Música, por favor
Música com sons da natureza
Tomás olhou para Ana, 'Deve estar a achar que isto está a parecer uma novela mexicana'. Ana sorriu. 'Que ideia... Não, Tomás, estou a ouvir com atenção e com curiosidade.'
'Não gosto de falar nisto, nunca falei. Mas mil vezes tive, dentro de mim, a conversa que estou aqui a ter. Mil vezes relatei, em silêncio, a conversa que um dia teria com alguém a quem explicaria o que se passou. Mas, apesar de mil vezes ensaiado, agora que estou a falar a sério, tudo me parece pouco credível, tudo me parece exagerado ou destituído de lógica.
Mas foram anos de cansaço, Ana, anos de trabalhar quase sem dormir, anos de querer sempre mais, mais clientes, mais horas, mais quadros, mais livros, mais carros, anos de muita pressão, ter relações no período fértil, exames médicos, frustrações, análises, mais exames, e as frustrações, as minhas, as dela, as depressões dela, as dores de cabeça dela, as indisposições e eu já não sabia se as indisposições eram físicas, se eram imaginadas, se eram fruto da depressão, tantos anos assim, tantos, eu sei que é difícil de perceber mas foram anos e anos, eu estava tão exausto, nem sabia quanto'. E passou as mãos pelo cabelo.
'Mas, dito assim, parece uma tragédia vulgar, não gosto de me ouvir a dizer isto. Uma perda é uma coisa má mas uma perda envolta em culpa é uma coisa péssima. É uma garra no nosso peito, é uma angústia que não nos deixa respirar, nem viver. Nem falar, Ana'. E olhou-a como se fosse incapaz de dizer mais uma palavra que fosse.
Ana levantou-se e foi sentar-se ao lado dele, 'Não conte, Tomás, não quero ouvir. Mas conte como foi parar à vila.'
Tomás deu-lhe a mão, 'Larguei tudo, tudo. Andei por aí, por onde calhava, andei até gastar o dinheiro todo, anos a andar por aí, em acções humanitárias, por aí. Até que, quando se acabou o dinheiro, comecei a trabalhar, também onde calhava. Uma vez estava numa serração, apareceu o dono da carpintaria da vila para escolher umas madeiras. Gostou da forma como eu pegava ou cortava na madeira, precisava de um ajudante, fui com ele. E foi ali, a trabalhar a madeira e a aprender com ele que reencontrei o amor que antes tinha pelo corpo humano. Os veios da madeira, descobri-los, o corpo da madeira, a forma de transformar aspereza em suavidade, a forma certa de cortar sem ferir, a forma certa de tratar sem traumatizar. Fui ficando. Ali também ninguém me conhecia e ali poderia, finalmente, estar em paz sem ter que andar de um lado para o outro. Depois, há uns dois ou três anos ele parou, reformou-se e vendeu-me a carpintaria. Foi só isso, nada demais, afinal.'
Ana, fez-lhe uma festa no cabelo e ficaram um bocado em silêncio. Depois ela disse, 'É tarde, ficamos por aqui. Vamos jantar e falar de coisas divertidas. Bom, bom, seria se encontrássemos um sítio para dançar.'
Tomás levantou-se, 'Dançar!? Tudo menos isso. Por muito que lhe queira agradar, isso é que não, peça outra coisa mas isso não. E, além disso, agora é a sua vez de falar'.
Ana hesitou, 'Tomás, peça outra coisa... mas isso não, hoje não... tenho que ver se invento uma história credível para lhe contar porque a minha história verdadeira é escabrosa demais'. Ele olhou-a, espantado. Ana riu-se, 'Não, escabrosa também não será, mas é maçadora, tenho que ver se invento alguns pormenores picantes'.
Freixo do Numão - a beleza pura da simplicidade |
De manhã foram até Numão, localidade encantadora onde passearam como turistas, vendo o castelinho, a vista do castelo, as casas. Uma mulher, ouvindo as vozes, veio espreitar à porta, depois recolheu-se. Passado um bocado, discretamente veio até à rua, devia querer ver bem aquele casal para depois poder reportar o evento. Ana deu o braço a Tomás e sorriu para ele, enternecida, até para a senhora poder acrescentar esse dado relevante.
Contentor do lixo em Numão |
Tomás apontou a Ana o contentor do lixo. Ana fartou-se de rir e fotografou. 'Não colocar cinzas quentes', que coisa mais engraçada para se escrever num contentor do lixo. São as particularidades da vida na terra.
Dali partiram para Foz Côa.
Ana não conhecia o museu, ia céptica. Mas o cepticismo logo se esbateu. A vista era, como sempre, magnífica, com todo o esplendor que caracteriza toda esta zona.
E o edifício do museu é espectacular.
Entrada do Museu do Côa O céu que se vai estreitando à medida que entramos na terra, isto é, no belo edifício |
A entrada deixa logo antever que vamos entrar num espaço onde a luz entra por frinchas. E depois toda a organização do museu nos 'leva' aos espaços em que foram observadas as gravuras rupestres.
Interior de uma sala do museu do Côa |
Avançamos por espaços pouco iluminados mas o suficiente para vermos o que nos é mostrado, os traços que alguém, muito antes de nós, nestes mesmos locais, vendo estas mesmas paisagens, e vivendo numa natureza fulgurantemente bela, foi desenhando nas rochas.
Outro aspecto de outra sala do belíssimo (e moderno!) Museu do Côa |
O que vemos são réplicas, ou figuras iluminadas, ou peças descobertas, ou recriações de ambientes e há uma música suave que nos acompanha, sons da natureza, bichos, passos de gente nos rochedos ou de animais, pássaros, o vento na folhagem.
Ana andou feliz, descansada, o ambiente de museus deixa-a sempre assim, descontraída e bem disposta. Tudo ali a encantou.
Quando saíram, Ana deu a mão a Tomás, puxou por ele. 'Venha, vamos encontrar um recanto confortável, sossegado'. Abriu o saco que trazia ao ombro e mostrou-lhe pão, bolos, fruta, sumos. Tomás admirou-se: 'Mas de onde veio isto?'. Com ar gaiato, Ana confessou, '...Não diga nada... Trouxe do hotel, do pequeno almoço, bad, bad girl... vamos, vamos fazer um picnic'.
Se a música lá de cima ainda não acabou, por favor, parem-na, que a música agora é outra.
Damien Rice - I can´t take mey eyes off you
(Banda sonora do filme Clser)
(Banda sonora do filme Clser)
Pormenor da paisagem do Douro Superior, Douro Vinhateiro, Reino Maravilhoso |
Foi Tomás que descobriu o sítio ideal. Sentaram-se e, como se estivessem no ventre da terra, no meio do nada, ali estiveram comendo, rindo. Depois Ana, resoluta, avançou, 'Então, vá, vamos lá: agora eu!'
Tomás deu o mote: 'O que é que uma mulher como você tem a ver com aquele sujeito intragável que a foi visitar no outro dia... com flores?!'.
Ana riu, maliciosa, 'É intragável, é. Mas tem o seu lado tragável...'.
Como ele não se risse, ela continuou: 'Vá, agora a sério. Fomos colegas. Depois cada um seguiu o seu trajecto profissional mas a nossa amizade continuou. Sempre houve um ambiente de picardia entre nós e dali até haver uma chispazita era um ar. Uma adrenalina, uma atracção, nem sei bem dizer. Mas ele ultimamente está um convencido, um arrogante, um verdadeiro palerma, é verdade. A empresa onde ele estava, como sabe, foi comprada por chineses, eu na brincadeira até o trato por chinês. Sou amiga da mulher dele, não tem nada a ver. E gosto dele, apesar das parvoíces e vaidades. Em privado é divertido, é outro. Andou a querer divorciar-se, queria ficar comigo, uns dramas. Era escusado que eu nunca iria viver com ele mas, de qualquer maneira, a mulher também não aceitou o divórcio amigável e ele, com a exposição mediática que tem, nunca poderia ir para um litigioso. Continuámos amigos como antes, embora desde há algum tempo pouco nos encontremos'.
Como ele não se risse, ela continuou: 'Vá, agora a sério. Fomos colegas. Depois cada um seguiu o seu trajecto profissional mas a nossa amizade continuou. Sempre houve um ambiente de picardia entre nós e dali até haver uma chispazita era um ar. Uma adrenalina, uma atracção, nem sei bem dizer. Mas ele ultimamente está um convencido, um arrogante, um verdadeiro palerma, é verdade. A empresa onde ele estava, como sabe, foi comprada por chineses, eu na brincadeira até o trato por chinês. Sou amiga da mulher dele, não tem nada a ver. E gosto dele, apesar das parvoíces e vaidades. Em privado é divertido, é outro. Andou a querer divorciar-se, queria ficar comigo, uns dramas. Era escusado que eu nunca iria viver com ele mas, de qualquer maneira, a mulher também não aceitou o divórcio amigável e ele, com a exposição mediática que tem, nunca poderia ir para um litigioso. Continuámos amigos como antes, embora desde há algum tempo pouco nos encontremos'.
Ana estava com calor, tirou o casaco e apeteceu-lhe sentir a terra, tirou os sapatos. Continuou de olhos postos em Tomás: 'Mas, enfim, são coisas da vida. Mas o homem da minha vida não é ele. É outro, sempre foi. É o pai dos meus filhos.' Tomás abriu os olhos, com espanto. 'Sim, tenho filhos, Tomás.'
Tomás olhava-a, calado. Ana continuou: 'Que calor que se está a pôr. Não leve a mal, Tomás, mas vou tirar também a tshirt'. Despiu e ficou de calças e soutien. Tomás engoliu em seco, tentando não ser indiscreto, não ver os seios de Ana que eram bem visíveis com o soutien decotado.
Ana continuou sem conseguir tirar os olhos de Tomás: 'Mas o homem da minha vida, o ano passado recebeu um convite que achou que era irrecusável, ir arrancar com uma unidade no Brasil. Queria, naturalmente que eu fosse com ele. Claro que eu não ia, tenho cá a família, o trabalho, tudo. Depois meteu na cabeça que eu não queria ir por causa do 'chinês'. Nós, que antes sempre nos tínhamos dado tão bem, começámos a viver numa discussão permanente. Cenas de ciúmes permanentes, uma estupidez, queria que eu confessasse, cenas parvas, coisas pelas quais eu, nunca na minha vida!, quis passar, odeio ciúmes, odeio. Uma vez no meio da maior crise, farta das inquisições e ciumeiras, disse-lhe para se ir embora e para me deixar em paz, que eu, por muito que gostasse dele, não iria viver para longe dos meus filhos, nem dos meus pais e que fosse chatear outra e essas coisas que se dizem no calor das discussões. A verdade é que saíu porta fora e aceitou, finalmente, o convite. Depois arrependeu-se mas já era tarde demais. Furiosa, disse-lhe que escusava de me telefonar, que eu nunca mais queria pôr-lhe os olhos em cima. E, no dia em que ele embarcou, eu fiz o mesmo, saí de casa, avisei os meus filhos e os meus pais e fui parar à vila. Todos os dias lhes telefono e todos os fins de semana são sagrados mas a ele não, não lhe perdoo, e ele liga aos filhos, pede-lhes para eles me convencerem, uma chatice.'
Tomás olhava para o chão, inibido. Percebeu que Ana estava a despir as calças mas não levantou os olhos. 'Que bem que se está assim, Tomás, a sentir o sol na pele'. Tomás não disse nada.
Ana colocou-se bem na sua frente, assim, e continuou, olhando-o: 'Quis afastar-me, estava furiosa, furiosa comigo por ter esticado a corda até partir, furiosa com ele porque se foi embora, furiosa, triste, aborrecida. Uma vida inteira para acabar assim, estupidamente. Nem sei quem é que teve razão ou se alguém teve, nem isso me interessa. Tratei de tudo no trabalho para deixar de ter funções executivas, passei a tratar de tudo por mail ou por telefone ou em reuniões ao fim de semana. Era para ser um mês, dois meses, três meses. Mas comecei a arranjar a casa, comecei a interessar-me pela terra, por tudo e... pode alguém ser quem não é? Quando dei por mim já estava a dinamizar negócios, a motivar pessoas, enfim, aquilo que sempre fiz. E isto apesar de ter ido para lá para mudar de vida. De tal maneira que quando o dono da oficina me perguntou o meu nome, me saíu um nome que não o meu...'
Tomás olhou-a então de frente, como se sentisse enganado: 'Não?! Não se chama Ana? Então como é que se chama?"
Ela despiu então a última peça de roupa e assim, de frente para Tomás, deixando que ele a visse em toda a sua nudez, olhando-o nos olhos, respondeu: 'Eva'.
***
Para o caso de alguém querer ler esta história do princípio até ao fim, poderá procurar a etiqueta 'Ana muda de vida' aí ao lado, mais lá para baixo.
E, para o caso, de haver algum resistente que, depois desta longuíssima história, ainda lhe apetecer ler mais qualquer coisa, convido-vos a visitarem-me lá na minha outra casa, o Ginjal e Lisboa, a love affair. Hoje as minhas palavras voam, mas hoje voam mesmo, em volta de um poema de Tatiana Faia. A música só poderia ser Va, pensieri, sull'ali dorate e, claro, é Verdi.
***
Cansada de tanto escrever, desejo-vos uma bela terça feira.
E, se me permitem um conselho de ordem prática, não seria de jogarem o euromilhões? Parece que há um jackpot jeitoso que talvez venha a calhar para uns devaneios.
Seja como for, divirtam-se à grande, está bem?
Amiga:
ResponderEliminarAna fez bem, por não querer saber a história de Tomás. Há coisas, que ninguém consegue revelar totalmente.
Todos nós temos os tais "esqueletos no armário", que às vezes, até de nós escondemos.
Ela contou a sua história. Foi corajosa, ela. Quando se sentiu pressionada, mudou. Nunca teria a coragem dela, mas admiro-a.
O fim da história é muito bom.
A música,deixou-me calma. Gostei da 2ª. Tenho de ir ver o museu. Deve ser maravilhosa.
Beijinho
Mary
Tu, terra, Eva …
ResponderEliminarEva ali nua
Saída da terra,
Do que fundo é,
Raiz que é …
É encosta, costela,
Árvore, fogo, ar, serra …
É Douro e Tua,
Meu selvagem Sabor,
É à terra amor …
Eva ali nua
Livre,
Um porquê de criança,
Livre o homem,
Adão …
Eva, vida, viva …
Sereia das águas,
Rumorejo das videiras,
Passarada às cerejas,
Olhos sem mágoas …
Eva é o que ali se deleita,
Beleza virgem
Que enfeita a pureza …
Évora, 2012-05-22
J. Rodrigues Dias
Cara UJM:
ResponderEliminarEva no paraíso – que revelação! The End perfeito! Tão abrupto e espantoso como os montes que emolduram o rio.
Que grande imaginosa, cara UJM.
Gostei!, da história e do passeio que nos proporcionou.
E que venham dias muito felizes com euro milhões, ou não.
Abraço da Leanor formosa e segura.
Avé, Eva! Que as musas te saúdem!
ResponderEliminarNão é que naquele recanto, “como se estivessem no ventre da terra, no meio do nada…” aconteceu vida, numa valsa de roupas soltas, caindo ao som das palavras despretensiosas e sinceras. Ana, em todo o seu esplendor, transformou-se em Eva, a “verdadeira” mãe da Terra.
Pois é, cara UJM, como homem do Norte, com vivências na zona do Alto Douro vinhateiro, onde, como já contei, estudei dois anos (Colégio de Lamego/1968-70) e, mais tarde (1980), fiz cerca de oito meses de Medicina “militar” (CIOE) e SNS (Valdigem e Cambres), não poderia deixar de me pronunciar. Li durante estes dias a saga de Ana e hoje, quando a conheço, naturalíssima, como Eva, acabo por exprimir o meu grande aplauso à belíssima forma como todo o entusiasmante enredo se desenrolou. Bela história, a que não faltaria um médico, Tomás, cicatrizado por angústias e desilusões. Acho que conseguiu um epílogo majestoso…que até poderia dar azo a novos episódios, mas acho bem que deixe a imaginação dos seus leitores divagar, devagar, ao som da música relaxante do intróito deste último “capítulo”.
Parabéns e felicidades
E que interessante história que terminou. Entre Ana (ou melhor, Eva) e Tomás. Que final!
ResponderEliminarEssa mudança de vida dele é interessantíssima. Quanto aos ciúmes, sou da mesma opinião aqui expressa, custa-me a aceitar. Ou se confia, ou não. Simples!
Quando ainda era rapaz, 20 anos, tive uma namoradita que resolveu fazer-me – ainda hoje não entendo porquê – uma pequena cena de ciúmes, um tanto bizarra. Tinhamos ido á praia, ignorou-me o tempo todo e foi “fazer-se”, desculpem-me o termo, a outro compincha que por ali estava. Até que, ao fim de algum tempo de cena, discretamente, peguei na toalha, no saco de praia e fui-me embora. Até hoje. Só se apercebeu, creio que estava à beira mar, mais tarde. Telefonou-me, não me apanhou, atendeu um irmão meu e disse-lhe das últimas a meu respeito. Que eu era um malandro, partira sem nada dizer, etc, etc. A resposta que ela obteve, muito calma e algo perplexa, pois (aquele meu irmão) não sabia nada da história, foi de que eu fora para o...Algarve e não sabia quando voltava. Hoje, á distância do tempo, acho que fomos ambos uns tolos, infantis e que tudo se resolvia...falando. Mas, enfim, eram outras idades, menos vivência, demasiado orgulho tonto, etc. Vi-a, uma década depois, de passagem, no aeroporto da Portela. Era hospedeira. E estava uma linda mulher. Não me viu. Cada um seguia caminhos diferentes e ambos com pressa. Coisas da vida!
Sobre G.Verdi, é curioso que quando morreu, em 1901, em Milão, uma multidão acompanhou o seu funeral cantando, precisamente, “Va Pensiero”, “desrespeitando” um pedido dele, antes de falecer, de que não queria música no seu funeral. A sua “La Traviata” foi influenciada na Dama das Camélias e por sua vez na figura que inspirou Dumas Filho, a famosa Cocotte- Marie Duplessis.
Que bela exposição a de Foz Côa, que aqui nos revela.
E gostei dos temas musicais, que não conhecia.
Ficou com saudades do Douro? Assim espero! Mas tem fotografias belíssimas para o recordar!
Boa semana! A nossa é já a preparar a chegada do filho, namorada e...netito!
P.Rufino
Olá Mary,
ResponderEliminarSabe o que é, Mary? Estava-me a parecer que era uma violência obrigar um homem tão reservado a expor as suas dores. Achei preferível que fosse assunto que ficasse com ele. Acho que, quando uma pessoa tem aspectos secretos, não devemos querer conhecê-los. Para quê, não é?
Já quanto a Ana, que afinal era a nossa conhecida Eva, e era também a mesma mulher da primeira história, acho que é pessoa que sente que não tem nada a esconder. Assume o que faz e aquilo de que gosta e quem gostar, gostou, quem não gostar, azarinho.
Percebo-a bem na reacção dela face à pressão do Miguel. Quis casar com ela, ela casou. Depis queria que ela largasse tudo e fosse com ela; como ela não quis, começou a chateá-la até à medula com ciúmes e a ver se a fazia sentir culpada. Coisas chatas. Temperamental como ela é, mandou-o dar uma curva e ele cometeu o erro de ir. Ela sofreu com isso mas a vida continua e quem vai ao ar, perde o lugar.
Quanto àquele percurso, que é ipsis verbis o que a Leanor recomendou, é de lá ir para ver aqueles miradouros, aqueles locais (que a Mary já conhece todos ou quase todos) e, claro, ver o Museu. É lindo.
Um beijinho, Mary!
Olá Poeta!
ResponderEliminarFiquei tão contente quando li este seu poema. Esta Eva é um personagem que me motiva (um dia destes ainda vou parafrasear Flaubert quando ele disse Bovary c'est moi).
Comecei a história e era a história de Ana que eu estava a contar. Mas ela desatou a fazer coisas por conta própria e eu comecei a ver que ela era alguém que eu já conhecia.
E, quando comecei a conhecer de perto esta região fantástica do Douro Superior, as coisas começaram a encaminhar-se sozinhas para ser ali, no meio da terra, no meio da natureza mais pura, que ela contasse a sua história, desnudando-se totalmente, em sintonia com o pulsar da terra. Eva nua, saída da terra. O seu poema diz melhor do que eu disse o que foi o momento de revelação, o momento em que Tomás (Adão) se viu perante uma mulher que o tentava, o desafiava, expondo-se em toda a sua nudez, inocente, mulher.
Num local assim, virgem, natural, qualquer disfarce ou paramento seria desajustado, só a nudez total seria admissível.
(Espero que isto que estou a dizer, em complemento da história, faça algum sentido para quem me lê. às tantas pensam: 'Mas que grande pancada que esta tem...!').
Mas, resumindo, adorei o seu poema, adorei. Vi Eva ao espelho ao vê-la ali no seu poema.
Muito, muito obrigada!
PS: Se, por acaso, quiser usar alguma fotografia minha lá no 'Traçados sobre nós' já sabe que é só escolher.
Olá Leanor, formosa e segura,
ResponderEliminarÀs vezes, quando eu já tinha percebido que estava a escrever sobre Eva, ao ler os seus comentários, parecia-me que a Leanor estava mesmo quase a descobrir o segredo.
Ontem, queria acabar de falar sobre o passeio e, de repente, apeteceu-me que fosse ali, no meio dos montes que se azulam à medida que se afastam, com o rio lá em baixo, que ela revelasse a usa identidade, a sua vida, a sua alma, o seu corpo. Achei que era ali, bem no meio da terra, talvez vinda das águas do rio, que deveria entregar-se a Tomás.
Ou seja, ontem já era tardíssimo, o texto já estava longo (e eu estou farta de saber que os textos na internet se querem curtinhos, meia dúzia de linhas, que as pessoas que lêem na internet geralmente não têm paciência para textos longos) mas só me apetecia 'rematar à baliza', ali mesmo.
Depois de andarem em sítios tão maravilhosos, que graça teria uma cena destas num quartinho de hotel...?
Tinha que ser ali, claro. Por isso, acabou mais cedo do que eu estava à espera, mas acho que não podia ser de outra maneira.
Mas vou ficar com saudades desta gente. Esta Eva, este Tomás e, já antes, o Miguel, e já antes o administrador convencido ('o chinês'), a mulher dele, etc - é gente que parece que passou a ter uma vida a sério e dá-me vontade contar coisas deles. Mas, enfim, acabou.
Um abraço, Leanor, e muito obrigada pelo permanente incentivo. Aliás uma parte da história e o sponsoring do passeio da narradora é a si que são devidos!
Amigo Rufino:
ResponderEliminarCom a devida permissão da nossa anfitriã, gostei que falasse da musa inspiradora, da Traviata.
Foi pena, não terem tocado o Adio, no funeral de Verdi.
Marie Duplessis existiu. Já lhe vi o túmulo no cemitério de Montmartre.
Os quartos do Ibis da Place Clichy, abrem as janelas para o cemitério. Tive que ir ver.
Violetta, Marie Duplessis, está lá.
Cantei-lhe baixinho o Adio.
Gosto de Dumas, sabe? A dama das camélias, faz-me sonhar.
A Mary é terrivelmente romântica.
Abraço
Mary
Olá DBO,
ResponderEliminarFico contente que tenha gostado. Quando escrevia, pensava se estaria a ler e a ver as fotografias dadas as suas ligações à região.
Estive em Cambres, sim, agora já posso mostrar que já não sou tão ignorante como era antes. Pertence a Lamego, é do outro lado da Régua e atravessei a pé a ponte pedonal (uma maravilha) que cruza o rio e une Cambres À Régua. Foi aí que assisti àquela cena que descrevi (o resgate de um corpo encontrado no rio).
Mas, histórias tristes à parte, pensei muito se poderia fazer sentido um médico bem sucedido um dia, por algum acontecimento extremo, deixar de exercer medicina. Eu conheço um que se cansou (fisicamente cansou-se e saturou-se) e foi exercer um cargo de uma natureza totalmente oposta. Mas, agora, uns anos depois, voltou a exercer. Acho que voltou a sentir o apelo da vocação.
O Caro DBO saberá, bem melhor que eu, se pode acontecer um médico, um dia, dizer 'não vou voltar a exercer, vou mudar completamente de vida'. Com outras profissões isso parece-me absolutamente viável, com um médico não sei se pode ser uma mudança para sempre ou se será sempre apenas um interregno.
Mas fala-me que poderia haver mais episódios. Pois podia. E eu, que me sento aqui à noite a escrever, e que gosto de deixar os personagens viverem e fazerem o que querem, custa-me fechar-lhes a porta.
Dá-me vontade de ir saber o que anda o Miguel a fazer, ou fiquei curiosa com o homem que vi no restaurante de Ferradosa e que, quando o vi, me parecia tal e qual como eu andava a descrever o Tomás. Num dos episódios falei dele e chamei-lhe Pedro. E fiquei a achar que ali há história...
E depois há Eva que é indomável, livre, dona do seu destino. Acho que teria sempre coisas a contar sobre as suas andanças.
Mas, enfim, ali na terra, respirando o ar puríssimo, em plena natureza sem mácula, Eva ter-se-á dado a conhecer a Tomás e, provavelmente, há uma nova história que ali vai nascer. E isso, cá para mim, daria pano para mangas. Mas acabou e agora, como muito bem diz, cada leitor que imagine...
E muito obrigada pelas suas palavras, fiquei muito contente de as ler.
Felicidades para si também!
Olá P.Rufino,
ResponderEliminarAchei muita graça à história do seu rompimento com a sua namorada dos 20 anos, a que chama namoradita por ser novinha.
Aos 20 anos já eu estava casada, achando que era uma óptima idade para ser uma mulher casada.
Por isso, as minhas histórias do género são sempre com uma idade inferior. Mas tive uma história do género quando tinha 16 anos.
Tinha, na altura, um namoro tumultuado com um namorado por quem eu era apaixonadíssima e ele por mim. Mas ele era um doido e, quanto mais maluquices fazia, mais eu gostava dele. E eu também não era muito melhor e, então, como é bom de ver, oscilávamos permanentemente entre o amor mais exorbitante e as zangas mais definitivas. Foi um período vivido em chamas.
Havia também um outro (menino... porque, com 17 anos - era 1 ano mais velho que eu - um rapaz é um menino) que gostava muito de mim, cantava muito bem, fazia poemas, compunha canções e cantava-as em público, dedicando-as a mim, cantando de olhos fechados como sempre fazia mas, de vez em quando, abria-os e ficava a olhar para mim. Como eu gosto de música, punha-me a ouvi-lo cantar.
Por acaso ele cantava para mim, mas eu estava ali era pelas canções.
Ora esse meu namorado ficava possesso comigo, doido de ciúmes, não queria que eu ficasse a ouvi-lo, e um dia, furioso comigo, foi-se embora e deixou-me ali sozinha a ouvir o outro. E eu, furiosa por ele se ter ido embora, não lhe perdoei e, embora cheios de saudades nenhum de nós deu o braço a torcer, uma coisa absurda e eu, cada vez mais furiosa por ele não voltar para mim, aproximei-me cada vez mais do poeta-cantor e, passado pouco tempo, comecei a namorar com ele.
Foi uma história que teve a seguir vários desfechos para cada um dos três intervenientes. Mas não conto mais para não me juntar à sua lista de femmes fatales... (estou a brincar!)
Mas tudo teve na base uma falta de comunicação, birra, orgulho excessivo, nem sei... criancices.
Claro que não me casei com nenhum dos dois mas foram ambos, por razões diferentes, muito marcantes na minha vida.
Adiante: um dia ainda vou mas é começar a pegar aqui nas suas cocottes (arranjo um título global do género: 'As cocottes de P. Rufino') e faço uma série de mini-biografias ou, então, ficções sobre essa ampla galeria que tem à sua guarda.
A ver é se o tempo se põe bom para receber o menininho que está quase a conhecer o colo quentinho e bom dos avós babados. Ter um neto ao colo é uma ternura... depois me conta se não é das sensações mais reconfortantes que se têm na vida.
Obrigada pelas suas palavras sempre incentivadoras, P. rufino!
Estive a ler os episódios de ontem e de hoje. Gostei. Não estava à espera que acabasse já. Mas se a Ana é a Eva da outra história, a coisa ainda não fica por aqui. Se calhar ainda volta.
ResponderEliminarGostei muito das suas fotografias. Mostram muito bem a beleza do local(que não conheço).
Não a imaginava avó.
Embora de certeza seja uma avó jovem, se calhar é mais nova que eu, mas a exuberância da página inicial do seu blogue e a sua maneira descontraída de escrever levaram-me a imaginá-la não como avó, mas mãe de crianças pequenas. Enfim, a imaginação a trabalhar!
Uma boa noite e até à próxima história...
Olá Jeitinho,
ResponderEliminarDepois de Ana e Tomás passarem esses dias no paraiso, só podiam ceder à força da Natureza.
Conheço razoavelmente a zona e depois de uns dias passados por lá sem tv nem jornais, regreçamos de alma e mente lavadas.
Tambem comigo fica a vontade de ir sabendo coisas desse casalinho tão diferente mas com tanto em comum.
Faça-lhes, de vez em quando, uma visitinha, depois daquele pic nic as suas vidas não voltarão a ser iguais.
Acabo de conferir o meu boletim do Euromilhoes e mais uma vez não aceitei num unico numero.(também deveria ter premio).
Nestas semanas de jackpot, jogo, mas peço sempre que não saia a um só jogador. Tanto dinheiro faria de certeza,mal a uma só pessoa.
Boa noite e um resto de boa semana.
Isabel, já me fez rir!
ResponderEliminarÉ tão sincera e espontânea que não consigo deixar de sorrir quando leio o que me diz.
Por enquanto ainda me sinto jovem, embora os olhos das outras pessoas se calhar não vejam o mesmo que eu. Aqui há tempos fui convidada para ir dar uma aula a uma universidade. estava a receber-me uma ex-colega minha. Eu nem a conhecia. E só pensava: 'Credo! Será que estou tão velha como ela...?!'
Dei aulas quando andava na faculdade a fazer o 4º e o 5º ano (e já estava casada, imagine). Era muito nova e os meus alunos pouco mais novos que eu. No outro dia, cruzei-me com um sujeito barrigudo, careca e reconheci um antigo aluno meu. Também pensei 'Ai, Jesus... mas ele está um velho acabado.... Estarei também assim...?!'.
Pois não sei que lhe diga. Sou mesmo avó e adoro os meus netos que, por acaso, o que fala bem, me trata por Tá e os outros farão o mesmo. Mas o meu marido, talvez porque acha que não tenho muito ar disso, também lhes diz para se armar em engraçadinho: 'Venham à avózinha...'
Quanto à Eva que é uma força da natureza, vou ver se a deixo em paz a fazer das dela à vontade. Mas, é claro, não prometo nada. Já sabe que não sou muito de fiar...
Um beijinho, Isabel e obrigada pelas suas palavras.
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarAinda não conferi o meu boletim do euromilhões. Às tantas a esta hora estou podre de rica... eu não me importava nada de ficar com os 73 milhões. Com a Eva que há dentro de mim, punha esse dinheiro a rodar num instante. Escolas de formação profissional, actividades que absorvessem muita mão de obra, colégios para crianças desfavorecidas por todo o lado, eu sei lá...
Quanto à Eva e ao Tomás, como vê, fiz-lhe a vontade. Também não ia deixar aquele casal ir-se embora ainda apenas amigos, sem uma cena romântica à maneira. Era um desperdício da natureza... Uma coisa assim é um cenário ideal para um momento especial.
E a seguir, imagino eu, deitaram-se numa daquelas pedras grandes e macias e ali ficaram deitadinhos, agarradinhos, a ver o Douro lá em baixo.
E não me dê ideias senão escrevo já aqui um episódio nos comentários...
Obrigada, Sol nascente, pelo seu permanente incentivo. Um beijinho!
Cara UJM:
ResponderEliminarHaverá coincidências? simples acaso? ou arte e sedução da UJM?
Sem mingúem saber de ninguém, parece ter juntado aqui no seu belo sítio pessoas com ligações naturais ou afectivas ao Douro.
A suave e doce Mary, o charmoso P Rufino e..
Dizia o DBO que em 1968/70 estava no Colégio de Lamego, na Ortigosa. Por essa altura, e mais alguns anos, também eu estava por lá, mas no Colégio das meninas, da Imaculada Conceição.
Já me ri... E como a vida é bela e cheia de surpresas !
Tenha uma boa noite, e por favor não se canse muito.
Leanor
Pois é, Leanor,
ResponderEliminarEstou perplexa com isto tudo. Às tantas parece que todos se conhecem ou andaram pelos mesmos sítios ou se tornam amigos uns dos outros. Isto é uma coisa que só visto...
Não tenho muito tempo para andar pelos outros blogues e, por isso, não sei se isto é comum. A mim parece-me do além.
Mas fico-me por aqui que já passa e bem das 2.
Tenho que me deitar, credo, lindas horas outra vez.
Um abraço, Leanor e dias felizes!
Cara UJM:
ResponderEliminarAproveitei a sua ideia e usei uma fotografia sua no meu blog "Traçados sobre nós". Fiz um link para aqui.
Obrigado.
J. Rodrigues Dias
Este desenlace foi mesmo inesperado; conseguiu ligar as três histórias, que pareciam cada uma delas seguir rumos muito diferentes. Já agora... talvez nem tanto, afinal unia-os a mesma personagem feminina, só à superfície díspares.
ResponderEliminarGostei. Para quando um novo conto?
Olá José Rodrigues Dias,
ResponderEliminarSó tenho a agradecer-lhe e fico muito contente por ver uma fotografia minha junto a um poema seu tão bonito e que tão bem captou o espírito do desenlace da minha história.
Obrigada!
Olá leitora de A Matéria dos Livros,
ResponderEliminarlembra-se de, no outro dia, eu lhe ter dito que não me admirava que tivesse simpatizado com o tal 'estupor'?
É que já na primeira história havia ali uma quimicazinha sua em relação a ele. E eu compreendo-a porque comigo passa-se o mesmo...
Gostei imenso de escrever pois fico como se fossem pessoas mesmo de verdade e seria capaz de escrever mil coisas como se estivesse mesmo a falar de pessoas reais (... embora, é claro, há sempre traços de realidade nas personagens que se ficcionam).
Não lhe sei responder à pergunta 'para quando?' pois não é uma coisa voluntária. Ando por aqui a pregar contra o Relvas & Cia., ou a falar de outras coisas e, um dia, sem perceber de onde vem, desato a escrever uma coisa qualquer que a mim própria me surpreende.
A ver se um dia destes me dá uma dessas. Agora ando com vontade de desatar a escrever sobre o Tomás ou sobre o Pedro, o amigo de infância dele mas ando a contrariar-me porque acho que os devo deixar em paz.
Resumindo: não sei o que vai ser, nem quando vai ser.
Mas outra coisa: anda muito parada lá no seu canto. Muito trabalho, é? É o ano lectivo a aproximar-se do fim? Arranje lá um bocadinho... gosto de lá ir e surpreender-me com pensamentos, textos, fragmentos inesperados.
Um abraço, Leitora.
Eu agora também me ri com o que diz.
ResponderEliminarSabe que também me acontece o mesmo? Também quando olho para muitas das minhas colegas e as vejo com ar pesado, gorditas, mais "senhoras", também me pergunto se estarei assim. No estilo não estou, mas as marcas da idade já as vou tendo. Nem pinto o cabelo. Mas no vestir sou diferente. Ainda hoje trago umas calças justinhas com uma grande túnica. Esqueço-me da minha idade (já vou a caminho dos 52. Sei que não sou uma cinquentona típica, mas também não quero cair no ridiculo de me vestir como uma menina que não sou. Por enquanto acho que está equilibrado: idade e estilo. Mas tenho que ir estando atenta.
Também gosto de lenços e écharpes. A avaliar pelas suas, deve ter um estilo elegante.
Enfim, os anos vão passando e o coração sente-se menino.
Parabéns por ser essa avó que os netos também devem adorar.
Um beijinho
Isabel, que engraçado, eu pela fotografia que aparece no seu perfil diria que tinha menos. Mas ainda é uma jovem, claro que é.
ResponderEliminarEu não sou adepta de cabelos brancos. Tenho poucos e essencialmente junto às 'fontes' (agora não estou certa que é este o nome, estou com uma 'branca' - aquela zona entre as orelhas e a testa) e passam por ser madeixas mas, mesmo assim, de vez em quando, quando me lembro, ponho um produto que compro na ervanária e que disfarça.
Quanto à roupa, claro que tenho o cuidado de não me vestir de forma ridícula. Sou até relativamente clássica mas a moda agora é um bocado independente da idade. É tudo, essencialmente, uma questão de vestir coisas adequadas ao corpo e às circunstâncias.
No outro dia eu e a minha filha fomos à Zara e comprámos umas calças iguais para as duas (verdes, justinhas e pelo tornozelo) e isso acontece com alguma frequência, termos roupa do mesmo género e só não trocamos porque ela é mais alta e mais magra.
E uso blusinhas de toda a espécie. Como tenho estado a fazer um certo regime, já posso de novo usar calças 38 e já me sinto à vontade para blusas mais justas.
E no trabalho usos sapatos altos.
Hoje, por exemplo, usei umas calças justas beige, também destas curtas, pelo tornozelo, sapatos bem altos e uma blusa de manga curta, de um tecido macio verde escuro com um leve padrão mas no mesmo tom, com um fechinho à vista atrás. Depois um colar muito comprido, com bolas em tom beige entre argolas douradas, uns brincos de bolinhas iguais às bolas do colar. Simples e clássico mas que a minha filha também podia vestir.
Claro que ao fim de semana uso sapatos de outro género, muitas vezes ténis de caminhada, jeans, tshirts, cabelo apanhado (e brinquinhos, sempre)
Eu acho que a idade está na maneira de ser. Veja a Helena Sacadura Cabral. É uma jovem e a gente nem pensa na idade que tem porque toda ela é uma jovem, no riso, na maneira de ser, na expressão.
Por isso, não se preocupe, nem tenha receio do que pensem. Faça sempre como lhe apetecer, como se sentir bem.
Claro que há casos caricatos. Ainda há bocado, ao fazer a caminhada pelo rio, vi uma senhora também de uns cinquentas, baixinha, vestida como se tivesse uns 10 anos. Calçõezinhos, uma blusinha ridícula de menina, um penteadozinho à menina, um disparate. Mas isso são casos extremos.
Um beijinho, Isabel.
Pelo que descreve, é o estilo que imaginava.
ResponderEliminarEu não gosto de saltos altos. Não têm muito a ver comigo. Gosto de colares, pulseiras, essas coisas...
Nunca saio de casa sem brincos. Nunca.
Fala de Helena Sacadura Cabral. É uma senhora que admiro. Eu acho-a muito elegante, no estilo. Julgo que cheguei ao seu blogue porque o via referido pela HSC. Quando comecei a visitar os primeiros blogues, ainda antes de ter o meu, o da HSC foi um dos primeiros que visitei. Tinha lido um livro dela que trazia o link e eu fui ver, e desde aí vou sempre. Não entendo nada de economia ou política (gostava de saber), mas gosto do blogue. Admiro HSC.
A foto do meu blogue é do ano passado. Tirei-a de propósito. Mas tenho muitos cabelos brancos. Lá não se notam.
Pelo menos por enquanto sinto-me bem com a idade.
Temos que ir vivendo o presente o melhor possível, isso é que importa.
Já falei demais
Um beijinho
Isabel,
ResponderEliminarNão falou nada demais, eu gostei de ler.
(Eu ando de salto altos porque trabalho em ambiente de escritório, com reuniões, coisas assim em que é suposto uma 'ar' mais formal mas, em ambientes informais de fim de semana ou férias, quando em passeios, prefiro os baixos. De qualquer forma, estou tão habituada que já não me faz diferença)
Eu desde há algum tempo, tornei-me fã de bijuteria e há coisas giras e muito em conta. A Parfois tem coisas bem giras, não sei se por aí há. E faço também os meus colares, pulseiras. Há aqui uma loja que tem uma variedade fantástica de material para isso e eu, como gosto de trabalhos manuais, gosto imenso de fazer.
Um beijinho, Isabel.