terça-feira, setembro 09, 2025

Quem é Armando Martins?
Quem é o homem que aprecia o desvio à perfeição?

 




Eu não sabia quem era Armando Martins. 

Fiquei curiosa. E, depois de ler a sua breve biografia e depois de ter visto o vídeo, fiquei surpreendida. Muito interessante. Há pessoas com percursos ímpares. Afinal, Armando Martins é um português excelentíssimo: é o Senhor MACAM.

MACAM = Museu de Arte Contemporânea Armando Martins

Transcrevo:

Armando Martins nasce em 1949, no concelho de Penamacor, e passa a sua infância longe dos circuitos das artes.

Aos 14 anos vem estudar para Lisboa. Na adolescência realiza a sua primeira visita a um museu de arte, o Museu de Arte Antiga, experiência que não o seduz, pois seria a arte contemporânea o seu caminho e paixão.

A sensibilidade e o interesse pelo mundo da arte só começam a anunciar-se mais tarde, de forma crescente e em paralelo com o caminho que vem a traçar a nível profissional.

O colecionador que sonhou um museu

Licencia-se em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico, em 1973, ano em que inicia a sua atividade profissional.

No final da década de 70 parte para o Brasil, regressando a Lisboa em meados dos anos 80. Enceta desde então um percurso de sucesso no sector da promoção imobiliária, com a criação de várias empresas.

Nos anos 90, constitui o Grupo Fibeira SGPS,S.A., com atividades na promoção imobiliária, hotelaria e serviços, do qual é hoje o Presidente honorário. 

Foi o promotor do edifício Atrium Saldanha, em Lisboa, projeto com a assinatura do arquiteto catalão Ricardo Bofill, galardoado, entre outras distinções, com o Prémio Valmor de Arquitetura em 2001.

É também proprietário do Palácio do Correio-Mor, em Loures, e do Palácio Condes da Ribeira Grande, na Junqueira, Lisboa, onde instala o projecto MACAM.

O interesse pela Arte

O interesse pelo colecionismo e pelas artes visuais começa aos 18 anos, com a aquisição de serigrafias em parceria com um amigo. 

Por ocasião do seu 25º aniversário, decide oferecer a si próprio a primeira obra de arte original.

Essa experiência é o primeiro momento de um percurso sem retorno, dando início ao que viria a ser a Coleção Armando Martins. A partir de então, a sua actividade como colecionador vai-se intensificando.

Dotado de um espírito inquieto e empreendedor, Armando Martins continua a alimentar a sua capacidade de sonhar e de desenvolver projetos que, por vezes, o conduzem para fora da sua zona de conforto. O gosto pela arte é disso exemplo.

A Coleção e o Museu

Armando Martins não só se decide a criar uma das melhores coleções de arte a nível nacional como, paralelamente, vai alimentando o desejo de fundar um museu para partilhar a sua coleção.

Em 2007, concretiza a aquisição a título privado do Palácio dos Condes da Ribeira Grande, um edifício histórico do século XVIII. Avança com o projeto de reabilitação para criação do Museu, decidindo incluir um Hotel de 5* como motor de financiamento e de sustentação da autonomia do projecto.

Em 2018, é distinguido com o Prémio "A" para o colecionismo pela Fundación Arco, instituição dedicada à promoção, investigação e divulgação da arte contemporânea.

Três anos depois, é-lhe atribuído o Prémio de Colecionador da Associação Portuguesa de Museologia, pelo seu projeto de criação de um museu privado para tornar pública a sua coleção.

O que outrora era apenas sonho, hoje torna-se realidade. O empreendimento está concretizado, a coleção Armando Martins perfez 50 anos de história e o Museu MACAM abriu portas ao público em 22 de Março de 2025.

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 Armando Martins: O Penamacorense que deu um museu a Lisboa


Salve Armando Martins.

Obrigada.

2 comentários:

  1. O Palácio Condes da Ribeira Grande, na Junqueira, "já albergou o Colégio Arriaga nos anos vinte e trinta do século XX, entre 1939 e 1949, o Liceu Dom João de Castro e, por fim, o Liceu Rainha Dona Amélia" https://miseriasdelisboa.blogspot.com/2015/09/liceu-rainha-dona-amelia_3.html

    O actual projecto de alojamento do Museu foi. sem dúvida, uma boa ideia. Acontece que a concretização dela não se livrou de um certo saloiismo neo-decorativo de alguma arte "contemporânea".

    O "Dona Amélia" merecia melhor.

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    1. Olá João
      Não vi o museu, apenas vi o museu, concretamente a Galeria 1, a 2 e o jardim. E gostei. Gostei do espaço, gostei da colecção de pintura (Galeria 1) e gostei da forma como está exposta. Das obras da Galeria 2, internacional, fotografia, pintura, instalação, vídeo, etc, não gostei especialmente mas não aprecio em geral daquele tipo de obras, seja em que colecção ou museu for, parece-me sempre tudo a tender um bocado para o 'wannabe'. E gostei do jardim, pequeno mas elegante, gostei das obras e da forma como ali se integram e destacam, gostei da entrada. Devo dizer que ia um bocado de pé atrás e, afinal, vim de lá bastante agradada.
      A minha filha falou-me também na cafetaria e nos belos bolos que lá há e, como não me lembrei de lá ir espreitar, acho que ainda lá vou voltar um dia destes.
      Quanto ao hotel, em si, não sei como será, não sei se a arte estará lá exposta de forma assaloiada... Será...?

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