Foi há tanto tempo que a memória já não é exacta. De qualquer forma, a memória não tem que ser exacta, quanto mais ficcionada mais gostosa. (E, dito isto, salvaguardo-me, pois, a ser tudo verdade o que vou contar, alguns de vocês poderiam achar que gosto de dançar no arame).
Os tempos andavam agitados mas o meu coração ainda mais agitado andava. Por isso, todo o frenesim exterior me parecia quase irrelevante quando comparado com o que se passava na minha vida.
Eu namorava um poeta cantor, letrado, professor, revolucionário, cantos livres e muita intervenção cultural. Ele era um pouco mais velho que eu, era financeiramente independente e queria casar comigo o quanto antes. Eu era uma adolescente com vontade de ser adolescente e dizia-lhe que, quando começasse a trabalhar, logo pensaríamos nisso.
Todo ele era paixão, devoção, exaltação.
Todo ele era paixão, devoção, exaltação.
Eu também mas, nessa altura, não unicamente por ele. Uns tempos antes tinha-me cruzado com um outro rapaz que tinha olhado para mim de uma forma que me prendeu irremediavelmente, uma forma entre o atento e o cobiçoso. Esse outro tinha um corpo, um rosto, um andar, e um olhar que faziam muito o meu género. Eu não o conhecia, nem ele a mim, mas a faísca foi mais forte do que a prudência, do que a sensatez. Apenas uns tempos depois dessa primeira e perigosa troca de olhares começámos a falar, em meados de Setembro. E tornámo-nos inseparáveis. Claro que o informei da minha situação de namorada de outro. Ele disse que não se importava, que não era ciumento. Ao meu namorado também informei que tinha um amigo com quem gostava muito de conversar. Ao princípio, isso não o incomodou. Mas, tudo isto, acho que já o contei aqui, não vou repetir-me.
Tinha, entretanto, um colega, era de outro curso mas tínhamos uma disciplina em comum, acho eu. Vou aqui referi-lo por ZH para que a leitura deste texto não se torne confusa. Ele tinha vindo de Moçambique e estava sozinho em Lisboa (a família tinha ido para Castelo Branco), e o facto de vir de África, parecendo que não, traduzia-se numa outra coisa, um arejamento face aos meus colegas de faculdade, uns chatos, uns marrões. Este queria descobrir Lisboa, era ávido de conhecimento, gostava de cinema, de livros, era divertido, e, nos intervalos das aulas, e ao almoço e sempre que eu estava disponível, estava com ele. Era alto, louro, bonito. Gostava imenso de conversar com ele, sentia por ele verdadeira amizade; mas talvez ele sentisse por mim algo mais (nunca aprofundei). O que sei é que quer o meu namorado, quer o meu novo e especial amigo embirravam solenemente com ele. O meu namorado tinha uns ciúmes destravados apesar de eu lhe garantir que cabelo louro em homem não faz parte da minha lista de preferências (excepto se o homem for o Brad Pitt mas, naquela altura, ainda não podia usar essa referência) e o meu novo amigo (com quem, devo dizer em abono da minha reputação, ainda não havia contacto físico para além do estritamente necessário) também não o suportava, achava que o fulano era insistente e parvo (isto apenas porque quando chegava ao pé de mim nos via a conversar).
No dia de que vos falo, 25 de Novembro, havia uma agitação no ar. Falava-se em contra-revolução, em pára-quedistas, em aviação, em Jaime Neves, em Ramalho Eanes, nomes assim. Havia aviões nos céus de Lisboa, um ambiente de ameaça. Recomendava-se que se ficasse em casa.
Mas, justamente, esse era o dia da semana mais complicado para mim. Depois de almoço, o meu namorado vinha ter comigo e estávamos juntos até às cindo da tarde. Depois, eu tinha aulas de inglês no British Council e ele ia lá levar-me. Quase sempre dizia que nesse dia não iria dar aulas para ficar à minha espera e para ficarmos juntos o resto do dia. Eu pedia-lhe que não, que não deixasse os alunos à espera, que fosse responsável, que um professor baldas é do pior que há, e sei lá que mais argumentos usava. A questão é que às seis, à porta do dito British Council eu tinha à minha espera o outro, o tal que tinha um andar que era um misto de desportista e de modelo e que tinha cara de Cristo de Zeffirelli em versão bem morena de olhos castanhos claros. Nesses dias, quando saía da aula de inglês, tremia com receio que estivessem os dois à minha espera (não se conheciam um ao outro, não dariam por isso, mas eu... o que faria nessas circunstâncias?).
Por isso, nesse dia, eu estava com o meu amigo ZH (que sabia da minha atarefada vida amorosa e que achava que eu me arriscava demais). Com o ambiente de burburinho que havia no ar, ele não me queria deixar sozinha, achava que eu não devia estar na rua, achava que eu devia ir para a casa onde vivia nessa altura, na Artilharia Um. Mas a Artilharia Um tinha um quartel, tinha por perto o Rádio Clube Português, sempre uma agitação nestas alturas. Além disso, eu temia que os dois, o meu namorado e o outro, aparecessem por lá, para me resgatar ou outra qualquer façanha amorosa.
Devo fazer notar que nesses remotos tempos ainda não havia telemóveis, pelo que gerir situações deste tipo requeriam uma imaginação e uma agilidade extraordinárias.
Por essa altura, o meu namorado já andava a ficar agastado com o facto de eu tanto passear ou ir ao cinema com o meu amigo e ameaçava dar-lhe uma tareia e o cristo de olhos cor de mel já dizia que estava farto do meu namoro e que já era mais que tempo de eu pôr um fim a isso. Por isso, sopesado o risco de o dia vir a descambar numa cena entre os dois, resolvi que o melhor era afastar-me da boca de cena e recolher a casa dos meus pais.
Liguei para casa do cristo. Não estava. Atendeu-me a mãe. Pedi-lhe, então, o favor de transmitir ao filho que, face à situação, me ia embora pelo que, se pudesse, avisasse o avisasse para não ir ter comigo à tarde. Disse-me que duvidava que ele fosse a casa pelo que, com certeza, não lhe poderia dar o recado.
Com o meu namorado, a coisa era ainda mais difícil. Estava na faculdade e, de lá, viria ter comigo. Não tinha como avisá-lo. Então escrevi numa folha um recado. Começava por me dirigir a eles, escrevendo a inicial (o nome de ambos começa pela mesma letra), depois disse, mais coisa menos coisa: 'Pelo sim, pelo não, vou para casa dos meus pais. Liga para lá quando puderes' e assinei só com a inicial do meu nome. Depois colei no portão da entrada.
O ZH, amigo cuidadoso, disse que me ia levar a casa dos meus pais, que não ia deixar-me ir sozinha, nem pensar, que não se sabia o que ia acontecer. Não aceitei. Não queria era que ele fosse, aumentando ainda o risco de confusão. Podia depois demorar-se por lá e, às tantas, algum dos outros dois, lendo recado, ainda aparecer por lá. Mas ele não desistia. A presença dos aviões lembrava que podia haver confusão, os mais alarmistas falavam em risco de guerra civil mas eu queria lá saber disso, queria era ir sozinha, queria afastar-me do risco. No entanto, o risco que eu temia era que aparecessem todos ao mesmo tempo e armassem confusão.
Fomos a pé até à paragem de autocarro e a custo lá consegui que me deixasse seguir viagem sozinha.
Quando cheguei, fui ter com a minha mãe à escola. A vida ali continuava com normalidade, a guerra acontecia apenas em Lisboa. A minha mãe quando me viu ficou toda contente, tinha ouvido falar em contra-revolução e coisas do género e, estando eu ao pé dela, ficava mais descansada. Deixei-me ficar por lá, há muito tempo que não via a minha mãe no meio dos miúdos.
Às tantas, bateram à porta. Era uma contínua (dantes chamava-se assim; agora não sei), com ar muito intrigado: 'Professora, está lá em baixo um rapaz. Diz que vem à procura da sua filha.'.
Caíu-me o coração aos pés. Qual deles seria...? E que medo que, às tantas, aparecesse mais do que um, que barraca, e logo ali, na sala de aula da minha mãe.
Intrigada também eu, lá fui. A minha preocupação era tirá-lo dali para fora, fosse ele qual fosse. E assim fiz.
Nota: Perguntei há bocado ao meu marido o que tinha feito no dia 25 de Novembro. Ficou muito admirado com a pergunta. Como seria de esperar, não faz ideia.
As imagens representam mulheres como eu, etruscas.
Hoje, no Ginjal, as minhas palavras falam de um outono muito especial, o outono que pela primeira vez atravessei com o meu amor, e as minhas palavras chegam-se às de Fernando Assis Pacheco que também fala de outono. A música, por lá, está a cargo de mais um compositor barroco, o alemão Johann Jakob Froberger, que veio pela mão de um Leitor a quem daqui também muito agradeço. É com todo o gosto que vos convido a irem até lá.
No dia de que vos falo, 25 de Novembro, havia uma agitação no ar. Falava-se em contra-revolução, em pára-quedistas, em aviação, em Jaime Neves, em Ramalho Eanes, nomes assim. Havia aviões nos céus de Lisboa, um ambiente de ameaça. Recomendava-se que se ficasse em casa.
Mas, justamente, esse era o dia da semana mais complicado para mim. Depois de almoço, o meu namorado vinha ter comigo e estávamos juntos até às cindo da tarde. Depois, eu tinha aulas de inglês no British Council e ele ia lá levar-me. Quase sempre dizia que nesse dia não iria dar aulas para ficar à minha espera e para ficarmos juntos o resto do dia. Eu pedia-lhe que não, que não deixasse os alunos à espera, que fosse responsável, que um professor baldas é do pior que há, e sei lá que mais argumentos usava. A questão é que às seis, à porta do dito British Council eu tinha à minha espera o outro, o tal que tinha um andar que era um misto de desportista e de modelo e que tinha cara de Cristo de Zeffirelli em versão bem morena de olhos castanhos claros. Nesses dias, quando saía da aula de inglês, tremia com receio que estivessem os dois à minha espera (não se conheciam um ao outro, não dariam por isso, mas eu... o que faria nessas circunstâncias?).
Por isso, nesse dia, eu estava com o meu amigo ZH (que sabia da minha atarefada vida amorosa e que achava que eu me arriscava demais). Com o ambiente de burburinho que havia no ar, ele não me queria deixar sozinha, achava que eu não devia estar na rua, achava que eu devia ir para a casa onde vivia nessa altura, na Artilharia Um. Mas a Artilharia Um tinha um quartel, tinha por perto o Rádio Clube Português, sempre uma agitação nestas alturas. Além disso, eu temia que os dois, o meu namorado e o outro, aparecessem por lá, para me resgatar ou outra qualquer façanha amorosa.
Devo fazer notar que nesses remotos tempos ainda não havia telemóveis, pelo que gerir situações deste tipo requeriam uma imaginação e uma agilidade extraordinárias.
Por essa altura, o meu namorado já andava a ficar agastado com o facto de eu tanto passear ou ir ao cinema com o meu amigo e ameaçava dar-lhe uma tareia e o cristo de olhos cor de mel já dizia que estava farto do meu namoro e que já era mais que tempo de eu pôr um fim a isso. Por isso, sopesado o risco de o dia vir a descambar numa cena entre os dois, resolvi que o melhor era afastar-me da boca de cena e recolher a casa dos meus pais.
Liguei para casa do cristo. Não estava. Atendeu-me a mãe. Pedi-lhe, então, o favor de transmitir ao filho que, face à situação, me ia embora pelo que, se pudesse, avisasse o avisasse para não ir ter comigo à tarde. Disse-me que duvidava que ele fosse a casa pelo que, com certeza, não lhe poderia dar o recado.
Com o meu namorado, a coisa era ainda mais difícil. Estava na faculdade e, de lá, viria ter comigo. Não tinha como avisá-lo. Então escrevi numa folha um recado. Começava por me dirigir a eles, escrevendo a inicial (o nome de ambos começa pela mesma letra), depois disse, mais coisa menos coisa: 'Pelo sim, pelo não, vou para casa dos meus pais. Liga para lá quando puderes' e assinei só com a inicial do meu nome. Depois colei no portão da entrada.
O ZH, amigo cuidadoso, disse que me ia levar a casa dos meus pais, que não ia deixar-me ir sozinha, nem pensar, que não se sabia o que ia acontecer. Não aceitei. Não queria era que ele fosse, aumentando ainda o risco de confusão. Podia depois demorar-se por lá e, às tantas, algum dos outros dois, lendo recado, ainda aparecer por lá. Mas ele não desistia. A presença dos aviões lembrava que podia haver confusão, os mais alarmistas falavam em risco de guerra civil mas eu queria lá saber disso, queria era ir sozinha, queria afastar-me do risco. No entanto, o risco que eu temia era que aparecessem todos ao mesmo tempo e armassem confusão.
Fomos a pé até à paragem de autocarro e a custo lá consegui que me deixasse seguir viagem sozinha.
Quando cheguei, fui ter com a minha mãe à escola. A vida ali continuava com normalidade, a guerra acontecia apenas em Lisboa. A minha mãe quando me viu ficou toda contente, tinha ouvido falar em contra-revolução e coisas do género e, estando eu ao pé dela, ficava mais descansada. Deixei-me ficar por lá, há muito tempo que não via a minha mãe no meio dos miúdos.
Às tantas, bateram à porta. Era uma contínua (dantes chamava-se assim; agora não sei), com ar muito intrigado: 'Professora, está lá em baixo um rapaz. Diz que vem à procura da sua filha.'.
Caíu-me o coração aos pés. Qual deles seria...? E que medo que, às tantas, aparecesse mais do que um, que barraca, e logo ali, na sala de aula da minha mãe.
Intrigada também eu, lá fui. A minha preocupação era tirá-lo dali para fora, fosse ele qual fosse. E assim fiz.
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Nota: Perguntei há bocado ao meu marido o que tinha feito no dia 25 de Novembro. Ficou muito admirado com a pergunta. Como seria de esperar, não faz ideia.
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As imagens representam mulheres como eu, etruscas.
Hoje, no Ginjal, as minhas palavras falam de um outono muito especial, o outono que pela primeira vez atravessei com o meu amor, e as minhas palavras chegam-se às de Fernando Assis Pacheco que também fala de outono. A música, por lá, está a cargo de mais um compositor barroco, o alemão Johann Jakob Froberger, que veio pela mão de um Leitor a quem daqui também muito agradeço. É com todo o gosto que vos convido a irem até lá.
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Tenham, meus Caros leitores, uma bela semana a começar já por segunda feira.
Francamente migona! Não lhe passava pela cabeça que ter um monopólio desses era uma ofensa para as outras raparigas?
ResponderEliminarCom a sua presente vivacidade e inteligência deixa ver bem o que foi a sua juventude.
Devastadora de corações é o que era. E eles a cairem aos seus pés como tordos. Desmarmelados, pelo beicinho, um horror coitadinhos. Mas no meio disso tudo, uma perguntinha - algum desses era o seu marido?
Beijos e abraços
ResponderEliminarOlá,UJM
Então, uma costela etrusca, hein?!! hahaha...Foi um deleite ler este seu texto. Um 25 de Novembro mais movimentado e arriscado que o de Ramalho Eanes & Compª. Parece-me que vem aí continuação, não é? Pois, porque fiquei sem saber qual deles é que teria chegado...
:))
Bjs
Olinda
Olá, boa noite,
ResponderEliminarSou também noctívaga, gosto de andar por aqui a saltitar de um lado para o outro "à rédea solta" como diz, pela noite fora. Também gostava que a noite não acabasse, mas assim é preciso.
Mais uma vez vim dar um olhinho ao seu post desta noite e surpreende-me sempre com a sua grande imaginação... e a ser verdade...que bela foi a vida, na adolescência!!! Li a sua história desse célebre 25 de Novembro e quando cheguei ao fim dei uma boa gargalhada por ter conseguido livrar-se tão airosamente dessa trapalhada de encontros e desencontros...
Também me trouxe à memória o portão do British Council onde o meu marido me foi buscar tantas vezes.
Gostei muito desta partilha.
Uma boa semana de trabalho com um grande beijinho.
ME
Olá Teresa-Teté,
ResponderEliminarAs minhas amigas diziam para eu não ser açambarcadora; mas eu não era. E gerir situações assim é uma canseira, um stress, só visto...
Mas não se esqueça que a minha memória me pode estar a pregar algumas rasteiras. Se calhar não foi bem assim... sei lá, já foi há tanto tempo.
De uma coisa tenho eu cuidado. Não lhes ponho nomes para não me acontecer como à Filomena Mónica que escreveu as memórias, com todas as letras, e depois todos os amigos, ex-namorados e familiares cortaram relações com ela.
Mas, por ser para si, faço-lhe a vontade: sim, um deles veio a ser meu marido. Ainda tem o mesmo andar, o mesmo olhar, o mesmo jeito. O cabelo é que já não se parece com o do Cristo de Zefirelli. Mas, enfim,também não sabemos se não caíria o cabelo a Cristo se tivesse vivido mais uns anitos...
(Só espero que ele não leia isto, senão ainda me rifa)
:))
Um beijinho, Teresa-Teté!
Olá Olinda,
ResponderEliminarPode crer. Os aviões a voarem em cima de mim e eu só pensava é se, no meio daquela 'guerra', ainda se alterava a programação habitual que permitia que 'os meus rapazes' se mantivessem em horários estanques.
Um dia, pouco depois do 25 de Novembro, esteve mesmo para haver batalha campal. E eu que detesto cenas de pancadaria. Lá se evitou mas foi uma maçada.
Uns esquisitos, uns picuinhas, é o que é. Eu é que tinha o trabalho todo para gerir tão complicada agenda e eles é que se amofinavam todos.
Por causa disso, ao fim de algum tempo tive mesmo que me resolver por um deles e abdicar do outro. Paciência.
Tivesse eu vivido noutros tempos... Por isso não sei se é costela etrusca ou se é mais que uma.
Desfaço a sua dúvida: quem chegou foi o meu namorado (da altura). Só por eu estar tão atarantada e tão receosa que eles se encontrassem é que pensei que podia ser algum dos outros pois, nessa altura, apenas ele sabia onde era a escola onde a minha mãe dava aulas.
Mas, enfim, Olinda, a memória enfeita os factos. Se calhar não foi nada disto...
Como é que se faz um smile a piscar um olho?
Não sei. Faço igual ao seu :))
Um beijinho, Olinda!
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarPara eu saber se foi tudo exactamente assim teria que cruzar informações com os envolvidos. Um não se lembra de nada mas, para dizer a verdade, nesse dia ele não entrou em cena. Provavelmente a mãe conseguiu dar-lhe o recado.
De um dos outros perdi o rasto. Há tempos vi que foi a um jantar da faculdade. Mas eu não vou a esses jantares. Eles todos gordos, barrigudos, carecas e elas velhas, com ar de avós. O que é que eu, ainda um menina danada para a brincadeira, vou lá fazer?
Quanto ao outro, sei onde ele pára mas não me arrisco a aproximar-me.
Por isso, vai ver, isto ainda são tudo mas é histórias que saem da minha cabeça.
Mas que o belo cristo de olhos cor de mel me ia esperar junto ao gradeamento do British Council isso é verdade de certeza, isso ele confirma. Já era noitinha quando eu saía de lá, já não se via tão bem como se fosse de dia e, por isso, antes de ir ter com ele, olhava primeiro para todos os lados a ver se não havia mais nenhum mouro na costa.
Sabe que mais, Maria Eduardo? Divertia-me antes e divirto-me, ainda, agora.
Hoje estou com vontade de fazer smiles. :)))
É boa a vida se for vivida com prazer, sem sentimentos de culpa, com boa disposição.
Um beijinho, Maria Eduardo, e uma boa semana para si!
Olá UJM :)
ResponderEliminarObrigada pela partilha destas memórias, o que já me ri hoje...
Faz-me muito bem... Divirto-me sempre com tudo o que escreve, que "bom viver sem sentimentos de culpa, com prazer e boa disposição".
Bom dia com muitas Energias Positivas! Beijinho Lia
What a story!
ResponderEliminarBom, se essa personagem não é ficcionada (penso que não), eu diria que nós andámos pelos mesmos sítios!
Também andei no British Council, de 75 a 78, e lembro-me bem do portão de saída.
Lembra-se das filas intermináveis para as inscrições?
Os primeiros livros que li em inglês foram da bib do BC, e foi também lá que vi o meu primeiro filme sem legendas. Foi difícil, uma coisa era ler, outra ouvir e perceber tudo!
Adivinhe lá com quem era o filme?
Claro, com a Julie Christie!
Era o 'The Go-between', do Joseph Losey, com ela e o Alan Bates (fui confirmar ao google).
Nunca me esqueci do filme, só que tenho a sensação que o vi a p/b e não a cores (enfim já são 61 anos, a memória já não é o que era).
Relativamente à Rua Artilharia Um, já lhe tinha contado que, antes de ir para Sines, trabalhei no sexto piso do edifício que fazia esquina com a Duarte Pacheco.
Era só descer no elevador e almoçava no La Trattoria (poucas vezes, era assim para o carote), ou no Sol Parque, um café restaurante muito agradável que fazia uns bitoques muito bons e baratos (especiais, diziam eles, para as meninas da cnp).
Adorava descer a Joaquim António de Aguiar até ao Marquês, quando os Jacarandás estavam em flor, e no período da feira do livro (que me lembro de ser na Av. da Liberdade), ia lá todos os dias com algumas colegas.
Também íamos às sessões das 7 dos cinemas, e aos ballets da Gulbenkian ao fim da tarde.
Lembro-me de ver o Quebra-Nozes duas vezes numa semana (com solistas diferentes), mas nem que fosse com os mesmos, foram as minhas primeiras idas ao ballet e fiquei fascinada!
Quando me ponho a falar da minha terra, a minha amada Lisboa, sinto tanta saudade que até doi!
Quanto a si, amiga, se ficou com o Cristo, acho que ficou muito bem!
Beijo.
Antonieta
Olá jeitinho,
ResponderEliminaradorei o post, jeitinho malandreca, isso é que era animação.
Também não gosto de jantares de antigos colegas, não sei por que será mas não me convidem.
Beijinho Ana
Excelente texto, como é habitual , com um final "aberto" notável ao não revelar qual dos seus três amores se apresentou na escola da sua Mãe!
ResponderEliminarOs leitores que ponham lá que quem melhor lhes aprouver!
A propósito, ou não, nunca a vi na Ritz!!!!
um abraço
Olá Amiga,
ResponderEliminarQue divertida deve ter sido essa sua adolescência amorosa!
O País numa situação tão difícil e a minha amiga a ter de resolver um problema desses, vá-se lá saber porquê?
Beleza feminina...só pode ser.
Ficou certamente com a pessoa certa, isso é o mais importante.
Muito bom o post, quer tenha sido exactamente assim ou não.
Será que os envolventes ainda se lembram dessa passagem das suas vidas?
Excluindo o seu "Cristo" obviamente!
Diverti-me imenso ao ler, no final fez-me rir...pensava serem os olhos cor de mel que a estavam procurando...
Não perca nunca a boa disposição.
Desejo-lhe uma óptima semana.
Um abraço.
MCP
Ainda volto hoje porque depois de ler tudo sobre a "rapaziada", vejo que é mais ou menos tudo do meu tempo. Então e eu que trabalhei 25 anos na Portucel na Av. Joaquim António de Aguiar, junto ao Marquês, hoje o prolongamento do Hotel Fénix, não é que andei pelos mesmos lugares? Devemos ter-nos encontrado muitas vezes. Que pena não nos conhecermos desse tempo. Devia ser uma coisa linda. Qual delas a pior, ou melhor, depende.
ResponderEliminarAbraços a todas e já agora a todos.
Amiga:
ResponderEliminarAchei imensa piada à história. Fez-me imaginar as cenas todas.
Pedaços de vida.Da sua vida.
Abraço grande
Mary
Que bela aventura, que poderia ter terminado numa engraçadíssima desventura.
ResponderEliminarMas cara Amiga, quem resiste a alguém "que tinha cara de Cristo de Zeffirelli em versão bem morena de olhos castanhos claros."?
Abraço.
Que interessante história, esta sua, ou do seu 25 de Novembro á época, que aqui nos relata! Incrível, mas não me lembro do que fiz nesse dia. Mas é que não me recordo de todo! Lembro-me do que foi esse dia do ponto de vista político/militar. Também, se nem disso me lembrasse, muito mal estaria! Mas nada mais. Das duas uma: ou, no (meu) plano pessoal nada havia que merecesse ser recordado (de acordo com o conteúdo da minha caixa craniana), ou estou a ficar chachas. Temo pela última hipótese. Pode muito bem ser. E, recuando no tempo, até me lembro que tinha um namoro, mas não consigo lembrar-me se estive ou não com ela, ou o que fizemos. Mas que coisa incrível. Será que me está a dar o “alemão”? Bom, o que me vale é que sou dado, por vezes, a estas coisas. Ou esqueço-me, ou faço tremendas confusões. Aqui há uns tempos, tendo optado pelo comboio no percurso Cascais-Lisboa-Cascais, deu-me, sei lá porque razão (!) cumprimentar um tipo que ali também seguia viagem, julgando conhece-lo, ainda que, por muito esforço que solicitasse à minha pobre memória, não conseguisse localizar de onde. E lá falámos. Ou melhor, falei, pois o fulano, educado, limitou-se a entreter conversa. E foi aí, a certa altura, que percebi, quando ele referiu qualquer coisa, que se calhar nunca o tinha visto na vida. Mas até nos despedimos (!), á chegada a Cascais: “um prazer. Até à próxima!” Só mais tarde “realizei” que tinha “metido a pata na poça!”Já uma vez, anos atrás, num passeio com minha Mulher em Espanha, entrámos num hotel a saber de quartos: “que não, estavam esgotados”. Mais volta menos volta, encontrámos um "novo hotel" (no que era afinal tão só uma outra porta de entrada do mesmo hotel anterior!!) e, apesar de alertado por minha Mulher, achei que era outro e lá fui, todo afoito, fazer a mesmíssima pergunta, tendo recebido a seguinte resposta: “cavalheiro, já, há pouco tempo, quando aqui veio, o informámos de que estávamos cheios. Não há quartos vagos!” E, não goze comigo, tive uma cena idêntica à do hotel, também há uns anos, na Baixa lisboeta, quando pretendia comprar uns sapatos. Como tinha duas portas, para ruas diferentes (hoje não existe) entrei numa e depois pela outra, minutos depois (!), para comprar um par de sapatos. Só me lembrava da cara da rapariga...que eu julguei conhecer (?), pudera, tinha sido ela a tender-me antes, até que me disse que “o que eu queria não tinham, como já me tinha dito há pouco!”.
ResponderEliminarDaí, compreensivelmente, não me recorde do que fiz no tal 25-11-1975, um dia que – politicamente - recordo bem.
Mas adorei ler esta sua história!
E nisto pus-me a falar de coisas que nada tinham a ver com este seu interessante Post!
P.Rufino
Olá,
ResponderEliminarAinda, só mais uma pitadinha, porque é bom recordar: Sabe que frequentei o BC de 1971 a 74,no período pós-laboral, e o 25 de Novembro foi em 75. Se a UJM já lá andava em 74, provavelmente estivemos lado a lado muitas vezes naquele portão, à espera dos nossos amores.
Uma das suas leitoras menciona o filme "The Go-between" pois há dias fui encontrar na minha casa de Lisboa o livro do mesmo nome, misturado com tantas outras memórias do BC desses tempos! Enfim,já lá vão muitos anos.
Também, um dos meus empregos foi na Av.J.António de Aguiar, numa empresa do mesmo ramo da empresa de uma das suas Leitoras...
Certamente que percorremos os mesmos caminhos,nesses tempos, lado a lado sem nos conhecermos.
Mais uma vez a sua história, quer tenha sido toda verdadeira ou um pouco ficcionada foi muito interessante, cómica e de muito suspense!Conte mais!!!!!
Um grande beijinho
ME
São dignas de admiração as mulheres Etruscas, pela sua personalidade e capacidade de afirmação.
ResponderEliminarQuanto ao 25 de Novembro, o outro, também eram "três" os protagonistas, só que a história ficou muito mal contada, ao contrário da sua que, como sempre, se lê sem que restem dúvidas.
Abraço
Olá Jeitinho!
ResponderEliminarAcabei de ler o comentário do P.Rufino e ainda não parei de rir!
Não me diga que a loja era a "Lanalgo: 3 entradas para uma saída feliz!"
Se era realmente a Lanalgo, ainda perdeu uma terceira oportunidade de chegar à menina dos sapatos.
Obrigada por este momento tão divertido!
E a pergunta do dia é:
Onde é que você estava no 25 de Novembro?
Bjs
Antonieta
A todos,
ResponderEliminarNão se admirem de eu ir agora dar respostas muito curtas. É quase meia noite e amanhã tenho que me levantar muito cedo e tenho que estar em forma. Por isso, para ver se ainda consigo escrever algum post, o que duvido, vou responder telegrafiacamente.
E que pena, que hoje isto está tão animado...
Olá Lia,
ResponderEliminarQue bom saber de si. Espero que esteja tudo bem consigo.
Eu sou mesmo assim, rio-me sozinha. Ainda hoje estava na fisioterapia, de frente para um espelho e, ao lembrar-me de algumas coisas, desatei-me a rir. E depois vi-me, ali, ao pé de outras pessoas a rir sozinha. E uma rapariga que estava ao meu lado também de frente para o espelho desatou a rir de me ver a rir. E às tantas as duas já estávamos a rir, todas divertidas, eu a fazer equilíbrio e ela a 'brincar' com uma bola.
Andarmos chateadas só se for indispensável.
Um beijinho e vá dando notícias, Lia.
Olá Antonieta,
ResponderEliminarAqui tinha um dia inteiro para falar. Andei em 75, fiz exame e entrei para o 5º ano. Fiz o 1st certificate. havia uma fila que dava a volta ao quarteirão. Tive uma professora amorosa velhinha e também um homem alto, um british a sério. Mr. Taylor, seria?
Quando comecei a trabalhar alguns anos depois, trabalhei durante muito tempo na zona das Amoreiras. Almocei muitas vezes na Trattoria, e frequentei-o muito ao fim de semana com os miúdos. Quando andava na faculdade, pousava muito no Sol Parque. Ficava junto à janela que dava para a avenida. Uma vez rebentou uma lâmpada fluorescente do tecto mesmo em cima do meu marido, na altura recém-namorado. Não sei como, escapou ileso. Parecia milagre. Vai ver é porque foi confundido com Cristo... (e que nenhum católico fundamentalista me esteja a ler).
Nessa altura frequentava muito a esplanada do parque Eduardo VII, linda, um lago maravilhoso.
E a Gulbenkian também.
E, quando trabalhava, ia muito ao Castil e por aí.
Ou seja, andámos pelas mesmas bandas, mesmo.
PS: O Hashiko já cá canta.
Um beijinho, Antonieta
Olá Ana,
ResponderEliminarEntão já somos duas.
Eu sei porque não vou: não sou saudosista, não me prendo demasiado ao passado. Gosto de recordar as coisas boas mas, acima de tudo, falta-me é o tempo para tudo o que ainda tenho pela frente.
Há tempos fui convidada para dar uma palestra ou uma aula ou lá o que foi aquilo e, para me fazer uma surpresa, quem me foi buscar à porta da faculdade foi uma colega minha de faculdade. Credo, fazia três ou quatro do que era. E ela a dizer que eu estava igual. E eu a saber que igual não estou, nem pouco mais ou menos ... mas eu a ela o que podia dizer? Não ia dizer o mesmo, era uma mentira descabida. Agora imagine-se eu no meio de dezenas de pessoas que já mal conheceria, de certeza... Não tenho paciência.
Um beijinho, Ana e haja alegria.
Olá Joaquim Castilho,
ResponderEliminarAgora com essa é que me baralhou. Na Ritz? Qual? O restaurante do Ritz, a Varanda? Não deve ser isso...
Há um Ritz Club no Cais Sodré mas não sei se nos idos de 75 já havia nem sei se era a mesma coisa. Mas nunca lá fui, nem antes, nem depois. Sou mais de ar livre e nessa altura ainda mais, não era de andar em discotecas ou coisa do género. Mas não sei se era a isso que se referia.
Mas fico contente que tenha gostado de ler. Obrigada.
Um bom dia!
Olá MCP,
ResponderEliminarO meu marido leu o que escrevi, claro. Perguntei-lhe se tinha gostado e encolheu os ombros ao de leve e disse, a rir, 'os teus filhos é que lá vão ficar outra vez a achar que a mãe não era lá muito boa da cabeça'.
De vez em quando, quando me excedo na imaginação ou na descrição de alguma peripécia, eles ficam meio encabulados. A minha filha diz que ler algumas dessas coisas é meio constrangedor (mas ri-se). O meu filho diz que se alguma amiga ou amigo o avisa 'a tua mãe hoje...' já ele sabe que o melhor é nem ler.
Eu farto-me de rir com isto. Mas já estão habituados.
Mas hoje respondi ao meu marido que eles, na adolescência, também foram frescos. E acrescentei que saíam à mãe porque, quanto ao pai, não se sabe, nunca se descoseu. Por mais que o interroguemos nunca se descose...
(Ele detesta que eu fale dele aqui mas acho que não lê os comentários, por isso posso falar à vontade)
Um beijinho, MCP!
Olá Teresa-Teté,
ResponderEliminarComo verá pelo que escrevi acima, confirmo que muito andei por essas ruas todas, quer quando andei na faculdade, quer nos muitos anos em que trabalhei ao pé das amoreiras.
Se fizesse agora um filme, filmava-nos a andar ao pé umas das outras sem nos conhecermos e, depois, ao fim de vários anos, andarmos aqui 'na palheta' umas com as outras.
Tem graça, isto.
Um beijinho, Teresa-Teté.
Olá GL,
ResponderEliminarNinguém resiste.
Ou melhor, espero que todas resistam! Vou andar mas é com atenção, não vá dar-se o caso de andarem todas a caírem-lhe ainda para os braços.
Quando o vi, antes de começarmos a falar, uma vez em que ele tinha partido um braço, estava com uma ao colo e com várias de roda dele, todas a fazerem autógrafos e a escreverem gracinhas no gesso.
É que ele era tal e qual o Cristo mas era só aparência, de santinho não tinha nada. Um pecador, que só visto. Mas o melhor é não o gabar demais...
Um abraço, GL!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarO seu post é um tratado de bom humor, já estou como a Antonieta. Não quererá escrever textos humorísticos aí para a rapaziada dos stand-ups?
Então não se lembra de nada? Não sabe onde estava no 25 de Novembro?!
Mas, já viu, eu também não estou muito melhor. Sobre aquelas guerras todas não me lembro de nada, só me lembro das minhas peripécias.
Parece que foi uma data tão importante e eu nada. Do 11 de Março lembro-me, um filme de aventura à maneira. Agora o 25 de Novembro...? Não teve tanta graça, acho, mas se calhar foi porque andava tão atarefada.
Um dia feliz, cheio de bom humor.
Saudações cordiais, P. Rufino!
Olá Maria Eduardo, de novo,
ResponderEliminarLembra-se da escadaria do Britânico? Era muito bonita. Gostei de lá andar, tudo muito rigoroso, tudo muito a sério.
Artilharia Um, Rua Rodrigo da Fonseca, Rua Castilho, Brancaamp, Alexandre Herculano, Filipe Nery, Rato, foram durante muitos anos as ruas que mais frequentei. Havia lá de tudo.
Apetece-me dizer 'bons tempos' mas não sou disso. Eram bons tempos antes e estes também são, apesar de tudo. Os tempos são bons se nos sentirmos bem dentro deles, não é?
Um beijinho!
Olá jrd,
ResponderEliminarDe si as palavras vêm sempre com um toque especial. É verdade que admiro as mulheres etruscas, livres, afirmativas, autónomas. Se eu recuasse na história (e eu não sei muito de história), acho que me sentiria muito bem por lá.
Obrigada pela sua atenção aos pormenores e obrigada pelas suas palavras.
Um abraço, jrd!
Olá Antonieta,
ResponderEliminarMas isso não vale... então lança a pergunta e fica à espera?
Onde estava a menina no 25 de Novembro?
Um beijinho!
Oh Jeitinho, como eu me lembro da esplanada do Parque Eduardo Vll... acho que a especialidade deles era bacalhau à brás, e a vista era fabulosa, nunca nos apetecia voltar para o trabalho!
ResponderEliminarDe certeza que também foi ao Frascatti, não foi?
No Britânico, tive um professor magrinho, com cabelo quase branco e uns inocentes olhos azuis, quer ver que andámos na mesma turma?
Tive também uma irlandesa, Mrs. Shelagh Ferreira (que sucumbiu aos encantos de um tal Sr. Ferreira!).
Castil: Comprei muitos livros na Livraria do Castil e lembro-me que foi lá que vi O Lugar do Morto, que nem parecia um filme português, com os fantásticos (e lindos) Pedro Oliveira e Ana Zanatti.
Também nessa altura conheci a Livraria Buchholz, na Duque de Palmela, pois era a única que vendia os livros para o Deutsches Institut, onde eu andava às terças e quintas.
Fiquei fã, claro e, além dos livros, ainda lá comprei alguns LPs do von Karajan.
Depois da Bertrand, que eu adorava e onde comprei os meus primeiros Livre de poche e Penguin Books, começou a haver em Lisboa ' pequenas grandes livrarias' dentro dos centros comerciais (Apolo 70, Imaviz, Centro Comercial de Alvalade, Amoreiras, Castil, etc), onde eu me abastecia quando vinha de Sines aos fins de semana: via uns filmezitos, comprava uns livritos, e lá ia 'para baixo' toda contentinha da silva!
E como era gloriosa a chegada a Lisboa pela ponte!
Ah, também comprava discos (EPs e LPs, ainda não havia CDs), e como eu odiava aqueles estalinhos de fundo, não compreendo todo este fascínio de agora pelos velhos álbuns.
Onde é que eu estava no 25/11?
Não me consigo lembrar, provavelmente a trabalhar, passou-me completamente ao lado.
Do 11 de Março, lembro-me muito bem, era o dia dos meus anos!
Nessa altura trabalhava em Alfragide, onde havia uma base da Nato. Os comandos da Amadora ficavam relativamente perto e a movimentação aérea era intensa, pelo que nos mandaram para casa a seguir ao almoço.
Os meus colegas protestaram, queriam comer os bolinhos que tínhamos ido comprar à Pastelaria Califa (perto de Benfica) à hora do almoço e cantar-me os parabéns.
Antecipámos a festinha e fomos para casa por volta das quatro.
Resumindo, o Spínola não me conseguiu estragar o dia!
Beijinho.
Antonieta
p.s. Depois diga-nos se gostou do filme, ok?
ResponderEliminarAcho que o smile é com ponto e vírgula, assim:
;)
bem, a malta nova é que sabe destas coisas...
Agora, mais umas gargalhadas. Adorei a sua resposta.
:)))
bjs
Olinda