarino.
Sergei Filin quando ainda voava |
Segundo leio, há uns dias atrás, um vulto mascarado aproximou-se de Sergei e atirou-lhe ácido à cara. Desde há algum tempo que Sergei recebia ameaças, mensagens estranhas, telefonemas. Não as levou muito a sério até isto ter acontecido.
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Será a força dos ventos cósmicos, ou o choque de estrelas, ou a rivalidade sem limites, ou o desespero sobre si próprio, ou simplesmente a maldade humana ou, até, o fim dos tempos - não sei.
o real será
a tradução da sombra,
a intranquilidade
de existirmos?
Sergei desfigurado, queimado, agredido |
ciência de uma esperança
desordenada?
e as privações, seu gume,
de minhas mágoas
cumprido imaginário? nunca
o nó duma vida se desata,
nunca altera a matéria mísera,
frágil, da existência.
mas os deuses erraram.
é a sua condição de humanos arbitrários.
Nikolai, sedutor, ambicioso, perigoso |
não perguntes se estas
são as vias
da perfeição da alma,
as concordâncias
duma arte de viver;
o tempo é excessivo nos vestígios: as
antiguidades de roma, as histórias
da morte no ocidente.
certezas ferozes, a sombra
resguardando a luz.
*
Onde - por todo o lado - a inocência, a doçura inicial da crença, a vida sem mácula, as orações simples?
Mães que agridem e matam filhos, filhos que violam mães, estrelas voadoras que desfiguram outras estrelas, violências incompreensíveis, políticos corruptos, banqueiros insensíveis, desrespeito generalizado, tanta falta de esperança, tanta falta de perspectivas, tanto medo, tanto humilhante retrocesso, tantos vestígios de barbárie.
Eu, que não costumo rezar, nem sei orações de cor, em dias como estes em que ideias assim assomam à minha cabeça, apetece-me pedir: Minha nossa senhora olhai por nós.
Madonna della melagrana de Sandro Botticelli |
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Os poemas acima são, de facto, excertos de poemas de Vasco Graça Moura (nó cego, o regresso) e podem ser vistos na antologia 'poesia reunida'.
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Caso vos apeteça continuar um pouco mais na minha companhia, convido-vos a virem até ao meu Ginjal e Lisboa. Hoje as minhas palavras perdem-se em longos e incertos caminhos em volta de um poema de José Alexandre Caldas Ribeiro. A música é de Chopin e está a cargo do grande intérprete desta semana, Sviatoslav Richter.
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Só me resta agora desejar-vos uma bela terça feira.
Que a saúde não vos falte e a alegria também não.
Que a saúde não vos falte e a alegria também não.
É um pouco assustador o que vai acontecendo por aí.
ResponderEliminarÉ mesmo caso para pedir protecção a Deus.
O que será que motiva as pessoas a fazer deliberadamente o mal?
É estranho.
Um beijinho
Cara UJM,
ResponderEliminarPermita-me mais uma vez felicitá-la pelo primor e maleabilidade de uma linguagem sabiamente expressa, a partir de figurinos que variam do sarcástico ao mais circunspecto, da fealdade à formosura, da ignorância ao conhecimento, etc., etc…
Dá gosto ler e reler as mensagens que nos oferece, ouvir as músicas que nos transmite e apreciar as imagens e figuras da tessitura textual.
Adorável e de enorme ternura a forma como se refere aos seus netos e brincadeiras (a pintainha, o bébé , o “xal” o “jeite”, etc…).
Também já a vejo mais conformada com as sequelas do temporal, procurando tornar úteis os destroços residuais, dando nova vida ao resto de vida das suas árvores de sonho. Assim manterá a memória das coisas que amou e sentiu, embora noutro contexto, mas sempre “in heaven”.
O seu Ginjal continua belo, pleno de música, imagens e “frases longas com reticências no final”…estou a brincar, pois não acho que sejam frases tão longas, mas que deixam reticências, deixam… Que os leitores entrem na frase e divaguem, a seu bel-prazer!
Olá UJM,
ResponderEliminarÉ verdade, que sociedade é esta tão violenta, insensível e com instintos tão malévolos que a leva a praticar tamanhas atrocidades?!
Minha, nossa Nossa Senhora olhai por todos nós e Valham-nos todos os Anjos e Anjinhos!
Um beijinho,
Olá Isabel,
ResponderEliminaré verdade. Ontem à noite, ao passar os olhos pelas notícias, achei que era aterrador. Parece que algo de mau está a tomar conta do mundo. Ou então era eu que estava com uma disposição menos optimista. Não sei.
Mas faz-me muita impressão a estranha motivação de quem se compraz fazendo mal aos outros.
Custa pensar como o mundo em vez de andar no sentido do progresso, da generosidade e da beleza parece ter começado a andar para trás.
A ver se hoje me ocorre 'matéria' mais feliz.
Um beijinho, Isabel.
Muito obrigada, dbo,
ResponderEliminarSento-me aqui, geralmente sem saber ao que venho e começo a escrever e, à medida que escrevo, vão-me ocorrendo imagens ou músicas e a as coisas nascem quase independentes da minha vontade.
No outro dia a minha filha repreendeu-me, 'mãe, andas sempre a dizer que andas com sono. E se dormisses em fez de te queixares que não dormes?' - e eu fiquei a pensar que ando a maçar-vos com temas que não interessam para nada, os meus sonos, os meus cansaços, etc.
Mas depois vem o meu filho e faz uma pergunta sobre o que escrevi e eu vejo que lhe despertei algum interesse e leio os vossos comentários e sinto-me acarinhada. E fico com vontade de estar aqui a escrever para quem está aí desse lado e acabo sempre a sacrificar o sono...
De resto, sim, já estou a encarar aquela devastação com mais aceitação. Fazer o quê...? Não sei eu que a natureza é indomável? Quantas vezes aqui já escrevi que gosto de estar em casa e ouvir o vento? Então vou querer que só sopre um bocadinho para não fazer nenhum estrago?
E os meus pimentinhas lindos que adoro abraçar e 'estrafegar' com beijos... No outro dia estava a dar beijos repenicados num deles e vi-a a ela, à pintainha, muito admirada com aqueles beijos tão exuberantes. O meu filho, quando era pequeno, odiava que eu lhe desse desses beijos em público, em especial quando me despedia dele na escola.
E quando escrevo sobre todos eles, tal como quando escrevo sobre o meu 'heaven' ou sobre quase tudo em geral, escrevo do coração, como se houvesse uma ligação directa entre o meu coração e as minhas mãos.
Quando escrevo sobre esta gente que para aí anda pela baixa política já é ao contrário: falo com o fígado. E aqui não há lugar para reticências, apenas para um ponto final, final e definitivo.
Uma boa noite e um belo dia para si, dbo.
E muito obrigada!
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarSou agnóstica mas gosto de arte sacra. Gosto muito de imagens de Nossa Senhora e tenho muitos anjinhos, especialmente anjinhos músicos. Também tenho algumas Nossas Senhoras, peças por quem nutro grande estima. São imagens que me transmitem sempre tranquilidade, paz. Quando a coisa está 'preta' gosto de olhar para eles.
Um beijinho, Maria Eduardo.