Pelo insólito, esta imagem poderia ser a mais marcante da manifestação do dia 15 de Setembro em Lisboa.
Caído por terra, máscara anti-gás, pedindo auxílio, enquanto as pessoas passavam |
Mas foi apenas um apontamento de graça, de boa disposição. A manifestação foi bem mais do que um somatório de bons momentos.
Foi um dia especial para o País e para mim. Para mim porque, pela primeira vez, participei numa manifestação. Para o País porque, pela primeira vez desde os inícios da democracia, os portugueses, espontaneamente, como uma enorme onda, encheram a rua para dizer de sua justiça, para protestarem, para exigirem, para mostrarem a sua força - muitos, muitos milhares de pessoas.
Como a minha mobilidade ainda não é das melhores (especialmente depois de no fim de semana passado, convencida que já estava quase bem, ter abusado um pouco e, lastimavelmente, ter retrocedido um bocado), a estratégia foi a de me fixar nuns quantos pontos e, daí, ir acompanhando a enorme maré que ia percorrendo as avenidas. Claro que aproveitei para fotografar. Centenas de fotografias, um prazer imenso. Estava a participar e a guardar testemunho. A dificuldade agora está na selecção. Ver muitas fotografias é coisa fastidiosa. No entanto, para aqueles de entre os que me estão a ler que não puderam ou não quiseram participar, talvez tenha interesse perceber o ambiente tal como eu o registei.
Faço questão de dizer que, se alguma das pessoas que aparece em alguma das fotografias abaixo, quiser que eu a retire basta que me faça chegar o respectivo pedido.
Aqui vos mostro, portanto, algumas.
Quando cheguei à Av. de Berna, junto à Gulbenkian, os passeios já estavam cheios antes da manifestação começar a desfilar.
'Passos, Gaspar e Relvas terroristas sociais' |
E, antes da hora prevista, já as pessoas se tinham posto a caminho e as ruas já se começavam a encher. Ao princípio ainda era uma gente esparsa. Saíam à rua e faziam-se à estrada, sem esperar pela manifestação. Novos, velhos, crianças. Gente de todos os extractos sociais.
A cidade é a nossa casa e a rua é o local por onde passam os nossos caminhos, e hoje ela foi o lugar da cidadania |
Devo dizer-vos que me senti, por mais do que uma vez, muito emocionada. Havia uma alegria no ar, como se as pessoas estivessem quase em festa mostrando que não permitirão continuar a ser pisadas, como se estivessem contentes por se sentirem apoiadas nessa sua luta por todos os muitos que andavam ao seu lado.
João Gil e Ana Mesquita, duas figuras conhecidas (e bonitas) |
Figuras conhecidas e muita, muita gente anónima. Parecia que as pessoas se sentiam orgulhosas. Gente livre, gente que passava batendo palmas, gritando palavras de ordem, rindo.
E, então, o mar de gente foi engrossando, milhares, milhares de pessoas, um impressionante mar de gente, uma impressionante demonstração de cidadania.
E, então, o mar de gente foi engrossando, milhares, milhares de pessoas, um impressionante mar de gente, uma impressionante demonstração de cidadania.
Um dia especial sabe melhor quando é partilhado com os nossos amigos, sejam eles quais forem |
Passavam pais com os filhos, avós com os netos, famílias inteiras, casais com os seus cães, muitos, muitos jovens, pessoas sozinhas que sorriam, sentindo-se acompanhadas. Pessoas com um porte digno, portugueses e portuguesas que mostravam que no seu peito bate um coração orgulhoso.
Imagens que ilustram a grande dignidade dos que saíram à rua para mostrarem a fibra de que são feitos |
Muitas e muitas pessoas traziam nas mão cartazes feitos à mão, alguns divertidos, alguns inspirados, alguns muito directos. Transcrevo alguns tal e qual e que me perdoem algum vernáculo mas não ia aqui, sem autorização dos autores, substituir palavras, como, por exemplo na foto abaixo, usar antes o verbo fornicar.
'Que se fodam o troika e os troikistas e os políticos terroristas' |
E a alegria e o colorido foi de todos. Dia 15 de Setembro vai ficar na história desta legislatura e na história deste período de intervenção como o dia em que gente de todas as condições saíu à rua e gritou que 'O povo unido jamais será vencido' (e o coro ecoou forte no ar e a paixão fazia vibrar o ar e eu arrepiei-me e fiquei com lágrimas nos olhos) e gritou tantos e tantos outros slogans, alguns inventados na hora.
A alegria da senhora vestida de azul, de ar festivo e juvenil, era contagiante. E que bonita ela é! |
E foi também o dia em que a inspiração se fez notar em tudo, nas palavras de ordem, nos cartazes, e na indumentária. Tirar fotografias nestas condições não é muito fácil pois as pessoas estão todas em movimento. Por isso, para captar o momento, nem sempre há tempo para a focagem ideal.
Quase Ascot... A excentricidade e o porte marcaram frequentemente a diferença, enchendo a rua de apontamentos de cor |
Quase se poderia ter feito uma reportagem apenas sobre os vários looks que hoje desfilaram nas avenidas. Quanta graça, quanta imaginação, quanta festividade.
E houve também o look Paris, o look pós-guerra, a coquetterie, a graça. |
Mas a graça e a beleza não se restringiram ao sexo feminino. Vários exemplares do sexo masculino despertaram a minha atenção. Mas, enfim, noblesse oblige, mantive-me discreta.
Quase parecia um peregrino. Mas empunhava cravos vermelhos. |
E, claro, nestas ocasiões há sempre os momentos de performance, de arte popular, há sempre alguém que vem disposto a chamar a atenção, a rir e a fazer rir.
. 'O que eles fizeram à economia portuguesa' . |
Tanta, tanta, tanta gente. Um mar de gente. E os cartazes, tantos, tantos, tão oportunos, tão directos, tão divertidos.
'+Xarope, não' |
'Estou triste...' e 'Troika que a pariu' |
'Corta Relvas e não os salários' |
'Já não basta cortar nas gorduras, temos que limpar o sebo aos políticos!!!' e 'Sinto que me estão a urinar em cima' |
'Ó Relvas vai estudar', empunhado por uma menina que, certamente, anda na escola |
'Acabaram as cenouras' e 'O limite somos nós' |
'Coelho burro' |
'Rating F para Portugal: Falido, Fodido, Farto, Fracassado' |
'Quem rouba aos pobres e dá aos ricos até a Deus....(?)' |
'Não queremos ser governados por homens de avental' |
'Não consigo apertar o cinto e baixar as calças ao mesmo tempo' |
'Quero ser feliz, porra!' e 'Eleições, já!' |
Este post já vai longo e não quero fazer como aquelas pessoas que vêm de férias e maçam os outros até à 5ª casa impingindo centenas de fotografias que não interessam a ninguém, excepto aos próprios....
Portanto, passo por cima das muitas outras fotografias que fiz e conto-vos já que, da Praça de Espanha, cheia, cheia, cheia, muita gente seguiu avenida acima a caminho de S. Bento. Tudo gente ordeira e bem disposta.
Vejo agora na televisão que houve e está a haver alguma tensão junto à escadaria da Assembleia da República. Presumo que sejam os que estavam mais animados, alguns com cervejas na mão, muita adrenalina e muita energia nos corpos jovens, vontade de prolongar a festa. Nada de mais, o normal nestas situações tanto mais que, não havendo organização (partidária ou sindicalista por trás da manifestação), o comportamento de grupos é sempre um pouco imprevisível. Mas também não faz mal nenhum que passe esta imagem, até porque é bom que Passos Coelho perceba que não pode, impunemente, pôr e dispôr da vida das pessoas. Sempre que o fizer, arrisca-se a que as ruas se agitem, por vezes um pouco mais do que a conta.
Junto à Embaixada de Espanha, uns já dispersavam, outros continuavam. Muita adrenalina ainda no ar. |
Mas o sentimento que havia no ar era o de união, uma inédita e inesperada união dos portugueses contra estas políticas, contra a desgraça que é a política de empobrecimento e quase vandalização da vida das pessoas que tem vindo a ser seguida desde que o Governo de Passos Coelho tomou posse.
Um coração português. Partido, fragmentado - mas unido, mas ainda português. |
Ao fim do dia, uma mulher descansava junto às flores, uma imagem de paciência, uma presença de cor, direita, olhando de frente, cabeça erguida. Assim seremos amanhã e todos os dias, sempre: atentos, frontais, orgulhosos. Que não esmoreçamos, que não nos voltemos a deixar amarfanhar. Que saiamos à rua todos os dias, se necessário for, para que não façam de nós parvos. Não somos. Não queremos ser tomados por parvos, não queremos empobrecer, não queremos que nos humilhem. Não mais.
Dignidade, orgulho, frontalidade, beleza, cor |
Quando nos viémos embora, muita gente ainda por ali ficou. Uns sentados na relva, outros conversando, outros namorando, muita gente discutindo política.
Anoitecia e o arco no meio da Praça, já iluminado, cheio de gente, quase me parecia uma capela rodeada de crentes. Mas não era, era apenas um dos locais onde se exercia a cidadania, a liberdade e a democracia.
Portugal, Lisboa, Praça de Espanha, dia 15 de Setembro de 2012, o primeiro de muitos dias |
Depois disto não vai ser possível a Cavaco Silva e ao Governo ignorar o sentimento e a determinação de toda a população portuguesa.
E o Mundo vai poder ver que afinal Portugal não é aquele estranho e caricato país em que as pessoas gostam de ser f... e mal pagas.
***
Tenham, meus Caros, um belo domingo.
Desejo que passem um belo dia e que sintam orgulho em ser portugueses.
Amiga:
ResponderEliminarAs suas fotos deram-me a sensação de ter lá estado.
Recordaram-me os tempos de há trinta e tal anos. No Terreiro do Paço, senti as balas assobiarem. Nesse dia tinha levado os meus dois filhos mais velhos, tive que me refugiar atrás das colunas. Depois, foi uma louca correria pelas ruas da baixa.
Pinheiro de Azevedo gritava: É só fumaça! O povo é sereno. Lembro a Alameda. A noite de Verão dos protestos à porta de Belém. O grito era: Fora o Vasco. O 1º 1º de Maio.
Estive agarrada à TV, hoje. Várias vezes me saltaram lágrimas. Comoveu-me ouvir a Portuguesa cantada, sem ser num estádio de futebol. É em momentos destes que ela tem lugar.
Assustei-me com o que vi na Assembleia. Mas os polícias também são portugueses e sofrem como todos. Talvez muitos deles tenham tido vontade de estar do outro lado.
O Manuel Alegre esteve lá, sim. Eu vi-o.
Obrigada pelas fotos e pelo relato tão minucioso.
Abraço grande
Mary
Um post excelente!
ResponderEliminarUm beijinho e bom domingo.
"orgullo ajeno", porque não pude ir de todo.
ResponderEliminarObrigado pelas fotos, outro olhar sobre o mesmo tema. Parabéns!
Olá jeitinho, também me emocionei e muito. Foi emocionante e bonito.
ResponderEliminarTambém estive sentada na escadaria da Gulbenkian, se calhar cruzamo-nos, que engraçado.
Ainda bem que foi e que fotografou, também me emocionei com o deu post.
Beijinho Ana
Olá,
ResponderEliminarObrigada pelas fotos que publicou, pois tive a sensação de ter estado presente, nesta grande movimentação dos indignados, que somos todos nós. Acompanhei pela TV as manifestações em várias cidades, de Norte a Sul do País e todas elas me comoveram imenso... Foi um verdadeiro "batismo da cidadania"...e de união, em que todos gritámos bem alto que queremos ser felizes e que reclamamos a restituíção dos nossos direitos que nos roubaram.
Como relembra uma das suas leitoras, também estive na célebre manifestação do Terreiro do Paço, há trinta e tal anos atrás, fui com o meu marido e lembro-me de nos termos refugiado também atrás das colunas e de corrermos debaixo daquelas arcadas para tentarmos sair de lá . São momentos inesquecíveis que marcam a nossa vida.
Mais uma vez obrigada pelas belas fotos... vi o homem com a máscara de oxigénio na TV... e a UJM esteve muito perto dele!
Um beijinho
Olá, UJM!
ResponderEliminarÉ uma pena que estes valores que os portugueses demonstram não sejam aproveitados criativamente, para relançar a economia. Mesmo que se fale em sacrifícios, e sabendo que há quem os faça, não existe verdadeiramente a noção do sofrer dos outros, porque esses não o divulgam.Até há bem pouco tempo levar comida para o trabalho era coisa de pobre, hoje, e ainda bem, é um acto banal que até fica bem nestes tempos de contenção. Gostei da sua reportagem fotográfica.(Às vezes não me é possível falar destes assuntos sem mostrar azedume, é um pormenor em que tenho de melhorar.)
Um abraço e boa semana.
Olá Mary,
ResponderEliminarFoi muito emocionante. Houve alturas em que as pessoas passavam sem uma palavra mas batendo palmas numa cadência certa. Soava de uma forma muito emocionante. Depois havia alturas em que cantavam ou gritavam 'o povo unido jamais será vencido' e eu olhava e via jovens que nunca antes o tinham dito nem sabia, talvez, o simbolismo destas palavras. Estava uma tarde muito amena e havia pessoas de idade e pessoas com crianças e havia pessoas muito bem vestidas e pessoas muito modestas, e todos iam ali juntos. Muita, muita gente. Conto isto tudo para que a Mary o sinta como se lá tivesse estado porque se lá tivesse estado teria sentido isto da mesma forma que eu.
Aquilo na Assembleia não é representativo do que foi a grande manifestação. Quando por volta das 8, se chegou ao fim, quase toda a gente dispersou mas os mais novos, os mais aguerridos, os mais animados, ficaram certamente com vontade de gastar mais energia. Compreende-se. Se a manifestação tivesse sido organizada por sindicatos ou partidos, havia ali alguém que falava, mandando dispersar. Assim, eles prosseguiram. Mas não faz mal, Mary, porque isso é o que as televisões passam e assim, lá para fora, passa a imagem que a contestação social aumenta com medidas deste género. Claro que não defendo a provocação (que foi o que eles ali fizeram) mas o que aconteceu não teve gravidade nenhuma. E é importante que uma coisa são umas centenas de jovens cheios de vontade de armarem confusão e outra, bem diferente, são as centenas de milhares que desfilaram pacificamente, numa perfeita atitude de cidadania.
Um abraço, Mary!
Olá Isabel,
ResponderEliminarMuito obrigada, Isabel. Saíu enorme porque acabei por incluir muitas fotografias mas tinha tantas que me deu pena não incluir aquelas que me pareceu que transmitia um pouco do ambiente que lá se viveu. Fiquei muito orgulhosa do que lá se passou e gostei muito de lá ter estado. São momentos únicos na vida de uma pessoa.
Um beijinho, Isabel!
Olá Rosita,
ResponderEliminarMuito obrigada e tem muitas razões para sentir orgulho. Os portugueses acomodam-se muito mas, quando acordam, têm reacções fantásticas. Ontem foi um desses dias.
tenho muitas fotografias em que se mostra o mar de gente mas calculei que essas eram as que iam ser mais vistas. Optei por mostrar os pormenores, aqueles apontamentos que me chama a atenção e que acho que ajudam a perceber o ambiente.
Fico contente que tenha gostado.
Obrigada pelas suas palavras.
Um abraço, Rosita!
Olá Ana,
ResponderEliminarEu já estava atrapalhada por estar tanto tempo de pé, e, por isso, quando a Praça de Espanha já estava cheia e a Avenida António Augusto Aguiar já começava a encher-se com os que continuaram para S. Bento, fui sentar-me na escadaria em frente da Embaixada. Estava lá muita gente. Saí um pouco depois de uns cães grandes que estavam com um grupo de raparigas e mulheres se terem 'assanhado' com outros cães e elas terem tido que os puxar para o lado. Será que a Ana estava lá nessa altura?
Se calhar estivemos ao pé uma da outra sem o saber.
Depois dali fui lá para baixo pois queria estar mesmo no meio das pessoas. Foi muito emocionante, foi uma grande demonstração de cidadania e de união.
Um beijinho, Ana.
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarFico muito contente que tenha gostado da minha 'reportagem'. Fi-la a pensar nas pessoas que não estiveram mas que, se estivessem, teriam gostado muito. Tentei mostrar o que vi para que o meu olhar passasse para os meus leitores.
Quando foi isso do Pinheiro de Azevedo eu andava a estudar. Tenho ideia que isso foi a um fim de semana e que eu, como durante a semana ficava em Lisboa, ao fim de semana ia para casa dos meus pais. Tenho ideia de ver pela televisão.
Mas tem toda a razão: participar em manifestações assim marcam-nos. Numa situação como a de ontem, sentimos um grande orgulho uns nos outros, há uma emoção comum, que se sente de uma forma muito especial. Ontem, por várias vezes, senti-me toda arrepiada e, até, com lágrimas nos olhos.
Fico contente que um bocadinho daquilo que eu 'vi', tenham passado aí para esse lado.
O rapaz da máscara estava ao meu lado, quer de pé, quer quando fez aquele 'número' no chão. Tirei-lhe muitas fotografias pois tinha muita graça.
Um beijinho, Maria Eduardo!
Olá, Alice rodeada de Alfazema,
ResponderEliminarNão acho que mostra azedume, mostra é alguma revolta mas quem é que não se revolta com o sofrimento ou com a injustiça?
As pessoas não devem envergonhar-se das suas dificuldades. Eu aqui, à minha maneira, tento dizer isso. Ter pouco dinheiro não deve envergonhar ninguém, ter problemas em casa também não é motivo de vergonha. Vergonha é viver de expedientes que passam por enganar ou roubar os outros.
Levar comida para o trabalho é saudável (a comida feita em casa deve ser melhor do que a dos restaurantes) e é económico. A mim o único inconveniente disso é se a pessoa não sair para espairecer à hora de almoço. Mas, se as pessoas a seguir forem dar um passeiozito, acho que é do melhor que há. E se os outros pensarem que é por falta de dinheiro e o for, não há como assumir que é verdade.
No entanto, entre os mais novos é quase uma moda levar a comida de casa e aos poucos as vergonhas vão desaparecendo.
Ontem na manifestação uma coisa fantástica é que, ao lado uns dos outros, havia gente 'muito bem' e gente que se via serem bastante modestas. E ali estavam, num exercício de cidadania, protestando ao lado uns dos outros. Foi uma coisa maravilhosa.
Um abraço, Alice!
Um Grande Dia! E uma Grande "Manif"!
ResponderEliminarEstive fora hoje daí só agora deixar este breve apontamento. Valeu a pena a deslocação a Lisboa! Há dias assim, em que apetece protestar. Por fortíssimas razões de alma, bolso, etc.
E agora? que se seguirá?
Oxalá tenha valido a pena. Acho que valeu! Ficou ali todo um sentimento colectivo, de um enorme protesto de que se está farto de tudo isto.
Fora com esta gente! E com esta austeridade. Já chega!
E boa noite!
P.Rufino
PS: belas fotos!
Olá P.Rufino,
ResponderEliminarTem razão, que dia...! Que emocionante manif, mesmo! Quem viveu o frémito que perpassava por toda aquela maré de gente não vai esquecer-se.
Depois de uma avalanche humana assim, o Governo perdeu qualquer crédito. Depois foi o Portas a fazer aquela birra em público, querendo, como é costume, estar 'dentro' e fazer de conta que está 'fora'. Agora estão os do PSD todos agastados com o CDS.
A coisa deslassou como acontece quando se está a fazer maionese e a coisa talha, nada a fazer. Pode disfarçar-se mas vai ficar sempre uma coisa sem qualidade. É um governo com os dias contados.
Estou-me nas tintas para eles. O que quero é que esta política estúpida seja interrompida. Um país não pode estar entregue a uns quantos impreparados ou mal intencionados que governam contra as pessoas.
Fiquei contente que tenha gostado das fotografias. Eu que adoro fotografar estava ali como peixinho na água.
Uma boa semana, P. Rufino, e vamos torcer para que melhores dias!estejam para vir
Olá jeitinho, e não é que estivemos pertinho uma da outra. Lembro-me perfeitamente dos cães se "assanharem".
ResponderEliminarQue engraçado.
Beijinho Ana
Se poder ponha Tb a foto da Senhora com cravos quase a beijar o policia.
ResponderEliminarÉ para memória futura.
Mt obg
Que grande reportagem. Valeu por todos os telejornais que "mal" vi.
ResponderEliminarObrigado
Olá, adorei as tuas palavras, especialmente "Um mar de força", porque era mesmo isso que se via em todo o lado. Parabens a um relato real do que se passou, adorei reviver estes momentoso aqui no teu blog, obrigado! E já agora gostei da minha foto, ehehehe, "Não consigo a apertar o cint e baixar as calças ao mesmo tempo!", eheheheh, se me tivesses dito tinha parado para poderes apanhar o cartaz todo, lol. Continua a escrever porque tens mt jeito! E viva os portugueses!!
ResponderEliminarOlá, adorei o teu blog!! Consegui reviver os momentos deste dia memoravel. Adorei a tua expressão "um mar de força" porque era isso que se via por todo o lado!!! Viva o povo português! E já agora obrigado por teres escolhido uma foto do meu cartaz ("Não consigo apertar o cinto e baixar as calças ao mesmo tempo!") para por, adorei, eheheh, que pena que não me disseste nada senão tinha parado para tirares ao cartaz completo, eheheh. Continua a escrever e a inspirar o povo! Bjs
ResponderEliminarOlá Ana, de novo,
ResponderEliminarA sério? E eu que olho sempre com tanta atenção para as pessoas. Será que é uma pessoa de que me estou a lembrar e que só não descrevo aqui porque isso seria chato? Não reparou numa que estava mesmo ao pé do grupinho dos cães e que estava a fotografá-los? A Ana estava sentada no murete que ladeia a escada, ali também a meio perto do sítio onde elas estavam com os cães? Pergunto isto apenas porque reparei numa senhora que lá estava.
Seja como for, é assim esta vida. Estivemos certamente ao pé uma da outra sem o sabermos.
Um beijinho, Ana!
Rosita, olá,
ResponderEliminarEu neste post apenas coloquei fotografias feitas por mim e não tenho nenhuma foto como a que descreve. Penso que sei qual é mas não foi feita por mim...
Por onde andei poucos polícias vi e os que vi, estavam tão tranquilos que quase parecia estarem a participar nela.
Um beijinho, Rosita.
Olá jrd,
ResponderEliminarMuito obrigada. Escrevi isto com toda a emoção que trouxe agarrada à minha pele. Gostei muito de ter participado nesta impressionante manifestação e senti-me quase no dever de dar testemunho para que, quem não foi, pudesse sentir um pouco aquele ambiente fantástico.
Um abraço, jrd.
Olá moonfig,
ResponderEliminarPenso que puseste o 2º comentário, admitindo que o 1º não tinha entrado. Mas como são um pouco diferentes, publico-os os dois.
Fico muito agradada por ter aqui notícia da autora do cartaz que considero dos mais inspirados de toda a manifestação (até o puxei para o título do post). Estás de parabéns. Fotografei muitos cartazes e, claro, para aqui tive que fazer uma selecção. Tenho comentado este teu cartaz pela precisão da mensagem e pelo bom humor. E depois vocês as tuas, tão giras, tão bem dispostas. Achei mesmo o máximo. Vi-me um bocado aflita para tirar algumas fotografias porque iam no meio das pessoas e em movimento e, por isso, logo esta ficou desfocada. Mas gostei tanto que a publiquei mesmo assim, até porque dá para ver também o teu sorriso, orgulhosa autora de uma frase tão bem conseguida. Parabéns.
E muito obrigada pelas tuas palavras. Gosto muito de escrever e por isso escrevo... até demais, post sempre muito longos.
E a manifestação foi mesmo muito especial (e a luz dourada e a temperatura amena das tardes de Setembro só contribuíram para todo aquele ambiente).
Volta sempre e continua assim, com essa alegria e energia!
Olá jeitinho, não estava no murete, estava sentada na escada, quase que apareço na sua foto da escadaria, não me vejo mas estava lá porque me lembro daquela moça que estava sentada no chão a seguir a escadaria e antes do portão, e reparei nela quando lá estava sentada.
ResponderEliminarEstivemos no mesmo sitio há mesma hora, mas não nos vimos. Que pena!
Beijinho Ana
Cara Um Jeito Manso,
ResponderEliminarTer sido alvo da sua objectiva, deixa-me cheia de orgulho. Ali estava eu, com o meu cartaz, "Passos, Gaspar, Relvas - vai estudar
=Terroristas Sociais" e fui apanhada por si e nem reparei. Que pena, tanto que conversamos por aqui, sem nos conhecermos pessoalmente, e afinal perdemos a oportunidade dum grande abraço. Mas naquele dia, todos os portugueses, tinham em comum a união dum grande abraço, que aqui deixo renovado, a todos, para que nunca se esqueçam que somos em maior número que meia dúzia de incompetentes a destruir a pátria...
Teresa Botelho Moniz
É bem verdade, a luz dourada, estava uma luz linda, uma luz etérea, que se derramava sobre nós, como uma benção.
ResponderEliminarBeijinho Ana
Ana,
ResponderEliminarMas já reparou que também estive ao lado da Leitora Teresa Botelho Moniz e até a fotografei? Que coisa extraordinária. No meio de tantos milhares de pessoas logo me andei a pôr ao lado das minhas queridas amigas leitoras. Acho uma coisa extraordinária.
Com aquela luz dourada só pode ter sido magia...
Um beijinho, Ana!
Teresa Botelho Moniz, olá,
ResponderEliminarAqui fica dito que a sua imagem, loura, bonita, elegante, com um cartaz escrito à mão com uma dupla mensagem, muito directa (não apenas a que é visível na fotografia publicada mas também 'Gaspar quer tacho na Alemanha à custa dos portugueses') me chamou a atenção e, também por isso, tive que a colocar neste post.
Depois, acredite quem me lê ou não, tive a intuição que era a Teresa. Estive mesmo ao seu lado durante um bom bocado.
Como terá lido num comentário aqui acima, também estive ao pé da Leitora Ana. E tive muita pena de não ter visto a Erinha ('Era uma Vez') que não conheço mas conheço o filho e também lá esteve.
A manifestação foi maravilhosa, transversal e revelou o que muito bem diz: somos muitos e eles, os impreparados e incapazes que nos governam, são um pequeno grupo.
Até um dia destes, TBM!