domingo, novembro 14, 2010

Ramos Horta e Paulo Portas - ou o triste estado da Nação

Devo ter andado distraída... Timor tem excesso de liquidez? Procura diversificar as suas aplicações de capital?

Mas ainda bem. Dispõe-se a vir ajudar aqui os portugas pobrezinhos que andam de mão estendida a pedir esmola aos chineses, aos timorenses, aos venezuelanos, a qualquer um que passe com uns trocos no bolso...

Ainda bem, mercados por mercados, que venha de lá o dinheirinho de Timor Lorosae. Provavelmente iremos desbaratar com os carros e com os motoristas dos chefes de gabinete dos vereadores das autarquias e com outras coisas inacreditáveis que vamos sabendo... Parece que vivemos no reino do nonsense.

Mas, aflitos como andamos, agora queremos é que nos comprem a dívida. Balõezitos de oxigénio para irmos pagando os nossos luxos asiáticos (e, claro, não me esqueço: obviamente que se tem que pagar os subsídios aos desempregados, as reformas aos pensionistas e outras necessidades sérias; não confundo deveres de estado com mordomias ridículas). Ficaremos em dívida, claro, mas ok, paciência.

E os timorenses do Monte Ramelau virem cá ajudar-nos é coisa que não apenas agradeço, como a que até acho graça.

Coisas do além.


Ramos Horta, em nome de Timor Leste, confirma que pode comprar títulos da dívida pública portuguesa

Outra coisa que tem graça, é o Paulo Portas, aqui em mais uma feira, a apelar - com aquele ar circunspecto e dramático que tão bem se lhe conhece - a que o PS e o PSD se unam.

Pois, populismo é isto mesmo. Dizer o óbvio. Dizer aquilo com que toda a gente concorda. Seja ou não exequível (que interessa isso?).

Era óptimo que a nossa classe política tivesse sentido de estado, que se unisse para reformar o estado a que isto tudo chegou, que não estivessemos aqui no canto da europa, como quem está na esquina da rua, de mão estendida, era bom que as filas para a sopa dos pobres não aumentassem todos os dias. Mas, Sr. Portas, as coisas são o que são. A República está em crise. Haveremos de sair desta mas ainda não se vê bem como.


Paulo Portas chama ao palco José Sócrates e Pedro Passos Coelho: segundo leio em rodapé, "Espectáculo estava marcado..."

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