No outro dia vi referência a este assunto, que a Alexandra Lencastre tinha surpreendido os amigos ao aparecer com nova cara, mas não prestei atenção. Não sabia de nada nem é tema que me motive muito.
Mas hoje, nas estatísticas do Um Jeito Manso, tinha diversas variações sobre o tema. As pessoas andam intrigadas com isto e o Google, naqueles seus encaminhamentos misteriosos, enviou-os até mim. Resolvi, pois, ir investigar.
E, tenho que confessar, também fiquei admirada com o que vi. Não parece ela. Deve ter posto tanto botox e feito tal enchimento labial que ficou estranha, parece que ficou esbeiçada. Os olhos parece que também estão um pouco assimétricos.
Alexandra Lencastre com o rosto modificado - na Gala das Estrelas da TVI |
Ao princípio, quando ela apareceu, novinha, simpatizava com ela. Era bonita e, por algum motivo, achava-a frágil. Sempre achei que, provavelmente, padecia do síndroma da mulher bonita. Os programas de televisão em que aparecia queriam valorizar, sobretudo, o seu aspecto físico. De certa forma, a sua inteligência e a sua sensibilidade frequentemente tendiam a ser relegadas para plano secundário e isso, imagino eu, deixa marcas.
Alexandra Lencastre quando era mais nova |
Quando nos apareceu era morena, olhos escuros. Depois fez madeixas, o cabelo aclarou, depois ficou loura, depois colocou lentes de contacto azuis. E, à medida que os anos têm vindo a passar, tem sido um carrossel de engorda, emagrece, engorda, emagrece. A sua vida amorosa, sempre nas capas das revistas, tem sido outro carrossel. Não tem dado certo. E pode uma mulher ficar incólume perante uma turbulência emocional constante? Não sei, não sou especialista na matéria mas, intuitivamente, sou levada a crer que isso levará, certamente, a algum desequilíbrio.
Há pouco vi na capa de uma revista que andava com acompanhamento psicológico e as imagens mostravam-na com peso a mais, pouco arranjada. Mas é uma pessoa como qualquer outra, e as pessoas normais aumentam de peso e nem sempre andam nos trinques. Contudo, para uma pessoa que vive sob os holofotes, que alimentou o mito da mulher sensual, não deve ser fácil ver-se com rugas, com papos sobre os olhos, com papos sob os olhos, com peso a mais. Nem deve ser fácil ver-se num escaparate, sujeita à crueldade dos jornalistas que a mostram em posições que desfavorecem, gorda, e com o título 'Estará Alexandra Lencastre grávida'?. Não deve ser nada fácil.
Fazer plásticas também não deve ser fácil, deve ser doloroso, deve haver o medo de não ficar bem. Por isso, confesso que me causa alguma angústia vê-la agora assim, como as fotografias da Gala de Estrelas da TVI a mostram. Podia ser diferente, não se preocupar tanto com o aspecto exterior, limitar-se a ser como é, estabilizar, aceitar-se, não querer parecer o que, se calhar, não é. Talvez pudesse ser mais feliz.
Também vi no outro dia, numa das revistas que devoro enquanto estou na fisioterapia (na parte da massagem ou dos eléctrodos), que a Ana Salazar diz que não se pode prolongar a juventude mas que se pode atenuar os seus sinais. Aparecia ao lado do amigo Nuno Reis, que as revistas dizem que é especial, e sorria, satisfeita com o seu aspecto. E deve ter razão para estar contente pois tem 71 anos e uma vitalidade e uma disposição que são de invejar.
Ana Salazar depois de rejuvenescer |
De qualquer forma, parece que está com as sobrancelhas mais grossas, os lábios mais cheios e maiores, os olhos um bocado inexpressivos. Está estranha. Acho que não deve ser fácil estar ao pé dela e não estar a tentar reconstituir mentalmente as feições originais.
No reverso desta atitude, também numa dessas revistas, vi há dias umas fotografias de Carolina de Mónaco. Também uma bela mulher, capas e capas de revistas, também sempre sob os holofotes e, no entanto, tem deixado que o tempo passe por ela sem mudar de cara, sem se transformar.
Carolina de Mónaco aqui com a filha mais nova, Alexandra de Hanôver |
Prestes a fazer 56 anos, a Princesa Carolina, que tem tido uma vida atribulada e não muito feliz, tem no rosto as marcas do tempo e da vida. Pode ser que um dia ainda a venhamos a ver de lábios inflamados, olhos arregalados, nariz arrebitado, quase parecida com o José Castelo Branco. Mas, por enquanto, é apenas uma mulher normal.
A beleza é subjectiva, é certo. Mas eu acho mais bonita uma mulher que assume, com orgulho e dignidade, aquilo que é intrinsecamente do que a que se submete a tais transformações que acaba por perder a identidade. Mas, enfim, gostos não se discutem.
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Hoje era para ter continuado a história da diva solitária (mas, afinal, ao falar de Alexandra Lencastre, não falei também de uma diva solitária?) mas comecei por este texto - que era para ser uma coisa ligeira, um amuse bouche para o que viria a seguir -, a seguir respondi aos comentários, e a verdade é que, agora que iria, então, para a outra empreitada, estou a ficar sem pilhas. Não me refiro ao computador mas a mim mesma: estou sem pingo de energia. Por isso, hoje fico por aqui, já não consigo escrever mais nada, tenho mesmo que ir dormir.
No entanto, antes de vir aqui para o Um Jeito Manso, estive a fazer o meu exercício de relaxamento no Ginjal e Lisboa, a love affair. Hoje escolhi um poema de Maria do Rosário Pedreira e as minhas palavras, voando em volta das dela, antecipam o calor, o calor sobre os corpos. A música puxa para esse lado sensual da vida e é ainda Ernesto Lecuona quem nos traz esses belos sons (Mota Amaral, se lhe aparecesse este nome pela frente, certamente diria: 'curioso nome este'. Eu, que sou moça discreta, faço de conta que nem dou por isso).
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Tenham, meus Caros, uma bela sexta feira, está bem?
Mas cuidado para não irem pelos ares com a ventania nem ficarem que nem uns pintos molhados com a chuva que está.
Mas cuidado para não irem pelos ares com a ventania nem ficarem que nem uns pintos molhados com a chuva que está.
Hoje, ao entrar num ápice num supermercado para comprar um vinho a fim de o levar para um jantar de uns amigos esta noite (é um costume que tenho desde há anos, o de oferecer uma garrafa de vinho a quem me convida, entre outras coisas), dei comigo com essa notícia, do “facius” da Lencastre, mas como não a reconheci, não percebi. A “piquena”, em tempos idos, era uma boa actriz de teatro, se bem me recordo. E bonita, de facto. Depois, não sei bem, mas parece que enveredou por novelas, ou coisas assim. E como sucede a muita gente, ou envelhecem, ou engordam, ou emagrecem (como o Ribeiro e Castro), ou perdem cabelo (como o Abrunhosa), ou este fica branco (como o Cardeal Patriarca), ou perdem os dentes e põem postiços, ou peruca, ou ficam marrecos (como está já a suceder ao Passos e ao Aguiar Branco), ou olheirentos (aqui, ou por excesso de alcóol, ou excesso de incompetência, como o Victor Gaspar), etc, ela deu-lhe, ao que vejo, para ser outra, para mudar de “facius”. Em tempos idos tinha um programita assim a modos que meio piroso, intitulado com “Na cama com...a Lencastre”. O que não era verdade. E lá íam uns tansos, “deitar-se na cama com ela”, vestidos, e ali estavam num “patuá” para entreter tolos. A Salazar rejuvenescida que aqui nos mostra, com todo respeito pela criatura, ficou com uma boca desmedida, ou sou eu que estou a ver com lentes de aumentar? Quando era mais novo, tínhamos uma colega de escola com uma boca assim grande e maldosamente alguém lhe atribuiu a alcunha de “boca de pires”, coitada! Tive uma tia avó, Marcolina de sua graça, que era patusquíssima. Mulher desenvolta, cheia de energia, tinha perfeita consciência que o Criador a tinha concebido à pressa, ou numa noite de trovões, mas nunca se preocupou com isso. E até casou, com um homem bem mais velho e metade do seu tamanha (a tia Marcolina era alta e magra, tipo Miss Marple, em feia). Com o tempo foi ficando careca (que nem um ovo) e resolveu o assunto comprando várias cabeleiras, de diversas cores. E nunca se soube pintar. Como meu pai dizia, a tia “borra a cara, não a pinta”. E vestia-se como nos anos vinte, apesar de já estarmos nos 60 e 70 (depois morreu, como toda a gente). E era assim, sempre muito bem disposta. Dizia: “menino, a mim não me importa a beleza, que sei que não possuo, importa-me a vida, que a quero gozar e muito!” E gozou, sobretudo depois de o marido, o tio, ter sido atropelado, por um azar dos cabrais, aos 93 anos (“se não fosse isso, menino, ainda hoje cá andava, pois tinha uma saúde de ferro!”, dizia-nos a titi). Ora à Lencastre mais lhe valia gozar a vida como ela se lhe apresenta, e saber conviver com as rugas e outras coisas como um quilito a mais. “Há coisas piores do que envelhecer”, dizia um avô meu, “como partir uma perna!”. Eu cá, marimbo-me para mais uma ruga, ou menos 2 cabelos no cucuruto. Quero é saúde e vontade de viver! Outro dia, num enterro, reencontrei uma velha conhecida, que...nem reconheci. Engrossou os lábios (o tal botox), terá feito uma plástica e como se não bastasse, apesar de todo aquele esforço para contrariar o tempo, envelheceu e muito. Caiu-me nos braços a recordar coisas do passado. E nunca soube que relação tinha tido com o falecido.
ResponderEliminarP.Rufino
PS: Ah, quanto á Luciana Abreu...associo-a a Jeropiga.
Todos aqueles que lutam, de forma desesperada, pela preservação da juventude é algo que me assusta.
ResponderEliminarCada tempo tem o seu tempo, cada fase da vida reveste-se das suas características muito próprias, logo, essa luta, na minha concepção de vida, é quase contra natura.
Que cada um de nós, Homem ou Mulher, procure ter um aspecto cuidado, é quase uma obrigação, não em função do outro mas em função de si próprio/a.
Saber envelhecer com dignidade, é uma arte que me parece difícil de pôr em prática, daí o drama de muitos.
Beijinho
Eu sei que se trata de uma frase batida, mas toda esta gente levanta uma perna quando se ri. Isto se o cirurgião plástico foi competente porque caso contrário, o/a paciente levanta as duas penas e, claro, cai de bruços e lá se vai a plástica.
ResponderEliminarQuanto à Ana Salazar apesar das leves aparências com o Berlusconi, não deixa de estar nos três dígitos.
Tenha um bom fim-de-semana
Admiro a sua energia!
ResponderEliminarAcho a Alexandra Lencastre mais feia, assim. Eu nem a reconheci, quando a vi numa revista.
É uma pena que as pessoas não consigam aceitar o inevitável.
Às vezes mulheres bonitas, mesmo com as rugas e depois ficam feias e artificiais com as plásticas.
Mas enfim, são opções!
Um beijinho e bom fim-de-semana
Oh Caro P. Rufino,
ResponderEliminarCom este seu post fazia-se um número de revista! Ou quase, até, uma revista inteira.
O que eu já me diverti a ler. Quase se imaginam as cenas. A da sua tia é impagável. No meio de figuras como a Alexandra Lencastre ou a Ana Salazar, imagino um personagem com a sua tia. Irresistível. E a sua conhecida dos lábios engrossados também compunha um belo número, oh se dava.
Aqui há tempos uma colega fez uma plástica nas férias. Quando regressei alguém me chamou a atenção para isso, que tinha sido um balúrdio, etc, etc. Fiquei cheia de curiosidade. Afinal, quando a vi achei-a igual, igual. Ao fim de algum tempo ela disse-me que tinha querido uma coisa muito natural, que não tinha querido desfigurada. Mas tão natural foi, que não se dava por nada. Gastou dinheiro para ficar igual...
A Ana Salazar e a Alexandra Lencastre seguiram a linha oposta, foi mexer à vontade e agora estão estranhas. Não se pode dizer que estejam melhores. Gastam dinheiro e sofrem (porque estas coisas devem doer) para ficar piores do que estavam antes. Porquê?
Custa a perceber estas opções ou então não foi opção, foi apenas uma coisa que correu mal.
Quanto à Luciana Abreu, já me fez rir com essa da jeropiga. É capaz de ter razão, entre o light e o brejeiro, com o seu quê de popular. Boa escolha.
Espero que o jantar desta noite tenha sido agradável.
Bom sábado, P. Rufino!
Olá GL,
ResponderEliminarConcordo consigo. Uma mulher de 40 ou 50 ou 60 anos ou mais já viveu mais que uma de 20 ou 30, tem outra maneira de estar, tem uma vivência diferente, é tudo diferente. Por isso, parecerá despropositado que se apresente com uma cara repuxada e uns lábios arrebitados como se tivesse 15.
E tanto se repuxam, tanto enchem maças do rosto e lábios, que às tantas estão todas parecidas. Coisa esquisita.
É tão bonito uma pessoa a parecer a idade que tem.
Tem é que ser tudo coerente: o rosto, o corpo, a maneira de ser, a maneira de estar. Aí reside a beleza maior, a da harmonia.
Eu gosto de me arranjar, ponho uma sombra nos olhos, geralmente rimel, por vezes um tom nos lábios, gosto de me vestir de uma maneira que me faça sentir bem. Mas vejo bem algumas rugas, alguma menor consistência nos tecidos, alguns cabelos brancos. Mas não me incomodo com isso. É a vida e ainda bem que estou viva. Se fosse coisa que eu, em casa, pudesse repuxar um bocadinho para atenuar alguma ruga ou puxar um pouco para cima, ainda era capaz de fazer... Mais do que isso, cirurgias, repuxanços, gastar dinheiro, etc, ná, nessa não me apanham...
Um beijinho, GL, e um bom sábado!
jrd, olá,
ResponderEliminarEssa da Ana Salazar estar parecida com o Berlusconi é o máximo... Estou a escrever e a rir-me pois estão mesmo arraçados. E devem ser ambos moços para a mesma idade, não? Tanto se disfarçam que já ficamos mesmo a pensar que, de facto, são capazes de andar pelos três dígitos.
Esse, então, repuxou-se tanto que já mal abre os olhos. E agora anda com o nariz todo encarnado. Deve ter puxado tanto a pele que aquilo já deve ser quase uma película.
Já o meu marido diz que a Alexandra Lencastre se pôs parecida com a Tita Balsemão.
Que opções mais bizarras, não é?
Um abraço, jrd, e tenha um belo sábado!
Olá Isabel,
ResponderEliminarEu ontem, quando fui à procura, vi fotografias dela, agora depois da intervenção, mas sem maquilhagem, e estava tão estranha, tão estranha que mal a reconheci. Acabei por escolher uma das melhores para não ser desagradável para ela, porque, para dizer a verdade, custa-me muito isto. Não é possível que ela não se olhe ao espelho e não fique arrependida. Custa-me pensar que uma mulher tão bonita, tantas faça que acabe fisicamente estranha e com problemas a nível psicológico. Olho e sinto um bocado de pena.
São opções que apenas dizem respeito aos próprios mas, sendo figuras públicas, é difícil não repararmos.
Enfim...
Um beijinho, Isabel, e um bom sábado!