terça-feira, novembro 04, 2025

A ministra da Saúde é destituída ou pensa que nós somos mentecaptos?
-- A palavra ao meu marido --

 

Na sequência de tudo de mau o que tem acontecido com o SNS desde que esta ministra está no cargo, e depois das sucessivas tragédias que aconteceram desde sexta-feira devido à inoperância do sistema de saúde -- cujos responsáveis são, obviamente, o primeiro ministro e a ministra da saúde --, ouvi hoje a ministra, cujo fácies parece denunciar uma deriva para outra espécie que não a humana, apontar o dedo ao problema da deficiente informação que lhe foi transmitida esquecendo-se, ou tentando fazer esquecer-nos, que o verdadeiro problema está longe de ser esse: é, sim, o caos em que se encontra o SNS devido às políticas que prosseguiu e que resultaram nas tragédias que conhecemos. 

A ministra
  • substituiu as administrações e as chefias intermédias apenas por questões partidárias esquecendo-se do fundamental, que é a competência,
  • criou uma baralhada insolúvel no INEM,
  • aumentou muito os custos do SNS embora a qualidade do serviço tenha diminuído imenso, 
  • tornou a direção executiva do SNS um apêndice sem quaisquer objetivos, 
  • para garantir o aumento de proveitos aos médicos alavancou os serviços de tarefeiros e simultaneamente aumentou valor do pagamento horário (é ou não verdade que hoje há médicos que já não trabalham à sexta-feira e à quinta feira à tarde porque fazendo um fim de semana como tarefeiros recebem mais do que se fizessem horário completo?), 
  • enfim, conseguiu virar de pantanas o serviço público de saúde do País.

Das duas uma: ou padece de défice cognitivo ou pensa que somos burros. Existe uma terceira hipótese que é ser uma cínica egocêntrica que não tem conhecimentos nem capacidade para ser ministra e que não tem o mínimo de humanidade (como bem o demonstrou na intervenção que fez na AR culpabilizando a pobreza e a falta de conhecimentos das pessoas pelas tragédias cuja responsabilidade é dela e que nunca assumiu). 

Esta forma de estar na vida pública mete-me nojo. 

Mas Ana Paula Martins não está sozinha. Quando ouvimos o "Lentão" Amaro falar de "reengenharia" a propósito da imigração ou o Montenegro defender a putativa lei da nacionalidade e a lei da imigração  como se fossem determinantes para a segurança nacional, devemos estar alerta e equacionar quais são os verdadeiros valores destes tipos e quais são os seus verdadeiros interesses e objetivos. 

Cavalgar a agenda do Chega revela mais que um mero tacticismo, revela também que, para o PSD de Montenegro, os mais elementares valores humanistas não passam de uma moeda de troca sem qualquer valor facial.

6 comentários:

  1. É no que dá perder eleições. As próximas, em princípio, são em 2029.

    Mas sim, é possível que Montenegro seja obrigado a sair até lá. Segundo uma colunista do Público, para dar lugar a Passos, casadinho com o André. Bonne chance!

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    1. Recordo que a AD está no poder há ano e meio. É neste ano e meio tudo piorou consiferavelmente. Além do mais, como confirma um comentador isento chamado Passos Coelho, a política seguida por este Governo na Saúde é comprovadamente errada.

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  2. O passado apanhou-nos no presente. A fatura da inação e erros de política dos governos de António Costa estão aí na degradação dos serviços públicos.

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    1. Idem resposta ao comentário anterior.

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    2. Eu não fiz juízo algum sobre a obra da madame em funções. Limitei-me a recordar que a legislatura é de quatro anos, que houve eleições este ano, e que mesmo que madame seja enviada para as boxes dificilmente será substituída por alguém com ideias muito diferentes. Enfim, sempre pode ser menos inepto. Ou até não. Haja saúde e dinheiro para a pagar.

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  3. Esta ministra está longe de ser incompetente, pelo contrário, é bastante competente a combater o SNS. Quando diz que muitas parturientes nem telefone , nem dinheiro para o privado, estamos na presença de alguém que de ingenuidade não tem nada, mas sim uma agenda de ultraliberalismo fascizante que já caracteriza este governo.
    Montenegro já está a preparar a saída a dois ou três meses para não perder a face dada a aposta nesta personagem, já soprou para a CS o cansaço da ministra.
    Entretanto, cobardemente, Marcelo hibernou.

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