sexta-feira, julho 21, 2023

Uma questão de equilíbrio

 

Dia preenchido e bom mas com uma componente triste. 

Deste vez resolvemos encontrar uma solução para não estarmos dependentes dele e ele de nós. A experiência é de curta duração. Pesquisámos, fomos ver, e, para dizer a verdade, a única solução que nos agradou minimamente estava esgotadíssima. Esta foi a segunda escolha. Grande parte das outras vive, quase de certeza, no mais puro amadorismo (e, antecipo, no gostoso mundo paralelo em que não há facturas, não há ivas, não há irs, nadinha, ou seja, o glorioso muito da economia paralela). Alguém que tem um bocado de terreno, arranja umas coisas, alguém que tome conta e está feito, um hotel para cães.

Até fomos dar com uma espécie de Zoo privado, uma coisa que me pareceu inimaginável, desolada, para não dizer sinistra, com camelos, lamas, póneis, cabras, gansos e tudo o que se possa imaginar. E, num bocado, umas quantas jaulas que funcionam como 'hotel para pets'.

Outro, com umas instalações fantásticas, quase parecia uma aeronave asséptica e, na zona de 'hotel', umas jaulas, sobrepostas, ínfimas. Tudo limpo, imaculado. E os animais ali enjaulados.

Este, que escolhemos, está associado a uma clínica veterinária e, do mal o menos, pareceu-nos razoável.

E sabemos que temos que fazer este teste pois não podemos fazer com o ano passado em que o trouxemos para o Algarve e que foi cansativo e stressante para ele e para nós. Mas dói-me a alma deixá-lo, sendo ele tão apegado a nós e nós a ele. Aliás, quando estávamos em casa a preparar as coisas (levámos a cama dele, onde ele já não dorme há um ano pois anda pela casa e escolhe onde quer dormir, ultimamente junto a um cortinado e a uma janela no andar de cima, e levámos os dois brinquedos preferidos dele) já ele devia estar a desconfiar que não vinha dali boa coisa. Deitou-se no corredor, de barriga para baixo, o queixo encostado ao chão, ar infeliz, impotente.

Quando o deixámos lá, tive vontade de me abraçar a ele, arrependida da maldade. Mas disfarcei, disse-lhe só: 'Os donos já vêm, está bem?'. Mas só me apetecia arrepiar caminho. E chorar. Custa-me imenso fazer mal a um ser indefeso. A única coisa que me faz aceitar melhor é que penso que, às tantas, aceita bem, habitua-se, e, de resto, é coisa ultra breve. E, se correr bem, habituar-nos-emos a isso e poderemos ter mais liberdade.

É tudo uma questão de encontrarmos o ponto de equilíbrio.

Tirando isso, está tudo bem.

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Uma terra pode ser visitada com foco nas suas belezas naturais. Ou na arte sacra. Ou na gastronomia. Ou na arquitectura. Ou no comércio. Ou... Ou na arte de rua, nomeadamente nos graffitis. A fotografia lá de cima mostra uma porta pintada, numa rua, numa cidade. Acho-a uma beleza.

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E, porque de um correcto balanceamento e de tentar encontrar o ponto de equilíbrio, aqui partilho um vídeo Chanel

The J12 Series. Chapter 2: A Balancing Act – CHANEL Watches



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