quarta-feira, agosto 31, 2011

Portugal ("Faz favor de provar que é pobrezinho se quer comprar passe social") a caminho da Alemanha ("Faz favor, sua prostituta, de comprar o ticket no parquímetro se quer 'atacar' aqui na rua")


Pois bem, isto está mesmo a ficar de plástico para ser mais barato (O'Neill, for ever).

Hoje, enquanto conduzia para casa, vinha ouvindo na TSF que as pessoas no Porto estavam desnorteadas sem conseguirem comprar o passe social +, aquele para pobrezinhos.

Uma senhora dizia que tinha 'tirado a tarde' e ainda não tinha conseguido, outro dizia que lhe tinham pedido a certidão de casamento. Outro perguntava porque raio de carga de água é que agora tinha que ir às finanças carimbar o comprovante da internet da declaração de rendimentos. Tudo isto para provarem que são pobrezinhos para ver se conseguem comprar o passe social com desconto.

E, meus amigos, palavra que não estou a inventar. Ouvi mesmo o que acabei de escrever.

Ou seja, o pior que há: humilhante e burocrático. Humilhar as pessoas que têm que andar a arranjar papéis para depois irem para a fila, para chegarem ao guichet de papelinho na mão a provar que ganham menos de 500 euros.


É o risco de termos um Governo constituído por técnicos sem bases humanistas, sem conhecimentos políticos, sem conhecimentos históricos, e que têm o poder para afectar, desta forma, o destino de tanta gente. O Álvaro parece um bom rapaz, ri-se muito, não é? Pois.

Coitados dos pobres deste país. Coidadas das pessoas que se vêem aflitas para sobreviver e que ainda têm que se humilhar publicamente, mostrar a sua magreza, mostrar que não têm dinheiro para poder viver condignamente.


Mas, meus amigos, não é apenas por cá que se fazem coisas indignas.

Pois bem, esta que hoje li parece-me de tal forma ultrajante que chega a ser quase cómica. Em Bona, Alemanha, as prostitutas que querem fazer o trottoir, têm que pagar bilhete no parquímetro e, se não têm o recibo com elas, serão multadas. Com a medida os cofres públicos vão arrecadar 200 mil euros por ano.


Pergunto eu: o que são 200 mil euros no total dos impostos de uma cidade como Bona? Menos que uma gota de água. Pois. Mas os nossos amigos alemães, os que na prática mandam na Europa, acham que é normal haver na rua parquímetros para prostitutas. Dizem, imagine-se, que é para não ficarem beneficiadas face às colegas que atendem no bordel. E isto, meus amigos, uma vez mais, não é brincadeirinha minha, não: é verdade.

Assim sendo, conselho do dia: vamos lá a acender uma velinha, meus amigos, para que acabem humilhações como esta, nesta Europa que se está a desumanizar.

Séculos de civilização não podem resultar em aviltamentos como estes. 



PS: (Recomendação aos do costume que dizem sempre que se queixam de não lhes ocorrer que eu escrevo mais que um post gigante por dia: Enquanto a política regride desta forma, a tecnologia pula e avança como bola colorida nas mãos de uma criança. Para conferirem, queiram por favor deslizar até à nuvem do post abaixo)

2 comentários:

  1. ah..., então foi isso!
    eu bem estranhei as filas desmesuradas em todo o lado!
    Por acaso, por cá, existe muito quem ganhe menos que 500€...
    Que treta de vida...
    :(

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  2. Deixe-os descobrir esta cena dos parquímetros para as prostitutas que andam na rua, para virem aí, com grande pose, com aquele ar de economistas-beatos, explicar-nos que é da máxima justiça social instalar maquinetas para elas tirarem o ticket e que com isso vão arrecadar muito dineiro e compensar o défice. E enquanto isso o Alberto João continua a fazer o que lhe dá cabeça.

    Olhe já sei sobre o que vou escrever hoje.

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