As eternas questões, tantas vezes respondidas e nunca esgotadas:
O que esperam as mulheres dos homens?
O que esperam os homens das mulheres?
Aqui há dias o Senhor Embaixador Seixas da Costa contou-nos umas historinhas engraçadas no seu Duas ou Três coisas que suscitaram numerosos comentários e, este fim de semana, o Expresso, na Única, abordou alguns dos temas subjacentes aos delitos do Embaixador (salvo seja) - e isso deu-me vontade de aqui tecer alguns comentários.
Com a vossa licença, então.
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Começo por fazer alguns statements:
1. Não consigo, nem a brincar, dizer mal dos homens em geral (o máximo que consigo é dizer mal de um ou outro em particular mas, ainda assim, direi mal enquanto pessoa, não enquanto homem). Conheço razoavelmente bem a ‘raça’ não apenas por razões familiares e sociais mas também porque toda a minha vida profissional tem sido passada num universo maioritariamente masculino.
2. Não consigo ter uma opinião (muito menos moralista) sobre a infidelidade seja ela efectivada ou apenas imaginada. É um assunto pessoal e que envolve outras pessoas que não eu. Cada um sabe de si e das suas circunstâncias. Contudo, numa contenda como a que há tempos foi divulgada pela televisão entre as ‘Mães de Bragança’ e as ‘Brasileiras das casas de alterne’, a ter que me pôr do lado de alguém, eu pôr-me-ia do lado das brasileiras.
As ‘mães de Bragança’ falavam como se fossem mães ou donas dos maridos e invectivavam as ’brasileiras’ como se fossem estas a desencaminhar os maridos, como se fossem uns fracos, à mercê de qualquer descaminho; em todo o arrazoado moralista que se ouvia, nunca admitiam o óbvio, que os maridos iam às casas de alterne porque queriam. Já as brasileiras diziam, com propriedade, que os homens as procuravam voluntariamente e que todo o homem gosta de um carinho, um ‘cafuné’.
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Dito isto, acho que, salvo situações de carência, desespero ou tédio agudo em que, homem ou mulher estarão disponíveis para relacionamentos ad hoc, de tipo one night stand ou coisa do género, o que os homens e as mulheres procuram num parceiro(a) é basicamente a mesma coisa: alguém com quem estabeleçam uma relação de empatia, de apoio mútuo, de complementaridade, de carinho, de satisfação sexual, de parceria para investimentos futuros (investimentos em sentido lato: casa conjunta, família, etc).
Não partilho, mas nem um pouco, a ideia de que os homens são tendencialmente levianos, sempre predispostos para pular a cerca, insensíveis e egoístas – não penso isso nem penso que, neste aspecto, sejam diferentes das mulheres. Claro que há alguns que sim, tal como há mulheres que sim. Ou que às vezes sim, outras vezes não.
[Claro que há os (ou as) que são frequentemente assim mas, nesse caso:
- ou são assim ab initio (e só se engana quem quer);
- ou não eram e tornaram-se -> e, então, o que aconteceu é que o relacionamento descarrilou.
NB: Também devo adiantar que acho que, numa relação seja de que tipo for, se deve preservar a reserva e a discrição e, sobretudo, a privacidade; ou seja, não me parece que se deva vasculhar a intimidade do parceiro a ver se se descobre alguma coisa desagradável. Isso apenas revela uma desagradável, uma maçadora insegurança que minará, seguramente, a relação.]
De resto, a ideia que tenho é que os homens são às vezes fortes e seguros, outras vezes carentes, frágeis, gostam de mimo, gostam de palavrinhas de apreço, etc. - tal e qual como as mulheres.
Quanto à questão colocada pelo Expresso sobre se as mulheres ‘traem’ mais ou menos que os homens, a minha opinião é que, desde sempre, é idêntico. Tirando os casos em que o homem dá a facadinha no matrimónio com outro homem (casos que, diria eu, não são a maioria), a dita ‘infidelidade’ pressupõe a existência de outra mulher.
Ou seja, é matéria em que não há santas nem pecadores, não há vilões e inocentes: há pessoas.
(Nota Nº 1: Estas fotografias são, como é habitual, da minha autoria e foram feitas no Ginjal. A primeira, lá de cima, foi feita hoje ao fim do dia.
Nota Nº 2: Se me permitem o convite, queiram acompanhar-me, por favor, até ao Ginjal e Lisboa, a love affair onde há pouco, que nem de propósito, transcrevi um excerto do belíssimo 'Agora escrevo' do Alexandre O'Neill e escrevi um texto a propos.
Afinal, meus queridos amigos: It's all about love: boy meets a girl, girl meets a girl - and nothing else matters.
Nota Nº 3:... Claro que também há a versão boy meets a boy, girl meets a girl - mas não é bem o tema deste post que versa a luta de sexos na sua versão mais ancestral)
Moral da história? Abençoado seja o amor. Uma vez encontrado, deve ser tratadinho com muita compreensão, muito desvelo, muito cuidadinho.
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E agora, minhas meninas, sigam para bingo e deslizem até ao post abaixo.
(Os meninos também podem ir mas escusam é, depois, de ficar invejosos)
..., bem, fiquei sem argumentos.
ResponderEliminarEstá tão bem explanado, que não posso escrever o que me preparava para disparar.
Que maçada.
K.O. antes de qualquer round..
(You're good...)
Um dia retomaremos o tema...; quando estiver refeita e conseguir recarregar a pistola.
Olá Margarida!
ResponderEliminarDispare lá, não se intimide...
Mas olhe que eu, nesta matéria, sou muito segura (e em duplo ou triplo sentido).
Estou segura de que os homens não são os maus da fita: nada a temer em relação a eles; estou também segura de que uma mulher só agarra uma relação se estiver numa posição de igual, segura de si própria (não desconfiada, não intimidada, não à defesa); segura de que não deve querer mais do que 1 dia bem passado; e, no dia seguinte, mais um dia bem passado, sem grandes compromissos; e por aí fora. E quem sabe?, decorridos 20 ou 30 ou mais anos ainda estão juntos, na boa, como se fosse o 1º mês.
De resto, como dá para perceber, e apesar de conviver de perto e há anos com 'resmas' de homens e ter presenciado de tudo, tenho a melhor impressão deles (em geral).
Mas vou ficar à espera do seu retorno, sempre quero ver quais os seus argumentos...
(Aliás, li o que escreveu no 'Sortido Fino' e vi os remoques que lhe dirigiram; de certa forma, como escrevi, foi isso, em parte, que me fez escrever sobre este tema)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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