domingo, junho 17, 2012

Estudo aquilo que para mim é o amor


Música, por favor

Skeeter Davis - The end of the world





Inscrição numa parede do Ginjal




Amor, amor, amor, como não amam
os que de amor o amor de amar não sabem,
como não amam se de amor não pensam
os que de amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é o sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.

Jorge de Sena, Antologia Poética, Guimarães


[Poema enviado pela Leitora 'Leanor formosa e segura', como contributo para o estudo em questão , conforme comentário abaixo que desde já muito agradeço]

*

Tenham, Caríssimos, um belo domingo.

10 comentários:

  1. Olá cara UJM:

    Para ajudar ao estudo, em questão, peço emprestadas as palavras avisadas de alguns “amigos” poetas.
    Amor, amor, amor, como não amam
    os que de amor o amor de amar não sabem,
    como não amam se de amor não pensam
    os que de amar o amor de amar não gozam.
    Amor, amor, nenhum amor, nenhum
    em vez do sempre amar que o gesto prende
    o olhar ao corpo que perpassa amante
    e não será de amor se outro não for
    que novamente passe como amor que é novo.
    Não se ama o que se tem nem se deseja
    o que não temos nesse amor que amamos,
    mas só amamos quando amamos o acto
    em que de amor o amor de amar se cumpre.
    Amor, amor, nem antes, nem depois,
    amor que não possui, amor que não se dá,
    amor que dura apenas sem palavras tudo
    o que no sexo é o sexo só por si amado.
    Amor de amor de amar de amor tranquilamente
    o oleoso repetir das carnes que se roçam
    até ao instante em que paradas tremem
    de ansioso terminar o amor que recomeça.
    Amor, amor, amor, como não amam
    os que de amar o amor de amar o amor não amam.

    Jorge de Sena, Antologia Poética, Guimarães,

    Tenha um domingo feliz
    abraço amigo da
    Leanor formosa e segura

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  2. Bela música, excelente mensagem.

    :)

    Bj

    Olinda

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  3. Olá Leanor formosa, segura e grande estudiosa,

    Pois agradeço-lhe imenso o contributo e, como não podia deixar de ser, já lá está no lugar de destaque que lhe é devido, pois andar a anunciar que me dedico ao estudo daquilo que, para mim, é o amor e não mostrar evidências nenhumas disso, era um pouco como 'nadar em seco'. Assim, com a companhia de quem mostra que sabe de que se trata por ter escolhido tão eloquente poema de quem, ao escrevê-lo também mostrou que o sabia, está bem, bem melhor.

    Muito obrigada e tenha também, Leanor, um domingo feliz!

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  4. Olá Olinda,

    Muito obrigada. Achei linda aquela inscrição naquela parede e achei que condizia bem com aquela canção.

    Agora ainda está melhor com o poema que a leitora Leanor me enviou.

    Que haja amor e felicidade na nossa vida.

    Um beijinho, Olinda e tenha um belo domingo!

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  5. Ora aí está um estudo complicado...

    O que é o seu Ginjal, se posso perguntar? Sei que é um blogue, ao qual, como lhe disse, só fui uma vez, porque não quero ficar agarrada a mais um, já visito vários diariamente e não quero ficar mais tempo "colada" ao computador.
    Mas a forma como fala dá ideia que existe um espaço assim chamado. É?
    Sabe, aqui em Castelo Branco havia um café que se chamava Ginjal.

    Um beijinho

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  6. Olá Isabel?

    O Ginjal é um local pertencente à freguesia de Cacilhas, em Almada.É uma tira em cima do Tejo mesmo de frente para Lisboa. É o local de onde se tem a melhor vista para Lisboa e é mesmo em cima do Tejo. É quase apenas uma rua comprida ao longo do Tejo com armazéns degradados, fechados, casas a cair aos bocados, antigos cais, antigos armazéns de pescado. Os pescadores vão pescar para aqui. Numa curva da rua há dois restaurantes muito conhecidos por serem mesmo em cima do rio e com uma vista fabulosa. Depois tem um jardinzinho pequeno, onde vai parar um elevador panorâmico.

    Gosto de passear por aqui pois o ar é fresco, é o ar do rio, é calmo, tem uma vista deslumbrante.

    Como gosto muito de Lisboa e deste local dei ao blogue 'Ginjal e Lisboa - a love affair' pois é mesmo um caso de amor meu para com estes dois locais e porque é como se Ginajl e Lisboa tivessem entre eles um love affair, ali de frente um para o outro.

    É um blogue em que selecciono música e em que escolho um poema, uma fotografia que tenha que ver com o poema e em que escrevo um pequeno texto inspirado no poema e, por vezes também, na fotografia.

    Geralmente é por este blogue que começo o meu 'trabalho' diário de 'escrita'. Gosto de escrever 'à solta' inspirada em poemas. Tenho um prazer especial em fazer este meu 'Ginjal', liberta-me.

    Um beijinho, Isabel.

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  7. Ah!
    Deve ser um local bonito.
    Quanto ao blogue...acho que vou resistir...

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  8. Isabel,

    Claro que a gestão do seu tempo é sua e só sua mas, quando estiver com alguma disponibilidade, convido-a a dar lá uma espreitadela. Acho que ia gostar. Não quer espreitar o que lá está agora e que tem a ver com o arrependimento relativo ao que não se fez ao longo da vida?

    Um beijinho, Isabel.

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  9. Bem...
    Tenho que lá ir espreitar.
    Para não me arrepender!!

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  10. Isso, Isabel, já lá está um texto novo, ainda quentinho, acabadinho de sair dos meus neurónios... Acabei de escrever há poucos minutos e o poema é muito bonito. E a música é linda.

    Vai ver que não se arrepende... (espero eu...)

    Se não gostar, pode barafustar à vontade...!

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