sexta-feira, novembro 12, 2010

Afonso Dinis Nunes, António Mexia, a provável falta de cacau e outras desgraças com a Melody Gardot a tentar salvar a situação

As taxas de juro da dívida soberana foram trepando e estão em níveis de fazer bater o dente. Esta situação está a deixar-nos abaixo da linha de água e não se vê como sair disto. O FMI parece ser já uma inevitabilidade, como Soares nos vai preparando.

Ontem vi que em Mesão Frio a população se tinha habituado a uma linda coisa. Rejeitam empregos e dizem 'Eu é mais cursos de formação', que o dinheirinho dá jeito para a lida. Vão tirando cursos e passeando pelas feiras e pelas ruas.

Mas não é só lá.

Tolerância de ponto no dia 19 por causa da cimeira. E sei que a segurança e tal mas, com a economia de rastos, justificar-se-á mesmo esta tolerância numa altura destas?

Relapsos, calinas, baldas, parece que tem que vir alguém de fora, com autoridade, para nos pôr a bater a bola baixinho.

Enquanto isso, Afonso Dinis Nunes, o inteligente e solidário juiz presidente do tribunal de Alenquer, anunciou que vai passar a trabalhar menos duas horas por dia já que vai ganhar menos. É de homem-zinho.

Daqui por vinte anos é expectável que o cacau seja raro, caro como o caviar, diz o "The Independent".  Os cacaueiros são frágeis, o período de crescimento é longo, os produtores recebem pouco, dizem que não é rentável e estão a abandonar a cultura do cacau. O que vai ser de nós?

Mas as más notícias não se ficam por aqui: António Mexia gostava de voltar à política e para governar a maior empresa do País, a maior 'companhia' como ele agora gosta de dizer, a Câmara de Lisboa, vejam bem.

O mestre da imagem, provavelmente o maior cliente de agências de comunicação, de agências de publicidade, parece que acha que o País precisa dele.

É um príncipe do reino do efémero, um príncipe da gestão virtual, do mais vale parecer do que ser.

Usa a inteligência a seu favor e pouco mais que isso mas usa-a com a arte dos grandes coreógrafos, dos grandes encenadores. Diz lugares comuns com a pose dos grandes diseurs, ouve-se a si próprio como um Tom Peters e paga a fotógrafos para captarem o momento e a agências de comunicação para comporem notícias laudatórias, para as difundirem por agências noticiosas e outros meios de comunicação

Diz que isso acontecerá daqui por muitos anos. Ora, daqui por muitos anos, eu acho que ele já estará velho.

Por isso, senhor Mexia, nessa altura go home. É que se, já agora, 'este País não é para velhos', fará daqui por muitos anos...

E porque não me ocorrem notícias boas, mas porque há que não desanimar, aqui vos deixo, com votos de uma boa 6ª feira, a envolvente e melodiosa Melody Gardot em Baby I'm a Fool ("kiss me now, don't ask me how"). Do melhor que há.

Enjoy.

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