segunda-feira, maio 23, 2011

Constança Cunha e Sá na TVI, na condição de comentadora, toda ufana com a confirmação da sua vontade expressa: Sondagem Intercampus aponta para cerca de 40% para o PSD e 33% para o PS

Ela 'já sabia', está a 'confirmar-se o que tinha anunciado': o PSD está a roubar votos ao PS

Irritante esta senhora, que se esquece que a gente pensa que ela é jornalista.

Mas adiante. Falemos então dos resultados desta sondagem.

Não me admiro: os fazedores de boutades foram de castigo, toda a gente do PSD calou a boca e agora é só espectáculo. Há os media advisers a escrever o guião e Passos Coelho só tem que repetir o que lhe ensinaram: meia dúzia de frases que são pura demagogia e insinuações para alimentar o clima de intriga.

No entanto, há que ter em atenção um aspecto. O africano pasteleiro está quase afónico e, se ele perde o pio, terão que sair da toca os outros que antes iam dando cabo de tudo (porque, como é sabido, o PSD é  exemplo acabado do que é um saco de gatos, ingovernáveis).

O PS, por seu lado, está overacting o que, feito por artistas em cena há mais de 6 anos, se torna cansativo para quem assiste.

Paulo Campos, Secretário de Estado

Ainda há pouco vi Paulo Campos na televisão, num comício do PS: parecia quase possuído, rouco, quase afónico, a gritar por Sócrates, uma coisa patética.

Depois foram entrevistar alguns participantes do comício e uns não eram portugueses, outros nem sabiam o que estão ali a fazer, outros confessavam que tinham apenas ido almoçar... enfim, 'contratados' para fazer número.

Só não digo que isto é política abaixo de cão porque gosto muito de cães (querem ver as fotografias que fiz no fim de semana e que coloquei no Street Photo & Co. com o nome de O homem, o cão e o mar ?)

Dizem-me que isto acontece em todos os partidos. Dizem-me que eram uma minoria. Não sei. O que sei é não gosto nem um bocadinho.

Ou seja, em minha opinião, com a estratégia que arranjaram, de endeusar o Sócrates (que cometeu um pesado erro estratégico ao não ter saído de cena), com as mesmas mensagens repetidas a l'outrance, com a fixação doentia no que diz o PSD, e, sobretudo, com o espectáculo permanente que choca neste período de crise em que sabemos o aperto que aí está e aí vem, as coisas não vão correr bem, não vão mesmo.

Atinadinho continua Paulo Portas, embora hoje, com o resultado favorável das sondagens, tenha mostrado alguns maneirismos que eram escusados. Mas, em consciência, tenho que admitir que é quem tem feito a campanha mais sóbria, mais ajustada. O CDS vai ganhar muitos votos e é compreensível.

O triste disto tudo é que, com o País sem dinheiro nos cofres do estado, a economia exangue, a população envelhecida, a juventude desanimada e com vontade de se ir embora, e na altura em que a tropa fandanga deveria recolher à casota, dando lugar a uma elite mais escolada, mais experiente, mais honesta, mais competente... o que vemos é que nada mudou, a coisa vai de mal a pior e não tardará que estejamos totalmente na mão de quem nos ajuda.

(Pensam os meus caros leitores que há capital nacional para acorrer às privatizações que aí vêm....? Pois desiludam-se. Os nossos empresários estão a lutar para manter a cabeça fora de água. Não têm cash para coisa nenhuma, quanto mais para comprar empresas. Antes isso não era problema: iam à banca e um project finance era gizado num ápice. Agora, nem pensar...! Por isso estas nossas empresas, monopólios, estratégicas, etc e tal, vai tudo parar a mãos estrangeiras. Junte-se a isso a quantidade de empresas cujas sedes já passaram para Madrid, mais os investidores e mais tudo o resto e esqueçam o orgulho de Aljubarrota).

Mas olhem, tristezas não pagam dívidas e, por isso, para acabar em beleza, aqui vos deixo esta fotografia que tirei há bocadinho, desta minha janela. Um céu glorioso sobre Lisboa, sobre o Tejo. A delimitar a linha de água, que é a linha abaixo na fotografia (o céu estava tão bonito que sacrifiquei o Tejo), está a elegante Ponte Vasco da Gama mas mal se vê. Aquele pontinho mais escuro mais em baixo à direita é uma gaivota que andava ali, de gosto, a atravessar o rio.

O céu é o limite, n'est-ce pas?

 (Neste contexto, não sei o que significa mas apeteceu-me dizer.)

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