sexta-feira, maio 17, 2024

Ao ouvir João Oliveira a rabear em volta do tema da invasão da Ucrânia por parte da Rússia só me ocorre a dúvida: como é que as pessoas inteligentes do PCP não se demarcam da absurda e hipócrita posição oficial do partido?

 

Coloco esta questão pois admito que haja pessoas inteligentes no PCP. É que, se admitisse que não, então estaria explicado. Mas sei que há pessoas com boa cabeça. Mas, se têm boa cabeça, como é possível que se prestem ao papelinho, ou melhor, ao papelão de andarem às voltas do próprio rabo, a dizer coisas que não vêm a propósito, a desconversarem, a atirarem poeira para os olhos, a ver se conseguem passar entre os pingos da chuva, mas, na prática, incapazes de criticarem Putin, incapazes de dizerem que, para a guerra acabar, a Rússia deve tirar as patas ensanguentadas do país soberano que invadiu e que, barbaramente, estupidamente, quer anexar.

19 comentários:

  1. Por dois motivos bem simples: não há pessoas inteligentes no PCP nem tão pouco a posição do partido é hipócrita já que coincide em tudo com o que sempre defendeu

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  2. Pois, as oferecidas férias nas Crimeias não são de graça.

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  3. Pela simplicíssima razão de que o PCP, como qualquer pessoa que tenha um minimo de discernimento, sabe que a Rússia é uma superpotência nuclear que só sairá da Ucrânia quando bem lhe aprouver, como aliás faria qualquer outra grande superpotência, coisa que, infelizmente, o infeliz Zelensky e outros infelizes deste mundo ainda não entenderam, ou disfarçadamente fazem que não entenderam, e continuam a enviar armas e aviões e leopardos para a Rússia destruir enquanto vai matando o resto dos desgraçados ucranianos que ainda restam. Mas perceber isto requer inteligência e tacto. É preciso descer à Terra, deixar de pairar. Ou então fazer como o Gouveia e Melo que está neste momento a caminho da Ucrânia para morrer pela Europa. Ah, valentão!!

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  4. Segismundo,

    Então devemos todos deitar-nos no chão para a Rússia passar por cima, é isso?

    Esqueçamos o direito internacional, esqueçamos tudo? Só porque um maluco resolve anexar um país, devem todos pôr-se de gatas à espera que ele faça o que quiser? É isso, então?

    Muito bem... Mas se é isso que pensam, porque não o dizem abertamente? A cobardia vai a ponto de terem medo de usar as palavras certas?

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  5. O problema, infelizmente, é que a Senhora UJM não tem outro remédio senão aceitar o direito da força. Tá mal? Tá, mas é a vida. Também quer morrer pela Europa como o Almirante? Então vá lá, meta-se a caminho e mande notícias. Não se esqueça de levar uma velhinha G3 ou um canhangulo. Atente no que lhe vou dizer: a bem ou a mal, a Rússia vai obter o que quer, não vale a pena espernear, por isso, talvez valha mais uma paz imperfeita do que continuar com a matança. Estou errado? Paciência. Já agora, passe por Madrid e diga ao rei para nos devolver Olivença. Boa sorte.

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  6. Ao invocar o Direito Internacional (D.I) como resposta a Sigismundo, esqueceu-se de que Israel não respeita esse mesmo D.I há décadas e que, neste momento tem vindo a praticar crimes de guerra, genocídio, além de há anos a esta parte apartheid. Israel já destruiu todas as universidades existentes em Gaza, deixou todos os hospitais uns destruídos, outros praticamente inoperacionais, matou já quase cerca de 40 mil civis, designadamente crianças, mulheres, idosos e outros civis, arrasou com creches, diversas infraestruturas (desde eletricidade, distribuição de água, estradas, pontes, etc), enfim, um massacre devastador, horrendo que, abjectamente, este sórdido Ocidente sanciona, ou, ocasionalmente, emite uma vaga "preocupação" pelos crimes que, diariamente, ali se cometem. Israel, contrariando o tal Direito Internacional (D.I), ocupa 95% do território Palestinano, onde implantou colonatos, há décadas, ilegalmente, contrariando disposições das NU, Organização que Israel despreza e não respeita, mas continua a fazer parte (!). E entretanto, não se aplicam sanções quer económicas, quer financeiras, quer militares, quer políticas ao governo criminoso de Israel. Ao contrário da Rússia, por exemplo. Estes dois tipos de comportamentos e atitudes, por parte do tal sacrossanto Ocidente (com destaque para a UE - sob a batuta dessa traste da presidente da CE, Ursula Van der Laeyen - e os EUA, entre outros países seguidistas destas posições políticas) revela um cinismo e hipocrisia que mete nojo! Só não mete a quem apoia as patifarias que Israel está a praticar, alegre e impunemente, numa afronta à dignidade humana – que nada incomoda a Israel.
    E ainda esta malta vem com conversas e verter lágrimas pela Ucrânia. Os mesmos que que fecham os olhos aos massacres em Gaza cometidos por Israel. Que cinismo, que hipocrisia! Que dualidade de sentimentos e comportamentos. E atitudes. Inqualificável !
    a) P. Rufino

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  7. marsupilamimaio 17, 2024

    Ambos têm razão, infelizmente. Se a Rússia não quiser sair, não sai. É potência nuclear. Se os EUA não quiserem deixar a Rússia instalar-se à vontade na Ucrânia, a Rússia vai ter de continuar a batalhar sem conseguir estabilizar o "seu" terreno. Porque os EUA também são uma potência nuclear. Nada disto é novo, já se tinha visto durante a "Guerra Fria". O que é novo é que, infelizmente, desta vez a guerra se passa na Europa. Deixámo-nos enrolar, para usar de um eufemismo. E a questão que, por isso, se coloca é a seguinte: qual é o acordo possível e necessário para pôr um fim à guerra na Europa? Isto é, qual é a distribuição de áreas de influência que se vai ter de acordar com a Rússia? Se tivermos um módico de memória histórica, parece-me que não será muito controverso constatar que os dados no terreno nos são actualmente bem mais favoráveis do que no período pré-1991. É tudo muito mau, mas no último meio século a Europa recuperou grande parte do seu território. Isso devia contar mais na análise da situação, parece-me.

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  8. Eu burro me confesso, identifico-me no pensamento expresso pelo candidato João Oliveira. Tudo o resto é linguagem bélica de quem treme só de ver um canhão desarmado à sua frente.
    Eu burro me confesso e não quero que os meus filhos vão defender, em nome da falsa pátria do Otanistão, os nazistas da Ucrânia dos fascistas da Rússia.
    De consciência limpa e cristalina, enfio a carapuça, sua excelência: orgulhosamente burro, ajeitado e manso, mas não disponível para ser burro de carga da vossa inteligência.

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  9. P. Rufino,

    O seu conceito de justiça é esse? Quando se julga um crime, acha que, para defender e legitimar o agressor, é legítimo invocar outros crimes?

    Caso não tenha percebido, o tema do que escrevi foi o dos crimes da Rússia. Acha que, para poder falar sobre isso e para legitimar a minha condenação, teria que aqui invocar todos os crimes da história e da actualidade, recriminando, um a um, o lado que me parece condenável?

    Eu sei que gosta de escrever muito mas não queira que eu faça o mesmo.

    E, em vez de ter gasto tanta prosa, não lhe teria sido mais fácil limitar-se a dizer que a sua opinião é que se deixe o Putin em paz a invadir quem muito bem lhe apetecer?

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  10. marsupilami

    Tenho para mim que a Rússia merecia melhor do que ser governada por um psicopata e tenho esperança que a própria Rússia de alguma forma consiga resolver o problema que tem.

    Se a Rússia voltar a ter uma pessoa normal à frente, a guerra acaba.

    Acho eu de que.

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  11. Pata,

    Mas o meu Caro não é um adorável leitãozinho...? Não me diga que quer acrescentar mais uma categoria à longa lista de 'cenas' da orientação de género (LGBTQIA+...)? Então, tendo nascido leitão, agora sente-se burro...? Só me faltava mais essa... Mas fez operação e tudo? Conte-me tudo (e, se não for pedir muito, já agora em verso).

    Quanto ao resto, admito que a sua confusão mental sobre pacifismo e belicismo, agressores e agredidos, seja um efeito secundário dessa big desorientação de género... Ai Pata, Pata...

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  12. Sabe UJM, há muito que venho assistindo ao seu silêncio relativamente ao que se passa em Gaza e às patifarias que Israel ali pratica. Isto sob o manto diáfano da bandeira da Ucrânia que exibe no seu Blog. Nunca verteu uma lágrima pelas atrocidades na Palestina e em Gaza, mas a Ucrânia comove-a. Eu não invoquei “todos” os crimes da História, como refere, sei lá porquê (!), mas, tão só aqueles actualmente praticados por Israel, na mesma altura em que se verifica o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Sabe, aqui há pouco mais de uma dúzia de anos, estive numa missão em Israel, juntamente com elementos das NU e da UE, que tinha como objectivo fazer chegar inúmeros bidões de água potável e medicamentos, em camiões das NU para a Palestina. O que aconteceu a seguir, uma vez transposta a fronteira de Israel para o território Palestiniano, controlado e ocupado por Israel, foi assistir às tropas israelitas metralharam os bidões de água e de seguida esmagaram os medicamentos sob as lagartas dos tanques de guerra, com isto inviabilizando a entrega de tudo aquilo aos palestinianos. Fez-se um relatório, que, acabou por não servir para nada, já que nem a CE, nem os EUA queriam condenar Israel. O tal país (Israel) que a UJM evitou sempre condenar ou cuja questão evitou abordar. Ao contrário da Ucrânia.
    Quanto à Rússia, desde 2008 e depois 2014 e a seguir, que tem vindo a ser confrontada com a manipulação política da Ucrânia, por parte designadamente dos EUA, com a aquiescência da UE. Foi assim por ocasião do massacre da casa dos sindicatos em Maio de 2014, onde foram mortos 42 e queimados vivos pessoas de origem russa (mais uns 200 feridos), foi assim com a perseguição, ataques e assassinatos de diversas pessoas da minoria russa a viver na Ucrânia, etc. E entretanto, como bem reportou um conhecido canal francês por essa altura, lá estavam quer o então chefe da CIA, David Petraous, bem como a então Sub-Secretária dos EUA de Estado Victoria Nuland, na manifestação que levou ao golpe que depôs o então PR ucraniano da altura, ou seja, com os EUA directamente envolvidos na crise, que ajudaram a provocar, com vista a destabilizar aquele país e posteriormente virem a controlar, com o objectivo de incluírem a Ucrânia na Nato e nesse sentido o território ucraniano passar a ser espaço militar e político da Nato, tendo em vista a colocação de misseis nucleares de médio alcance na Ucrânia (apontados à Rússia), a par de todo um conjunto de artilharia militar da Nato encostada à fronteira da Rússia. Em resumo, todas aquelas provocações por parte dos EUA/Nato não podiam ficar sem resposta por parte de Moscovo. A Rússia, em diversas ocasiões procurou evitar esse escalar de tensões, são conhecidos os resultados desses encontros politico-militares, mas os EUA e a Nato e a UE nunca quiseram negociar o que que quer que fosse. As preocupações da Rúsia eram compreensíveis e legítimas. Tal como se o oposto sucedesse, com Moscovo a procurar ter uma forte presença militar no Canadá ou México. Na política internacional há sempre que olhar para a causa das coisas. Resumindo,o conflito ucraniano-russo é o resultado de um conjunto de provocações que os EUA (que a Nato e UE subscreveram subservientemente) e quem paga hoje é o povo ucraniano. Zelensky não passa de um boneco nas mãos dos EUA/UE/Nato e presta-se a isso, sem decoro. Aqui há tempos, o Die Welt alemão dava conta das contas e vivendas dos Zelensky e seus acólitos, em Londres, Bahamas, etc, com dinheiro obtido de forma duvidosa. Mas, algum tempo depois o assunto morreu, convenientemente. Por mim, não tenho estados de alma no que respeita ao conflito russo-ucraniano, mas, não me deixo influenciar pela insidiosa forma como tudo isto está ser, desde há dois anos e picos, relatada. E aí tendo a concordar com o MST quando em mais do que uma ocasião alertou para esta desinformação. Bem como para a ocultação dos crimes praticados por Israel, que, pelos vistos, não a incomodam, já que nunca, em momento algum, os mencionou neste seu Blog, ao contrário do que se passa na Ucrânia.
    a) P. Rufino

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  13. P. Rufino

    1. Não tive tempo nem paciência para ler o todo seu loooooooooooooooongo comentário. Não seria melhor ter o seu próprio blog para poder dar largas à sua verve?

    2. Não quer escrever aqui um índice do que eu devo escrever? Faça isso. Dia a dia, envie-me os tópicos sobre o que acha que eu devo escrever.

    Entendidos?

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  14. marsupilamimaio 18, 2024

    «Se a Rússia voltar a ter uma pessoa normal à frente, a guerra acaba.»

    Se isso for verdade, basta encontrar uma metodologia que não ponha senão pessoas normais no(s) governo(s). E, se calhar, para isso é preciso começar por proibir todo e qualquer um que se proponha ser candidato. ;)

    Bom fim de semana.

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  15. marsupilamimaio 18, 2024

    Em jeito de post-scriptum...

    Há uns 20 anos apareceu um filme intitulado « The Fog of War » sobre a vida política do Robert McNamara. No filme, no qual participa em pessoa, ele conta como estivémos a um dedo da aniquilação nuclear aquando da crise dos mísseis de Cuba. A grande lição, segundo o próprio — um falcão, se falcões os houve —, é que é essencial ser capaz de entender a posição do nosso inimigo. O maior perigo resulta da hubris de se pensar que a superioridade moral é quanto basta para sermos bem sucedidos.

    Bom fim de semana!

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  16. Mansinha, um porco pode ser burro, um burro é que nunca é porco. Fiz-me entender? E sim, só quem não tem mente, não se confunde mentalmente quando se depara com tanta gente inteligente, disposta a acabar com a humanidade por causa duma fronteira que separa uns nazistas duns fascistas (não são versos mas têm rimas).
    Bom Natal!

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  17. Olá Pata,

    Obrigada pela mansinha e quase versejada patada, um pouco confusa nos istas mas isso é capaz de ser pecha dos comunistas que tendem a ver nazistas onde os fascistas, mente deformada como só eles, tentam confundir a malta dizendo que os há.

    Mas deixo isso agora para lá, que a minha mente não é que não seja inteligente, está é um bocado lenta (mete-se o fim de semana e ela entra em velocidade devagar, devagarinho, só com vontade de sorrir aos arroubos versejantes dos porcos que gostariam de ser burros).

    E bom Carnaval, Caro Pata.

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  18. marsupilamimaio 19, 2024

    E depois há uma outra questão que é a de que a nossa posição não está isenta de hipocrisia — longe disso. É um pensamento que desassossega, mas aqui vai. Começo por uma história verídica. René Char, um conhecido poeta francês, foi comandante de um bando de « maquisards » durante a Ocupação. Um dia, montaram o acampamento num monte escarpado que sobressaía por cima de uma pequena aldeia onde os alemães se tinham instalado para pernoitar. Os alemães haviam feito prisioneiros alguns « maquisards ». Dada a sua posição e equipamento, beneficiando do efeito surpresa, o bando de Char podia atacar os alemães e libertar os seus camaradas resgatando-os à tortura e à morte. Os camaradas do batalhão que ele comandava estavam à espera das suas instruções e da ordem de ataque. Char não ordenou o ataque. Porquê? Bem, ele sabia que libertando os prisioneiros e aniquilando os alemães estaria a condenar à morte todos os habitantes da aldeia — crianças, mulheres e velhos — pois eram estas as represálias praticadas pelo exército alemão. É uma questão ética elementar que se deve tomar em conta as consequências prováveis ou expectáveis das nossas acções. Não há algoritmo « ético » que nos dispense do drama dilacerante de um indivíduo que tem de tomar uma decisão de vida ou de morte na solidão da sua consciência. Negá-lo — invocando um princípio superior que nos absolveria dessa responsabilidade — é a hipocrisia suprema. Ora, o que se andou a fazer pela Ucrânia — no perfeito conhecimento das consequências trágicas e sofrimentos indizíveis que disso haveriam de cair sobre uma população inocente e indefesa — é o equivalente de uma decisão de guerra ou de paz pela qual os políticos ocidentais são responsáveis, do mesmo modo que Char foi responsável pela sua decisão sobre o destino daquela aldeia perdida. É verdade que o responsável pela invasão é Putin, é verdade que ele é um criminoso e um psicopata. Mas Char poderia ter dito exactamente o mesmo para atacar e libertar os camaradas. A mensagem de Char é que dizer que a culpa é do psicopata passa ao lado da questão, na medida em que « nós » soubermos ou possamos antecipar que as nossas acções vão ser um incitamento para o psicopata matar indiscriminadamente. Pior que isso, no caso presente, ainda ninguém nos explicou quem eram os prisioneiros que estávamos a tentar resgatar.

    Peço desculpa, porque sei que isto é pesado.

    Bom domingo!

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  19. Caro marsupilami

    Gostei muito de ler o que escreveu. E percebo o que diz. Também penso muitas vezes nisso.

    Mas, em sua opinião, o que se deveria fazer?

    E um bom domingo para si!

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