sábado, abril 02, 2022

A doença rara de Marcelo
[E, en passant, um hino para os tempos que correm: Olhar sempre para o lado luminoso da vida -- versão para malucos]

 

No meio de tudo, há sempre extremos que se tocam. Por exemplo, no meio desta crise toda que atravessamos -- com uma guerra devastadora, escassez de algumas matérias primas críticas, inflação a fugir ao controlo, a covid ainda não atirada ao tapete, etc. --, acho divertidas, patuscas mesmo, as tropelias que o nosso inefável Marcelo por aí anda a fazer. Esta da maioria absoluta parece que anda a instabilizá-lo. Deve recear a falta de protagonismo, coisa que, para ele, é pior que ter calos a roerem-lhe os pés, uma dor de alma que não tem atenuante, coisa que deveras o descompensa. Vai daí, deve pôr os neurónios em acção a ver o que pode fazer para puxar os holofotes para si e, ao mesmo tempo, para dar bicadas no Costa que, manganão, lhe furou o esquema. Queria era poder andar com o Rangel ao colo (metaforicamente falando, claro) e, afinal, saiu-lhe tudo ao contrário. Não aguenta.

Agora, ao dar posse ao governo, resolveu ofuscar o momento com uma chalaça, a de que ia estar com o Costa preso por um atilho ao pé da sua mesa. 

E a malta toda nas televisões põe a guerra em background e desata a chamar-se uma à outra para comentar a graçola marcelina. Como se o Costa, se um dia resolver partir para outra, se for prender por causa do atilho do ficcionista Marcelo. E como se os lugares da Europa só pudessem ser ocupados por malta desempregada, que não abandone nada para ir para lá. 

Conversa parola e fútil esta. Se há alguém que está refém de alguma coisa é o imparável Marcelo que está cada vez mais refém da sua hiperactiva e hipercarente maneira de ser e daquela rara de que padece, a de lhe correr vichyssoise no sangue.

Ou seja, esta de o Costa, daqui por uns anos, ir para aqui ou para ali não é tema. Pelo menos, por agora. Pode ser que um dia seja e, nessa altura, logo se atiram foguetes ou apanham as canas. Ou pode ser que nunca seja. Se fosse eu, bem lhes digo como era: mal me visse livre do governo pirava-me era para o campo, para o desfrute do justo descanso, livre das self-macacadas do Marcelo e de outros que tais.

Tirando estas cenas, também achei graça ao Ângelo Correia há bocado na televisão a dizer que, se os ucranianos atacaram os russos, fizeram muito bem deixando a entrevistadora sem saber o que contrapôr. E ele, anafado -- e agora, que está com o cabelo mais branco, incluindo as sobrancelhas, com um ar mais respeitável -- a sorrir com ar matreiro. E eu, ao vê-lo, lembrei-me daqueles gloriosos tempos em que o seu afilhado por aí andou a fazer disparates atrás de disparates, mostrando que, como aluno, não tinha aprendido nada, nem do padrinho nem do amigo, o estudioso relvas. E tão desgraçados foram esses tempos que, depois do láparo, ele próprio uma anedota, só anedotas.

E agora, enquanto escrevo, sem saber o que ver na televisão, voltei a passar na 3 justamente quando a Varela se revela mais putinette do que alguns dos putinettes generais e majores-generais que andam pelas televisões. É tão intragável que a Inês Pedrosa, em frente, está encolhida, encolhidinha, de consternação. O Joaquim Vieira está a tentar introduzir alguma racionalidade na conversa mas a dita Varela mostra-se desvairadamente colada ao major-general que defende Putin e parece estar eufórica com os argumentos czaristas e imperialistas de Putin. Aliás, citou Putin que, explicitamente anunciou as suas intenções. O Joaquim Vieira conclui: 'Estás a dar-me razão' mas ela está desorbitada e, aparentemente, não percebe o que está a dizer.

E, por uma vez, estou a concordar com o Moita de Deus que está a gozar com os majores-generais que dizem patetices [sic] e com a dita Varela que fala, exorbitadamente, com ar de quem comeu um rei mas não conhece sequer alguns dos conceitos básicos que regurgita, feita inteligente. 

Só chalaças. 

E, portanto, no seguimento do fantástico vídeo que ontem partilhei e que é do mais real que há, agora sigo o exemplo do guru Ronaldo que apelou a que a malta cantasse, à uma e à capela, o hino e daqui lanço um apelo: bora lá cantar o Always look on the bright side of life e dele fazer um hino. E quem conseguir levantar a perninha e fazer gracinhas, que acompanhe a cantoria com uma destas preciosas coreografias. 

Always Look on the Bright Side of Life - North Korean Edition

E um bom sábado

2 comentários:

  1. Noto-lhe uns quantos centímetros de arrependimento no voto em Marcelo.
    Eu não me arrependo, não votei na candidatura da direita populista marcelista. Voto sempre na dita esquerda, umas vezes acerto, outras, não.

    Já agora. O gozo que me deu, o humor do ex-conselheiro do PR Sampaio, no eixo do mal. Aquela do Marcelo Caetano dirigida a Marcelo PR... compensou aturar todos os outros sonsos o programa todo.

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  2. Ó diabo!....
    -" Queria era poder andar com o Rangel ao colo ".
    Ó menina UJM, essa não é de mal!?

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