quinta-feira, maio 01, 2025

Mamã-gata e os seus cinco gatinhos-bebés

 

Na casa 'urbana', dá para isolar a zona do nosso quarto de forma a que o cão não consiga para lá ir. Mas a casa, in heaven, é diferente. É uma casa, a todos os títulos, especial. Um dia conto-vos. Entre outras particularidades, tem aquela que eu sempre desejei: passa-se de divisão em divisão de forma contínua, sem portas. Mas tudo tem o reverso. Não é fácil isolarmo-nos. Poderíamos fazer mais do que fazemos mas não é fácil até porque não queremos deixar de ouvir o que se passa na outra ponta da casa. Encostamos a porta do corredor que dá acesso à zona dos quartos mas não fechamos a porta do quarto. E o que acontece é que, a meio da noite, o espertalhão do dog empurra a porta do corredor e vem deitar-se sobre a cama, aos pés. Como sou mais pequena que o meu marido, é aos meus pés que ele encontra mais espaço. A partir daí, fico com menos margem para me acomodar a meu gosto. Bem posso dar-lhe pontapés que ele não se torce nem se amolga. Ao fim de algum tempo acaba por sair e ir deitar-se no tapete aos pés da cama. Mas, até sair, tenho eu que me Não sei se é por isso mas acordei com uma dor nas costas. E, ao longo do dia, a dor foi mordendo com mais força.

Por isso, não apenas não dormi muito bem de noite como, de dia, não andei especialmente famosa.

Face a isso, quando me reclinei aqui no sofá para ver o debate, começou a dar-me o sono e... adormeci mesmo. O meu marido, de vez em do, perguntava-me: 'Mas... estás a dormir...?'. Tentava acordar mas debalde.

Por isso, não consigo pronunciar-me. Se calhar, ainda que involuntariamente, poupei-me.

O que posso dizer, e amanhã a ver se até publico um vídeo no Instagram, é que aconteceu uma coisa. O meu marido contou-me que, quando foi buscar um podão ao recanto bagunçado ao pé do forno de lenha onde costuma amontoar ferramentas desse tipo, redes, oleados e nem sei bem o quê, saltou de lá um gato bonito, pintalgado. 

Quando fui para aqueles lados, o cão ladrava furiosamente lá ao pé, a olhar fixamente para lá. O meu marido disse: 'Este também já percebeu que o gato se esconde aqui'. 

Às tantas lembrei-me: 'Não haverá para aqui gatinhos?'. É que estranhei o olhar fixo e o ladrar transtornado da nossa fera. E fui espreitar. Então, para minha alegre surpresa, vi a coisinha mais fofa, mais fofa, um gatinho bebé, também pintalgado, fundo branco e manchinhas pretas e manchinhas amarelas, narizinho esborratado. Uma ternurinha fofa.

E, ao longe, a gata a espreitar.

O meu marido, então, foi buscar rede e conseguiu isolar minimamente a passagem para aquela zona, senão a coisa corria sérios riscos de acabar mal. 

Passado um bocado, puxei a rede para o lado e, pé ante pé, fui-me aproximando. Já não vi o gatinho, já não estava no sítio em que o tinha fotografado. Subi, então, para cima de um banco... e vi a cena mais ternurenta, mais linda, mais maravilhosa. Do outro lado, no meio daquela inqualificável bagunça, ao fundo, a gata rodeada de gatinhos. Cinco. Cinco gatinhos fofos, lindos, um amarelinho, um pareceu-me escurinho, outro branquinho, um malhadinho e outro de que só vi a cabecinha e que me pareceu clarinho. Fofos, fofos, um milagre da natureza. Mais um milagre. Se calhar nasceram ali. 

Não sei de que se alimentam. Não sei se deveria fazer alguma coisa por eles. Admito que o melhor é não fazer nada. Mas a minha vontade é pegar neles, adoptá-los, fazer com que fiquem por aqui. Mas, claro está, tudo isto é platónico, pois, com o medo que tenho de gatos, não sou capaz de me aproximar e deitar a mão a nenhum deles. Imagino que a mãe-gata, se eu ousasse a fazer isso, me saltaria em cima e me arranharia furiosamente. Desconfio dos gatos, tenho medo deles. Estou melhor a respeitá-los de longe.

Mas não imaginam como fico feliz com isto. Se eu conseguisse ter por aqui, convivendo alegremente, gatos, esquilos, uma possível raposa, o nosso cão, passarada, ficaria ainda mais feliz. Os javalis não, podem ficar longe.

Só espero que, de manhã, a família gatinha ainda lá esteja e que eu consiga fotografá-los para vos mostrar. Hoje mostro o possível, apenas o primeiro que vi.

E mostro um pouco de como está o campo por aqui. Lindo.

O meu marido diz: 'erva e mais erva, isto está a pedir ser tudo cortado'. E, claro, eu acho o contrário. Acho tudo lindo, lindo, verdinho, viçoso, inacreditavelmente perfeito, milagrosamente perfeito.






Feliz Dia do Trabalhador.

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