domingo, dezembro 29, 2019

O Mondego que deitou por fora, o ministro Matos Fernandes que disse o que disse, as aldeias que estão no sítio errado, o mapa das zonas que vão ficar debaixo de água, a comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa e os afectos, as sensibilidades das redes sociais e etc.


Sem tempo para televisão ou leitura de notícias, fui acompanhando os sucedidos um bocado por alto e pondo-me ao largo de temas que, pelos vistos, apelam ao sensacionalismo e a opiniões mais assentes em reacções emocionais do que em raciocínios lógicos.

O tema das cheias do Mondego é um desses temas. Os repórteres são atirados às intempéries com microfone na mão e uma câmara espetada à sua frente, e ala moço que se faz tarde, vá de entrevistar os populares que se põem a jeito. E, claro, o tom é não apenas de catastrofismo como de apelo à acusação, à denúncia. Percebe-se que nem o entrevistador nem os entrevistados pensam nas causas profundas do que se passa, querendo apenas dizer a coisa bombástica de que possam gabar-se. 

Neste contexto, com diques a rebentarem, com o rio a jorrar para cima dos campos, com a comunicação social a espumar pelos cantos, apareceu o pachola do ministro Matos Fernandes a dizer que o melhor era começar a pensar-se em mudar as aldeias de sítio. 

O ministro do Ambiente disse na segunda-feira à noite que as aldeias afetadas pelas cheias na região centro “sabem que estão numa zona de risco, que sempre teve cheias”. João Matos Fernandes, em entrevista ao Jornal 2, sugeriu assim que sejam deslocalizadas: “Paulatinamente aquelas aldeias vão ter de ir pensando em mudar de sítio”. As declarações do ministro surgem depois de várias zonas terem ficado submersas nos últimos dias.
 O governante aponta esta solução, alertando que não é possível aumentar a capacidade de contenção do caudal do Rio para níveis superiores ao que atualmente existe. Matos Fernandes destacou ainda que “a natureza tem sempre razão”, e lembra que “o sítio onde houve a primeira rutura, que é a rutura de maior dimensão, foi o rio a ir à procura do seu leito natural”. (...)
E, claro, caíu-lhe o Carmo e a Trindade em cima. Desde analogias com a solução de Brecht que consistia em demitir o povo, até censura moral pela insensibilidade que a criatura tinha demonstrado, de tudo eu fui lendo por aí.

E o que, com vossa licença, eu penso das reacções lidas e ouvidas é que somos um país de joaninhas, de artolinhas, de coisinhos, de betinhos, de mariazinhas, de trelelés, de choramingas, de carpideiras profissionais, de malta que fala muito sem saber de que fala e que, de sentido prático, tem zero.

É que isto que aconteceu não tem só a ver com o Mondego mas com as alterações climáticas por todo o mundo: episódios extremos, aquecimento global, subida das águas. Aconteceu agora e haverá de acontecer cada vez mais vezes.

Acresce que, até aqui, a nível de respeito pela natureza o que se tem verificado é que o ordenamento territorial tem sido, tantas vezes, feito com os pés. Melhor: com as patas. Foi o que aconteceu também neste caso.

Construir em leito de cheias, em terrenos normalmente alagadiços, contando que, com uns paninhos quentes, o ovo vai continuar forever dentro do cu da galinha é coisa de gente que se fia muito na virgem e não corre. Mas é sabido que a natureza tem muita força -- e, ainda por cima, agora que anda cada vez mais acossada -- e não se detém com fezadas. 

Há pouco tempo, foi divulgado um mapa interactivo onde se podem ver as zonas que, até 2050, estarão debaixo de água. Basta ver esse mapa para ver como estarão as terras que agora foram inundadas. 

Portanto, o que o ministro disse, por muito que custe ouvir, é a única coisa responsável que se pode dizer. 

O ministro que, por sinal, é engenheiro civil na área de Planeamento Territorial, sabe do que fala. 

Não é de um dia para o outro que isso se faz e, sobretudo, tem custos, sobretudo elevados custos pessoais e, por isso, ele falou em ir pensando nisso. Cabe aos poderes públicos saberem fazê-lo: é irem repensando o ordenamento territorial, é irem divulgando factos científicos, é irem fomentando a compreensão pública. E é também, por exemplo, não autorizarem novas construções nesses lugares, é apoiarem quem queira mudar de poiso, sei lá. E é acabarem com visões de curto prazo, de caça votos, de paninhos quentes e falinhas mansas, de tratarem os eleitores com infantilidade e hipocrisia. 

Finalmente, a Comunicação Social: estou cada vez mais convencida que a actual comunicação social em Portugal, em especial a televisiva, tentando reproduzir o clima primário, mal informado, imediatista e passa-palavra das redes sociais, é um factor de erosão (ou melhor, corrosão) acentuada na opinião pública. Em vez de tentarem informar-se e obter aconselhamento técnico e científico para os fenómenos a que se assiste, não senhor, vão para a rua buscar parangonas ou convidam gente parva para opinar, gente que enviesa os factos com a lente partidária pela qual olham os factos.

E há ainda o Presidente, tantas vezes não conseguindo conter o seu pendor populista, tantas vezes colocando a palavra fácil e simpática em primeiro lugar quando, a falar, o que deveria era apelar à ponderação, era mostrar sempre em primeiro lugar a honestidade intelectual mesmo que isso implique dizer verdades difíceis, era colocar um travão nas opiniões mal informadas. Num momento de tragédia ou catástrofe natural o que se espera dos responsáveis, seja qual o seu grau de responsabilidade, é que se façam eco de uma visão realista na compreensão das alterações climáticas, sejam elas inundações, incêndios florestais, seca extrema, calor excessivo, de modo a que a consciência colectiva se torne, ela também, cada vez mais exigente e responsável.

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Todas as fotografias são do Correio da Manhã com excepção da última que é da Sábado

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12 comentários:

  1. Era isto que eu gostava de ter visto numa televisão de serviço público ou num jornal de referencia!
    Bem posso esperar sentado, e por isso é que eu deixei de comprar jornais, e quanto a televisão, fico-me pela RTP2

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  2. Já agora também seria bom que Lisboa recuasse um pouco mais para trás, o Chiado fose para o Marquês de Pombal e por aí fora. As aldeias já lá estão há muito, mas muito tempo. Mandar-se os aldeões dali para fora e como de de que maneira e quem lhes paga as novas casas é de criatura que não tem senso no bola, como é o caso desse Matos Fernades! Há estudos, que aliás um investigador creio que no jornal Público mancionou que há soluções que passavam por uma outra barragem (não me lembro se a montante) e outras sluções de carácter técnico que o governo poderia recorrer...mas custa dinheiro, que falta para apagar os "fogos" do BPN, do Banco Novo, etc. É mais fácil mandar os aldeões dali para fora. E mais barato. Sou a alguém mentecapto pode ocorrer semelhante solução, a de mandar os aldeões fora dali. E muito insensibilidade ouvir alguém apoiar a solução do irresponsável do ministro!
    Já agora também, seria talvez uma boa ideia repensar o tal aeroporto do Montijo. Ao que estudiosos vão dizendo, um dia, lá mais para daqui a uns 20 a 30 anos aquilo inunda de vez. Mas, como não é para agora, as gerações dessa altura que se amanhem!
    P.Rufino

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    1. Olá P. Rufino,

      Aos anos que se fala numa barragem no rio Ceira (que é um afluente do Mondego com um caudal muito variável, que recebe as águas da serra da Lousã, Açor e parte da serra da Estrela... Zona que tem um regime de pluviosidade muito variável). Mas como o regime é tão variável, parece que aquilo não dará para produzir muito energia e portanto não é um investimento com grande interesse para o mercado). No entanto, pessoalmente tenho dúvidas desta solução de engenharia. Verdade seja dita: aquelas populações estavam habituadas a viver em zona inundável e isso até era necessário para a fertilidade dos campos do Mondego (aliás, alguns populares da zona referiram esse aspeto positivo das cheias na TV...). Mais, muitas das.obras de regularização de caudal realizadas serviram sobretudo para tornar a produção agrícola mais industrializada (e para o funcionamento eficiente do sistema de rega agrícola). Com esta artificializacao e alteração das práticas associadas ao uso do solo não só se alterou o estilo de vida das populações (deixam de saber interagir com o ecossistema.. que incluía as cheias periódicas) como ainda por cima levou a administração pública a promover áreas urbanas e equipamentos em pleno leito de cheia. Posto isto, esta conversa do Sr Ministro é mais uma declaração populista e de falta de sensibilidade do que uma real preocupação ambiental. Afinal, como bem refere o P. Rufino, não é ainda mais hipócrita dizer uma coisas destas e promover uma mega e poluente infraestrutura no meio do estuário do Tejo, em zona altamente sensível ambientalmente?!

      Abraço,

      Paulo B

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  3. Paulo B,
    Grato pelas suas palvras. A tal "barragem" que aqueles investigadores mencionaram, ao que me lembro de ler, não serviria propriamente para produzir electricidade, mas tão só para fazer uma gestão daquelas águas e sua retenção, quando necessário, como numa situação destas (paraalém do apoio ao regadio). Eu conheço bem aquela região e nesse sentido choca-me ouvir umas tantas imbecilidades como as que o Ministro fez. Olhemos, por exemplo, para Coimbra. Sempre que acontecem dramas deste tipo a baixa da cidade sofre com isso. Veja-se a zona das esplanadas do Vale Verde e todo aquele Parque. E o Mosteiro de Santa Clara, que, em casos extremos como este, inunda. Vai o Ministro propor a mudança do Mosteiro para a Serra da Lousã, ou da Serra da Estrela? Ou vai propor à CMC que recue a cidade a fim de ser poupada pelo Mondego? Não vai! Mas, umas aldeias, onde vivem uns tantos aldeões é mais fácil de mandar mudar de sítio. O tipo vive em Lisboa e sabe lá o que se passa no resto do País! Um cabotino!
    P.Rufino

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    1. Olá P. Rufino novamente.

      Só para sublinhar que me referia exatamente ao facto de não dar para aproveitamento elétrico como a principal razão para não se ter feito ou fazer. Fazendo agora eu um bocadinho de populista: era aquilo dar umas rendazinhas na eletricidade que um qualquer lobby já tinha forçado a coisa.

      Abraço. Boas festas.

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  4. P. Rufino,

    Presumo que ande a passar por algum mau bocado para andar com essa má disposição que o leva frequentemente a insultar as pessoas, a fazer juízos precipitados e a deformar raciocínios. Não será de fazer alguma coisa para controlar esse mau humor (ou mau feitio)?

    Leia o que o ministro disse: 'a pensar paulatinamente'. Ele não falou em pegar em aldeões e, à bruta, expulsá-los de casa. Portanto, tenha calma.

    E repare na sua expressão 'aldeões', querendo com isso apelar ao sentimento. Só faltou dizer 'aldeões' velhinhos e pobres. Mas respire fundo, raciocine. Pensar paulatinamente em mudar as aldeias, provavelmente no decurso de gerações, não é nada do que você, numa daquelas suas exaltações, quer fazer crer. Ordenamento territorial, planeamento, é coisa que leva tempo, que tem que ser estudada, avaliada, acompanhada.

    Ou lá porque o Governo de Passos Coelho extinguiu o BES criando um estúpido buraco no sistema financeiro que agora andam outros a tentar tapar para evitar danos maiores, acha que se deve ver os efeitos das alterações climáticas de olhos fechados? E o que é que uma coisa tem a ver com outra, não me diz?

    Quanto ao Terreiro do Paço e a esses argumentos que usou, presumo que tenha sido apenas uma forma pouco airosa e pouco feliz de fazer uma demonstração por absurdo. Obviamente alguma coisa, nos próximos 30 anos, será feita para evitar que parte do nosso património histórico seja comprometida.

    E espero que o ano que aí vem lhe traga alguma tranquilidade pois ando a senti-lo intranquilo. Felicidades.

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  5. Paulo, olá,

    Populista é que o ministro não foi. Pelo contrário. E obviamente que se ainda houvesse o cultivo do arroz, se não se tivesse tentado mudar a natureza e o que lhe é natural (passe o pleonasmo), não se estaria a falar no que hoje se fala.

    O mal está feito. Há que tentar consertar o possível face às circunstâncias e ao que se sabe que vai acontecer.

    E não diabolize a economia, Paulo. Não me diga que está também a tombar para o populismo...? Quem é o investidor que pega no seu dinheiro e o aplica a fundo perdido, pro bono? Só numa lógica de mecenato. Ou uma fundação. Ou o Estado. Caso contrário, afunda a empresa e lá se vão os postos de trabalho.

    Haja ponderação e pés na terra. Sem facilitismos, sem apelos ao coitadismo, sem trazer para a conversa coisas que não têm nada a ver.

    Tirando isso: gostei de o ver a animar a discussão.

    Ua boa semana!

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    1. Olá UJM,

      Mais uma nota para o debate: eu não pretendo diabolizar a economia. Diabolizei é o governo, que não se deve cingir a critérios puramente económicos, de curto prazo. Por exemplo, a questão da barragem, pode não ser uma solução económica no sentido estrito por não ser possível rentabilizar do ponto de vista da produção de eletricidade. Mas pode ser um investimento público necessário do ponto de vista da prevenção de cheias (e dos custos sociais e económicos que acarretam).
      Mais, quando falei na completa artificializacao do curso do rio em prol da maior rendabilidade agrícola, não foi para diabolizar a economia e a agricultura industrial em particular. Eu acho que foi um bom investimento. O meu ponto é exatamente que um governo não se pode pautar exclusivamente pelo critério de criar condições de rendabilidade de curto prazo para os agentes económicos. O papel de liderança aí cabe ao setor privado. Agora um governo tem de ir para lá desses critérios e promover soluções integradas e de médio longo prazo. Curiosamente, o ministro até referiu uma medida que me parece correta e sensata no meio das declarações
      Que me parecem populistas: o investimento num projeto de medidas naturais para regularização do tal caudal do Ceira, substituindo a medida convencional da barragem (que não me pareceria realmente a melhor solução...). No entanto, note-se que mais uma vez, parece que só se opta por esta medida, apenas porque os fundos da UE não suportam a barragem; conjugando esta suposta razão com a da falta de interesse económico da barragem, a orientação política parece-me muito mais populista do que ponderada. É que concordo com o P. Rufino numa coisa: é contraditório fazer estas declarações algo arrogantes para quem vive naqueles sítios... Quando se adoptam soluções como a do aeroporto do Montijo. O discurso ambiental é importante mas não vamos esticar a corda porque há soluções de compromisso
      que são adoptadas - e eu até admito que assim seja - e não podemos ter discursos altamente revolucionários para uma parte da população (mais pobre, rural) e outro mais condescendente para outra (a necessidade da inevitabilidade económica de um aeroporto complementar disponível no curto prazo).

      Um abraço!

      Ps: sou de perto dos campos do Mondego, entre Coimbra e Figueira da Foz.

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  6. Olá Anónimo/a,

    Obrigada. Mas, como é bom de ver, falar a verdade, equacionar todos os cenários, é coisa que não dá audiências... nem votos...

    Dias felizes!

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  7. Francisco de Sousa Rodriguesdezembro 30, 2019

    Como sempre, muito bem, UJM.

    Este documentário tem 46 anos e aqui o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles explica os erros graves em termos de ordenamento do território que vinham a ser feitos e que ainda hoje se vão fazendo:

    https://arquivos.rtp.pt/conteudos/as-cheias-de-1967/

    Aquele abraço.

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  8. Não é uma questão de mau humor ou mau feitio, simplesmente detesto cabotinos, políticos populistas, que dizem umas tantas imbecilidades, que não têm sensibilidade de espécie alguma. Chocou-me, já agora, a sua postura citadina ao escrever o que escreveu e cito: “E o que, com vossa licença, eu penso das reacções lidas e ouvidas é que somos um país de joaninhas, de artolinhas, de coisinhos, de betinhos, de mariazinhas, de trelelés, de choramingas, de carpideiras profissionais, de malta que fala muito sem saber de que fala e que, de sentido prático, tem zero.” UJM você tem um ou outro problema que é, um deles, ser fanaticamente simpatizante do PS, o que lhe retira objectividade na análise de um facto que diga respeita a este governo. Está no seu direito, naturalmente. A questão é sempre que se coloca em causa um ministro deste governo, lá vem você em seu socorro. Ou mesmo antes que caiam críticas, lá vem a UJM tentar pôr água na fervura do que um idiota de um ministro fez, ou disse (ainda agora tivemos mais um, numa das mais sinistras figuras deste governo, o Augusto Santos Silva, sobre os gestores do Sector Privado. No caso dele, não nos deverá surpreender, pois o seu passado é de troglodita: “malhar na oposição”; maltratar os Linguistas universitários que foram à A.R discutir o A.O e agora esta “boutade” sobre os gestores privados). Leia o que o ministro disse, diz-me você: 'a pensar paulatinamente'. Ele não falou em pegar em aldeões e, à bruta, expulsá-los de casa. Portanto, tenha calma.” – UJM, não limpe nódoa ao que não tem conserto possível! “Pensar paulatinamente em mudar as aldeias, provavelmente no decurso de gerações, não é nada do que você, numa daquelas suas exaltações, quer fazer crer”: não são exaltações, UJM, são indignações. Que eu tenho, perante semelhantes declarações irresponsáveis, mas que você desculpa, alegremente! “Ordenamento territorial, planeamento, é coisa que leva tempo, que tem que ser estudada, avaliada, acompanhada”, UJM, este governo (e o anterior) não tem nenhum plano de Ordenamento Territorial, nem planeamento, para o que quer que seja. Estive já em reuniões com C.Ms e essa é a conclusão a que cheguei, pela boca dos próprios autarcas. Quem tem, alguma, são eles, que fazem o que podem. Não é o governo. Você vive e trabalha no conforto da cidade e tal como os nossos governantes sabe lá o que se passa na vida real do Interior do País! “Ou lá porque o Governo de Passos Coelho extinguiu o BES criando um estúpido buraco no sistema financeiro que agora andam outros a tentar tapar” : UJM, então acha que os contribuintes devem agora vir em socorro de Bancos que faliram fraudulentamente? Como faz a dupla Centeno/Costa? …”para evitar danos maiores”, como diz?, “acha que se deve ver os efeitos das alterações climáticas de olhos fechados? E o que é que uma coisa tem a ver com outra, não me diz?” Se se refere ao aeroporto do Montijo, um aeroporto que irá de encontro aos interesses privados de uma empresa estrangeira, a Da Vinci, aconselho-a a ver como a sociedade de advogados CSM Rui Pena & Arnaut (José Luís Arnout) trabalhou este caso (como já tinha feito com a a privatização da REN e claro, da ANA/Da Vinci, mais o envolvimento da Lusoponte/Moto-Engil, etc).
    “Quanto ao Terreiro do Paço e a esses argumentos que usou, presumo que tenha sido apenas uma forma pouco airosa e pouco feliz de fazer uma demonstração por absurdo”: Não UJM, usei esse argumento para, precisamente, chocar e chamar à atenção do assunto que referiu, nos termos em que o fez e em cima recordo. Termino só com uma achega: “as obras da hidráulica do Mondego, foram feitas nos anos 80. O que esse ministro da treta poderia ter feito quando fez declarações na TV era explicar porque é que das 6 bombas de água previstas há décadas na hidráulica, só duas foram montadas e porque é que destas só uma está em funcionamento? Mais, quando foi feita a última manutenção e em que esta consistiu?” UJM, é pena ter deixado de ser objectiva, como foi em tempos, tal a sectarismo com que apoia este governo. É lá consigo. Bom Ano!
    P.Rufino

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  9. P. Rufino,

    Desejo que em 2020 ganhe coragem para ter um blog seu, onde possa explanar longamente as suas ideias, onde possa insultar à vontade quem lhe pareça disso merecedor, onde possa, em casa própria, explicar ao mundo as suas ideias e os seus conhecimentos. É que aqui, parecendo que não, embora todos os seus comentários sejam publicados, o palco nunca é o mesmo.

    Além disso, aqui, em minha casa, eu escrevo o que penso, digo o que penso, falo sobre o que quero, agrade-lhe ou não. Não alinho em facilitismos, em populismos, em conversas que são poeira para os olhos ou pretensamente do lado dos desfavorecidos mas que, na prática, não são nada, são mera conversa fácil, bolas de efeito, pura demagogia.

    Mas, P. Rufino, se aquilo que penso lhe parece tão errado, tem bom remédio, basta não vir cá.

    De qualquer maneira, saiba que será sempre bem vindo e que os seus comentários serão sempre publicados mesmo quando vem arvorado em justiceiro, exibindo o que parece ser uma espécie de superioridade moral e intelectual.

    Saúde e sorte para 2020. Sinceramente lhe desejo felicidades, P. Rufino.

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