No meu post de ontem, avancei com algumas ideias que, em minha opinião, poderiam ser postas em prática para que Portugal saísse do buraco pantanoso em que está mergulhado.
Pergunta-me, e muito bem, o Leitor J onde se
arranjaria o dinheiro necessário para esse ‘programa de festas’ (palavras minhas,
agora).
Para os que não leram, referia-me eu a que o que me parece indispensável é que
se abandone (já!, antes que seja tarde demais) a política suicidária que tem vindo a ser posta em prática pela incompetente equipa de Passos Coelho e que se relance a economia, dirigindo o país na direcção do desenvolvimento
sustentável. Enunciei uma série de medidas que me parecem de óbvia pertinência
no actual estado do país.
Contudo, o leitor J duvida que se
arranje financiamento para todas as medidas que elenquei.
É certo que para se fazerem
omeletas se requerem ovos ou, pelo menos, substâncias obtidas a partir de ovos.
Mas pense o Caro J que, no que se refere a ovos, não tem não
mais do que apenas dois e que, com eles e mais nada, faz uma omeleta. Fá-la-á
e ficará boa mas, para si, como refeição, será talvez curta.
Pegue agora num único
ovo, em leite, em batata cozida cortada aos bocadinhos, em cebola previamente
alourada, em queijo, e faça a mesma omeleta. Repare na diferença de tamanho,
repare na diferença de nutrientes, repare no sabor. E ainda lhe sobrou um ovo
para uma próxima ocasião.
Ou seja, para se levar a cabo
um projecto não basta deitar-lhe dinheiro em cima.
Há quem o faça, gente pouco
criativa, pouco inteligente, desbaratando recursos sem obter resultados que se vejam.
E há os que com pouco fazem muito. Aliás é o que a gente mais pobre faz desde sempre (uma refeição completa feita com pão duro, caldo de cozer peixe e um ovo, um cheirinho a coentros - e que bela açorda sai).
Ou seja, é errado pensar-se que tudo requer muito dinheiro. Nisso Portugal tem cometido muitos erros, esbanjando dinheiro de forma pouco inteligente.
Para ilustrar outro aspecto, conto agora uma história que,
uma vez, já aqui contei.
Uma vez, num hotel, depois de fazer as
contas, que eram elevadas, um cliente, ao ir-se embora, deixou no balcão uma nota de 100 euros. O
recepcionista estranhou mas admitiu que fosse generosa gorjeta.
Como estava a dever justamente
100 euros na oficina onde trocara de pneus, pegou na nota e foi a correr pagar
os pneus. O homem da oficina que estava com a caixa vazia, ao receber o pagamento,
foi rapidamente pagar uma dívida que tinha junto do restaurante que servia as
refeições para os empregados da oficina. O restaurante ao receber o dinheiro,
rapidamente pagou ao talho onde tinha dívidas pendentes. O homem do talho, mal
recebeu o dinheiro, pegou nele e pagou uma verba que tinha atrasada ao
colega/empregado. Esse colega ficou todo contente porque assim podia pagar um
empréstimo que tinha pedido junto do seu amigo da recepção do hotel e, de
imediato, foi lá a correr pagar-lhe. Passado um bocado apareceu o cliente do
hotel dizendo que, sem querer, tinha lá deixado uma nota de 100 euros e que
vinha buscá-la.
Isto demonstra bem como
funciona a economia. Neste exemplo, muita gente honrou os seus compromissos e
permitiu, por sua vez, que se fizessem novos pagamentos e tudo com uma única nota,
nota essa que, na verdade e como se veio a provar, nem estava disponível.
Ou seja, se há 1.000 pessoas a precisar
de 100 euros, isto não quer dizer que no conjunto se precisem de 1.000 x 100 = 100.000 €. Pode até, no limite,
bastarem os primeiros 100 euros. Ou seja, o que é preciso é que haja uma
primeira injecção de capital, que haja confiança, que o dinheiro comece a
circular.
O que se passa em Portugal é
que este Governo está a cometer erros básicos, crassos, graves: está a retirar
o dinheiro de circulação (cativando-o na origem, através de impostos, e
entregando-o a entidades que não o recolocam em circulação) e, ao mesmo tempo, a anular o clima de confiança. Isto é, este governo está a assassinar a
economia. Como as finanças andam em paralelo com a economia, assassinando a economia, esvaziam-se as finanças. Uma desgraça.
Passo, então, agora, para o day-after, isto é, para possíveis soluções alternativas.
Acredito que é obrigação de um Governo restaurar a confiança e pôr o motor da economia em marcha.
Por
isso, os primeiros investimentos deverão ser públicos e em áreas que permitam
que o dinheiro se distribua pelo território (reabilitar edifícios públicos,
reforçar pontes, etc) e que façam com que, atrás desses projectos, nasçam
necessidades de outros bens e serviços, levando ao surgimento ou
desenvolvimento de mais fábricas ou serviços (material de construção,
mobiliário, hardware, software, manutenção de cada uma destas coisas, etc).
Havendo desenvolvimento local
do que quer que seja para acorrer a estes investimentos, nascerá a necessidade
de restaurantes, alojamentos, mais escolas, etc, ou seja, a economia local animar-se-á. E a economia nacional é também (mas não é só) o somatório das economias locais.
Ou seja, quando a economia
começa a funcionar, começam a surgir novas necessidades, a procura começa a
estimular a oferta, o dinheiro passa de uns para os outros - e o que há que
garantir é que não fica retido a meio da cadeia nem há exagerada apropriação
por parte de uns poucos.
Depois, como referi, há muitos
fundos que a UE põe à disposição dos Estados-membros, que não estão
aproveitados e relativamente aos quais já houve manifestação de disponibilidade
para antecipar, até, a sua libertação.
E há a realocação de verbas.
Em vez de ser o Estado assistencialista que é o de hoje, em que retira dinheiro
da economia para, em parte, o dar em subsídios de desemprego, o que há é que pôr
as pessoas a trabalhar, grande parte delas na iniciativa privada (construção,
fábricas, comércio, serviços) que lhes pagará os ordenados, passando eles,
assim, de desempregados a empregados e, em vez de serem beneficiários de verbas do
Estado, passam a contribuintes.
Mas há outras fontes de
financiamento. Quando os projectos são atractivos e bem suportados num
consistente business plan, aparece sempre financiamento. Experimente-se ainda alterar
a política fiscal, tornando atraente o investimento por parte de capitais
externos e ver-se-á como aparecem investidores (no entanto, aqui acho que há também algum trabalho a fazer. Não defendo o proteccionismo mas também não pode haver facilidades sem contrapartidas).
Não, o dinheiro não é problema. Dinheiro é o que não falta.
Não, o dinheiro não é problema. Dinheiro é o que não falta.
A re-industrialização deste País passa por tudo isto: por uma política que gere procura, por ter políticas fiscais atractivas, por ter gente com visão, intuição e perspicácia, e gente capaz para conceber produtos e métodos de gestão eficazes e competitivos.
E claro que é indispensável
cortar na despesa, claro. Falei em ‘sanear’ (isto é, colocar no ‘são’) autarquias,
fundações mas também empresas autárquicas e toda a espécie de organismos que
receba verbas do Estado e cujo interesse para o País seja duvidoso.
E claro que se deveria equacionar se as PPP fazem sentido e claro que, se hoje, se lhes pagamos verbas muito altas, tal deveria ser renegociado.
E claro que se deveria equacionar se as PPP fazem sentido e claro que, se hoje, se lhes pagamos verbas muito altas, tal deveria ser renegociado.
E há muito mais a fazer. Seria
fastidioso pormenorizar aqui. Mas dou um exemplo: parece-me indispensável gerir
articuladamente as empresas públicas de transporte que operam num mesmo espaço.
Não me faz sentido que, por exemplo, se invista num metro, aumentando o número
de pessoas transportadas por essa via, sem que seja levado a cabo um
ajustamento nos autocarros. Aqui é uma área em que ferramentas como a
investigação operacional devem ser postas em prática para racionalizar recursos.
Há uma outra área que me
parece injusta e iniquamente sorvedora de recursos – e aqui sei que vou ser
impopular. Os trabalhadores de empresas privadas descontam pesadamente para o
IRS e para a Contribuição para a Segurança Social. E, no entanto, se quiserem
ir ao médico ou fazer exames, ou vão aos hospitais ou Centros de Saúde públicos
ou pagam a peso de ouro os médicos e os exames privados. No entanto, os
trabalhadores ou reformados de Estado podem, à sua vontade, ir aos médicos
privados ou fazer exames, que estes são comparticipados. Ou seja, têm regalias
que se traduzem em elevados custos para o Estado, regalias estas que não estão à disposição dos que sempre descontaram arduamente para esse saco.
Dou um exemplo. No outro dia, a
empregada de uma amiga minha dizia-me que, tendo um problema clínico que requer
cirurgia, já foi a um monte de médicos para ir obtendo opiniões e que já fez não
sei quantos exames, alguns dos quais se fazem apenas no privado, custando, cada
um, centenas de euros. Talvez por ter percebido a minha admiração, acrescentou,
com manifesto orgulho: ‘o meu marido é reformado das Forças Armadas e eu não
pago nada, posso ir onde quiser, posso gastar à vontade’.
Ora, parecer-me-ia mais justo
investir essas verbas em melhores hospitais públicos acessíveis a toda a gente.
Ou seja, verbas há-as, o que devem é ser melhor realocadas.
Claro que num espaço como
este, estou, forçosamente, a ser simplista. Há que desenvolver um pensamento
integrado, ver as várias vertentes dos assuntos, construir cenários, fazer
contas, ver vantagens e desvantagens, e projectar as iniciativas no futuro,
tentando prever os impactos a médio e longo prazo.
Por exemplo, uma das áreas que
me parece prioritária é a do ensino. Essa seria, naturalmente, uma das minhas mais fortes apostas. Eu gostava que cada
escola deste País, fosse uma escola aberta, livre, com projectos abertos à comunidade, projectos que os
professores e alunos sintam como seus, escolas dotadas de equipas de profissionais do ensino e de psicólogos que consigam motivar e acompanhar os intervenientes (professores e alunos). Claro
que isto, de início, talvez significasse mais custos públicos mas, a prazo,
estou convencida que seria auto-sustentável e, mais importante, rapidamente
daria frutos. Jovens bem formados, com boas bases, com hábitos de aprendizagem,
com hábitos de abertura à diversidade, rapidamente começariam a mostrar a
diferença que isso faz quando integrados no mercado de trabalho.
Não me vou alongar mais, não
quero tornar-se excessivamente maçadora mas gostaria de deixar uma última
ideia. Querer uma coisa é o mais importante.
Veja-se o que este Governo anda a fazer. Querem empobrecer o país e não há nada que os demova. Colocaram as pessoas ao dispor do Estado, pobres cobaias e pobres vítimas indefesas. São determinados e isso ninguém lhes pode negar. Estão cá com o propósito de arrasar Portugal e, contra ventos e marés, pedra após pedra, todas vão removendo, e no final (se os deixarem) ficará um País de gente miserável com chineses, angolanos, brasileiros, colombianos explorando a barata mão de obra nacional. Uma terra queimada.
O que defendo é uma determinação de sentido oposto. O que eu desejo é que o Estado esteja ao serviço das pessoas. O que eu defendo é que todos os raciocínios partam desse pressuposto, sem demagogias, sem dogmas, sem populismos, com profissionalismo, com gente sábia e competente envolvida na construção da solução - e que, determinadamente, se persista na obtenção dos almejados resultados.
Veja-se o que este Governo anda a fazer. Querem empobrecer o país e não há nada que os demova. Colocaram as pessoas ao dispor do Estado, pobres cobaias e pobres vítimas indefesas. São determinados e isso ninguém lhes pode negar. Estão cá com o propósito de arrasar Portugal e, contra ventos e marés, pedra após pedra, todas vão removendo, e no final (se os deixarem) ficará um País de gente miserável com chineses, angolanos, brasileiros, colombianos explorando a barata mão de obra nacional. Uma terra queimada.
O que defendo é uma determinação de sentido oposto. O que eu desejo é que o Estado esteja ao serviço das pessoas. O que eu defendo é que todos os raciocínios partam desse pressuposto, sem demagogias, sem dogmas, sem populismos, com profissionalismo, com gente sábia e competente envolvida na construção da solução - e que, determinadamente, se persista na obtenção dos almejados resultados.
**
Não sei se o que escrevi dá para transmitir a minha ideia ou se o texto ficou chato para além de comprido. Mas é difícil resumir muito, quando há tanto para dizer (e fazer...)
Penso que está na altura de unirmos esforços, de darmos ideias, de nos mobilizarmos efectivamente para irmos em frente. Nós, cidadãos, temos que deixar o comodismo da passividade. O futuro deverá passar por nós.
Penso que está na altura de unirmos esforços, de darmos ideias, de nos mobilizarmos efectivamente para irmos em frente. Nós, cidadãos, temos que deixar o comodismo da passividade. O futuro deverá passar por nós.
E, por surreal, agora um honroso surrealista. As imagens são pinturas de René Magritte, pintor belga, surrealista (1898-1967).
**
E desejo-vos, Caros leitores, um belo dia.
E, entretanto, vamos todos pensando se no dia 15 não deveríamos ir todos para a rua.
«Les choses visibles peuvent toujours cacher d'autres choses visibles».
ResponderEliminarRené Magritte
Um quadro de Magritte não pode ser simplesmente visto, é necessário pensá-lo; não é para ser admirado, deve ser objecto de reflexão e ponderação, porque o sentido está muitas vezes escondido e é alvo de segundas e terceiras interpretações.
As obras que escolheu para enquadrar este seu excelente texto são a prova do que atrás escrevi e que tem origem num poste antigo do bth.
Este é mesmo um país surreal.
Abraço
;))))
ResponderEliminarQuerida Amiga, UJM; essa estória dos €100,00 é umperfeito truque de ilusionismo de que nem o Luis de Matos ou o seu aprendiz, o David Campo de Cobre, alguma vez se lembraram.
É que, depois de completar o círculo, quem "ficou a arder" com os €100,00, foi o desgraçado do empregado do hotel. Mas é bem feito, porque "contou com o ovo, e ele ainda estava no cu da galinha".
Mas, saltando para o exemplo das omeletas, devo dizer-te que concordo inteiramente com o teu ponto de vista. A partir de certa altura, os empresários portugueses habituaram-se a investir num dia, com o dinheiro dos bancos (em generosas quantidades) e a esperar lucros fabulosos no dia seguinte. Esse foi também um dos motivos porque as empresas menos estructuradas, "deram o berro".
Agora o esforço económico, laboral, contratual e de conquista de mercado, vai ter de ser titânico, até que a economia do país readquira uma posição estável e sobretudo, sustentável.
Mas, como dizes, e em minha opinião, com toda a sabedoria, vai ser necessário reunir diferentes ingredientes e uni-los com o ovo, para ser possível obter a tão necessária, soculenta e alimentar omeleta.
Quanto à entrevista da Sôtora Manela... concordo com a leitura que fazes, mas em minha opinião, seria desnecessário fazer vir ao de cima o latente espírito ditatorial quando diz que as manif populares só são toleráveis se forem pacíficas e, assim, podem revestir-se de alguma utilidade por fazerem notar o descontentamento popular, pelas medidas que o governo pretende adoptar, mas que os deputados devem estar unidos para votar o orçamento... Então vamos lá ver; se a Senhora reconhece que as medidas são prejudiciais ao país, os deputados devem votar o orçamento?
E ainda, quando diz que não compete ao Presidente da República, chamar os deputados e "lavar-lhes as consciências"... MAU!!! isso cheira-me a práticas que eram usadas na antiga União Soviética. É que, se o Presidente "caísse dessa a baixo, acho que estaria a fazer lavagem cerebral, ou então a ultrapassar os limites da sua competência magistratural de influência.
Bom... seja como for, no essencial concordo contigo. Assim, é que isto não pode continuar, desde que Cavaco Silva, enquanto Primeiro Ministro, distribuiu "guito" aos armadores para deixarem de pescar e aos agricultores para deixarem de cultivar, o país começou uma descida para a qual não encontrou travões eficazes... por isso, agora está quase a "estampar-se" de encontro ao muro que está lá ao fundo. (isto; para não entrar no pantanal das fraudes e dos gamanços de milhares de milhões que se retornassem ao sítio onde estavam antes de terem levantado voo, já teríamos uma bela ovada, que nos permitiria fazer uma omeleta capaz de entrar para o Guiness-Book of Record's)
;))
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá, UJM!
ResponderEliminarGostei muito de ler este seu artigo.
UM abraço.
Parece-me que perdeu demasiado do seu tempo a comentar o que é obvio, todos já perceberam, até os economistas (papagaios) de varanda.
ResponderEliminarEnfim, eu preferia que tivesse comentado os acontecimentos de ontem.
Gostei. Ah valente jeitinho!!!
ResponderEliminarBeijinho Ana
Grande Ferreira Leite! Depois do que ela disse ali com toda a frontalidade e coragem, o que aliás é uma imagem de marca dela na Política – é uma política honesta – resta-me esperar o que irão fazer os deputados do Grupo Parlamentar do PSD. É seguramente o melhor que este PSD tem.
ResponderEliminarE quanto ao CDS? Também há gente ali capaz de pensar pela sua própria cabeça e ver o que vai mal neste país surreal.
Quanto a João Galama, o seu discurso teve entre outros um efeito positivo na minha desiludida pessoa, que é a de que, afinal, ainda há gente capaz, corajosa, articulada neste PS do Tó Zé, coisa que julgava de todo perdida.
Assim sendo, com o número de vozes dissonantes, e não só da Oposição, a aumentar dia a dia, resta-nos esperar uma de duas coisas: ou o Governo recua nesta austeridade anunciada – o que me parece difícil, seria perder a face (embora não concorde e subscreva o que Bagão Felix, sempre lúcido, disse: que é melhor corrigir um erro do que persistir nele, em Política), ou cai. Para o que bastava que muitos deputados do PSD e até do CDS votassem contra o orçamento, ou saissem da sala por ocasião da votação (no caso do PSD, seguindo a sugestão de MFL). Aqui, restaria ao PR demitir o governo, ou este apresentar a sua demissão. O que não teria, necessariamente, de implicar novas eleições. Bastaria um novo governo, com novas propostas e ideias. Enfim, aguardemos. Mas que o caldo começa a entornar, quer-me cá parecer.
Tudo isto começa a ser na verdade surreal. A diferença é que os surrealistas eram homens e mulheres inteligentes, ousados, até divertidos, intelectualmente interessantes, artistas e músicos brilhantes, etc. Um total contraste com quem está na origem deste nosso surrealismo político!
O tema do Surrealismo é muito interessante, by the way! Mas não é para hoje.
Ah – gostei das suas propostas, neste seu Post.
P.Rufino
PS. UJM você é uma mulher e peras, "valente" como diz e bem uma comentadora
Olá jrd,
ResponderEliminarGosto muito de coisas pouco óbvias. A essa frase de Magritte, junto esta outra 'Les plus grands secrets se cachent dans la lumière'.
Gosto do surrealismo 'de verdade', aquele que vai para além do óbvio, para além da lógica, para além do razoável, até para além do humano.
Gostava de ver o post em que aquela frase figura.
Fiquei contente que tivesse apreciado as obras que escolhi. Faço tudo sem rede e um bocado à pressa pois não tenho tempo para mais (...e, quando estive em casa, com tempo, também não o conseguia usar durante o dia) mas este aspecto da escolha das imagens é um dos que me leva mais tempo e que mais gozo me dá. Fico mesmo contente que tenha reparado e gostado.
Um abraço, jrd!
Olá Bartolomeu,
ResponderEliminarJá me ri com esse espírito revolucionário, isso é que é ter sangue na guelra. E é assim com convicção e energia que todos temos que nos mostrar. Atentos para não deixar medidas gravosas e estúpidas, disponíveis para adoptar ou participar em iniciativas boas para o País.
Quanto à Drª Manuela não fiz essa leitura e até acho que ela fez um desafio vigoroso e corajoso aos deputados do PSD. O que ela disse é que eles devem agir segundo a sua consciência e que seria esse gesto que fundamentaria a atitude de Cavaco Silva.
Ou seja, ela desafiou-os a votarem contra o orçamento (ou pelo menos a não o deixarem passar). E se isso acontecer, se os deputados mostrarem que o Governo já nem conta sequer com o apoio do próprio partido, não haja dúvida que o Governo ia abaixo. Ou seja, aí Cavaco Silva teria legitimidade mais do que óbvia para agir.
Estamos a atravessar momentos de turbulência, com o país cada vez pior em termos económicos e financeiros e entregues a um bando de gente muito incapaz. Só que as alternativas que se perfilam não são famosas. Mas há sempre alternativa e pode ser certamente melhor do que o que existe. Haja inteligência.
O País tem que voltar a ser viável e a governação tem que ser em prol da população; não pode ser, como é hoje, contra a população (e a favor de uns quantos que nem se sabe bem quem são).
Não está fácil mas não me cansarei de defender aquilo em que acredito. E fico muito contente quanto vejo que o País em peso está a dar um sonoro murro na mesa.
É mais do que tempo de podermos voltar a sonhar, mesmo que seja voar com voos em que mais ninguém acredita.
Bons voos Bartolomeu!
Olá Alice rodeada de Alfazema,
ResponderEliminarObrigada pelas suas palavras de compreensão.
O que é rezar, pergunta lá no seu jardim.
Não serei a melhor pessoa para responder pelo que não me arrisco a responder lá. Mas, ainda que com algum cuidado, respondo: é pensar no que temos feito, é pensar no que poderíamos ter feito, é pensar naquilo que gostaríamos de fazer, é pensar nos que amamos, é pedir por eles, é imaginar que alguém nos poderá ajudar, é estarmos disponíveis para acreditar.
Obrigada, Alice.
Olá Rosa Amarela,
ResponderEliminarPois é, percebo-a. Por estes dias há sempre tantos assuntos para comentar. A ver se consigo fazê-lo hoje.
Mas achei importante responder às questões levantadas pelo Leitor J. pois a ideia de que não há dinheiro, nada se pode fazer, não há alternativa, leva muita a gente a ficar tolhida, a não ter vontade de lutar por uma vida melhor.
E eu acho que é sempre possível encontrar alternativas. Foi por isso que quis focar estes aspectos.
Obrigada pela dica, Rosita!
Olá Ana,
ResponderEliminarFico contente que me ache valente. Sou muito de dizer o que penso sem antes me pôr a pensar se devo ou não, se devo dizer isto ou aquilo. Quer quando falo, quer quando escrevo, vou direita ao ponto e digo o que me ocorre, sem recear consequências.
Se as houver, cá estarei para lidar com elas.
Sou tida pelos que me são próximos como um bocado bruta quando defendo os meus pontos de vista contra aqueles com que não concordo. Mas o que sou é apaixonada na defesa das minhas palavras (e talvez, também, um bocado destemida, sim).
Os meus filhos, quando vinham alguns amigos cá a casa, antes, avisavam-me sempre para não lhes dizer algumas coisas, para ter cuidado com o que dizia e lembro-me de, por vezes, me tentarem 'educar', dizendo-me 'oh mãe, não é preciso dizer sempre a verdade...' pois temiam as minhas afirmações frontais. Mas claro que não sou maluca, pelo que nunca os envergonhei (acho eu).
Um beijinho, Ana!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarMuito obrigada. Coincidimos muito nas análises que fazemos. Concordo com o que diz e se não surgirem novos acontecimentos esta noite, estou capaz de desenvolver as alternativas de que fala face ao que me parece ser uma impossibilidade quase material deste Governo se manter em funções.
O discurso do Galamba foi um murro na mesa que deu gosto ver. Espero que o Gaspar-não-acerta-uma o tenha sentido como um murro no estômago. Se não sentiu então é porque não é boa gente porque quem não se sente...
E o quase monólogo da Ferreira Leite (amparado com a amabilidade atenta do Paulo Magalhães) deu mais cabo do Passos de Massamá do que um ano inteiro de conversa do Tozé.
Acabei de ouvir a conferência dele e vá lá que vai em frente com o chumbo do orçamento mas é tão institucional que se perde no meio de um comportamento tão asséptico e burocrático. Devia lá estar o António Costa que outro galo cantaria.
Obrigada pelas suas palavras, P. Rufino. Tomara que eu consiga sempre merecê-las.
Olá,
ResponderEliminarAqui vão dois links com a frase em questão:
http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2008/02/aujourdhui.html
http://bonstemposhein-jrd.blogspot.pt/2010/12/2011.html
Se me permite, sugiro que dê uma mirada na etiqueta "Magritte" do bth.
Abraço
Boa noite jrd,
ResponderEliminarMuito obrigada. Daqui a nada já vou ver. Agora vou ver se durmo um bocado (já passa das 2 da manhã...).
Já lá estive a ler as suas impressões sobre o ar do tempo. E, claro, tive que louvar o seu extraordinário poder de síntese. Eu sou o contrário, credo: até estou com os olhos em bico, com tanto que escrevo. Já nem consigo ir ver as vírgulas. Tomara que não haja muitas gralhas.
Até mais logo!