terça-feira, maio 21, 2024

O que as religiões podem fazer à cabeça das pessoas...

 

Eu não sei qual o culto em que esteve imersa Glenn Close, a grande Glenn Close (ainda há dias a vi na RTP 2 no excelente 'A mulher') desde a infância até atingir a idade adulta. Mas os testemunhos que tenho visto em que ela conta como a confissão permanente era, na realidade, um acto de humilhação sobre ela, um acto em que ela se sentia, ou a faziam sentir,  diminuída, (no fundo, assediada) e como toda a sua vida afectiva foi prejudicada pelo mal que tudo aquilo lhe fez, deixam-me francamente incomodada.

Quantas pessoas, quantas, não conseguem  ser autênticas, livres, genuínas, ao longo de toda a sua vida porque as condicionantes impostas pelos cultos religiosos as deixaram castradas? Quantas pessoas continuam, mesmo em adultas, a ter dificuldades nos seus relacionamentos, com medo de pecar, com medo de infringir algum mandamento, porque durante o período em que a sua personalidade se estava a formar, foram manietadas, manipuladas, porque o medo da culpa lhes ficou inscrita nos genes?

Quando vejo tantos jovens envolvidos em actividades promovidas pela igreja católica, completamente alienados -- cheios de boas intenções, é certo, mas tudo tão longe do que é a realidade em todas as suas diversas vertentes -- fico a pensar em que é que se tornarão, quando adultos?

Conheço vários católicos praticantes e dos que conheço como mais praticantes o que lhes vejo em comum é o estreitamento intelectual, parece que embrutecem, parece que se fecham ao mundo, parece que ficam a pensar que o mundo são eles. Teoricamente estão imbuídos dos melhores sentimentos mas tudo gira em volta deles, dos seus grupos que frequentam a missa, que frequentam retiros espirituais, que organizam peregrinações, e cada vez mais pensam e vivem em circuito fechado. E isso nunca pode ser bom.

Glenn Close was in a cult as a child

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