segunda-feira, dezembro 31, 2012

Um feliz Ano Novo! Que 2013 afinal seja o ano de todas as mudanças, de todas as esperanças, de todas as alegrias!


Estes dias têm sido tão sobrecarregados para mim que mal tenho cabeça para pensamentos mais elaborados - o que não quer dizer que, quando tenho mais tempo, os consiga ter...

Seja como for, e antes de me desligar daqui para me ir entregar aos petiscos e aos festejos (porque gosto de receber o Ano Novo com popa e circunstância), faço questão de, aqui, no Um Jeito Manso, formular alguns desejos.

Hoje de tarde fui dar o meu passeio à beira rio. Chovia, estava frio. Pouca gente, quase ninguém. Quem por ali passava, passava quase correndo.

Mal conseguia fotografar mas, ainda assim, captei algumas imagens. Quis mostrar-vos pessoas que, nesta tarde de fim de ano, com frio e chuva, estavam nas paragens de autocarro.

São pessoas que se deslocam de transportes públicos, que esperam ao frio, para quem a vida não é fácil.



Três mulheres juntam-se para se protegerem do frio e da chuva - na tarde de 31 de Dezembro de 2012


Os transportes vão ficar mais caros. A electricidade vai ficar mais cara. A saúde vai ser mais cara. Tudo vai ficar mais caro e a vida vai ficar ainda mais difícil. Estas pessoas para quem a vida é tão difícil não foram responsáveis pela crise, pelos défices, pelo desequilíbrio da balança de pagamentos, pela dívida soberana. Talvez tenham menos informação e sejam mais facilmente manipuláveis e façam escolhas menos boas ao escolherem quem nos tem governado. Mas, até disso, não as poderemos acusar pois quantos de nós, com obrigação para sermos exigentes, não fazemos também más escolhas, não somos permissivos, crédulos para além do razoável?



No último dia de 2012, hoje de tarde, numa paragem de autocarro, junto ao cartaz de os Miseráveis


É a pensar nestas pessoas que repito o que aqui escrevi na madrugada passada: desejo veementemente que este Governo caia. Não é possível termos um primeiro-ministro tão incompetente, tão impreparado, tão desagradável, tão pouco patriota, tão antipático, tão insensível, tão incapaz de alinhar duas frases de seguida, tão descortês. O que Passos Coelho está a fazer a Portugal é uma desgraça, o que está a fazer aos Portugueses é imperdoável.

Desejo, em seguida, que o próximo Governo seja um governo decente, constituído por gente de bem, bem formada, bem educada, preparada, competente, culta, patriota, leal, respeitadora das pessoas.

Desejo também que sintamos, todos, em conjunto, que estamos a construir um País evoluído, um País que acolha os nossos filhos e netos, onde nos sintamos respeitados, livres, cuidados, protegidos, um País que preze a Cultura, que a desenvolva, que aposte na Ciência. Um País feito para as pessoas, um País que respeite os velhos, os doentes, um País solidário para os que mais precisam. Um País feliz.



Plim, plim, a minha fadinha vai voar e lançar grãozinhos transparentes de magia e felicidade para quem olhar para ela
E, como vocês estão a olhar agora para ela, também vão receber esses pozinhos de felicidade e boa sorte


Há pouco o meu marido pendurou esta fadinha no tecto da minha sala. Quando eu abrir a janela, a aragem fá-la-á voar. Os meus meninos pequeninos que já gostam tanto de ver a bailarina que também lá está a rodopiar, vão gostar de a ver. Ao verem uma fadinha voadora sobre eles, vão sentir que tudo é possível, assim o queiramos muito.

Encho, na medida do que posso, a minha vida de magia e alegria. Tento estar bem disposta e que, os que estão comigo, o estejam também. Não gosto de falar de agruras, não sou de azedumes, não sou dada a queixumes, não gosto de conflitos. Gosto muito de me rir, de contar histórias, de inventar brincadeiras, de imaginar fins felizes. Provavelmente tenho um lado infantil muito forte. 

Somos diferentes uns dos outros e, por isso, não fará muito sentido eu desejar a pessoas que são geneticamente sombrias, ou a pessoas que estão doentes ou sozinhas ou infelizes, que se divirtam. Não faz sentido. Mas posso desejar que tentem encontrar o caminho para que a sua vida melhore, que abram as janelas da sua vida para que a boa sorte possa entrar, posso desejar que tenham saúde, que sintam o aconchego do afecto. 

É desejando muito uma coisa, que conseguiremos alcançá-la, é sentindo que há alguém torcendo por isso, que nos sentiremos incentivados a lutar.



Mulher com um gato ao colo e o rio por trás
(sobre uma estante que está por baixo da minha janela)


Eu, pela parte que me toca, e para além do que é mais pessoal e que é escusado ser exposto aqui, espero continuar a ter disponibilidade para continuar a vir aqui escrever, ler os vossos comentários, conversar convosco, e inventar histórias, e partilhar músicas e poemas, e espero continuar a ter a possibilidade e o gosto por fotografar os gatos do Ginjal, os veleiros que passam, brancos e limpos, as gaivotas que soltam gritos no ar enquanto abrem as suas longas asas brancas e voam livres e belas.

E fotografar pessoas. Porque se não gostamos de pessoas, então que pessoas somos nós, não é?

Para todos vós, os que me acompanham, me apoiam, me acarinham, e para os que simplesmente vêm, de vez enquanto, espreitar o que para aqui vou escrevendo, desejo um 2013 cheio de energia (positiva), com ânimo, com prazer, com saúde, com muita sorte, com afecto. Um ano de paz e mudança para melhor.

Gostaria de continuar a desejar-vos tudo de bom porque se há coisa de que gosto é de falar de coisas boas, de sonhos, de esperanças - mas, agora, tenho mesmo que me ir despachar.

No Ginjal também já formulei os meus Votos de um bom 2013. Se vos apetecer dar uma espreitadela, serão lá muito bem vindos.

Um feliz Ano Novo, meus Queridos Amigos!

E que para o ano, daqui por um Ano, aqui estejamos todos, felizes, cheios de esperança.

Para todos vós, um abraço feito de palavras!

Respondendo a pedidos nesse sentido, a empresa de restauro e arranjos diversos que tratou (bem) da minha casa: Fit UP construções - Email: geral@fitup.pt Telefone: 918706420 / A seguir: as espalhafatosas decorações de natal no Palácio de Belém / E, numa rapidinha, um breve balanço de 2012 e uns fugazes votos para 2013. A ver se amanhã consigo aqui voltar para detalhar melhor


A pedido de várias famílias, não me custa nada divulgar a empresa que fez aqui na minha casa de tudo um pouco ('já agora' mais isto, e 'já agora' mais aquilo, sabem como é, e o meu marido, para eu não o maçar nos próximos tempos, até incentivou, 'tu vê bem tudo o que queres para depois não vires dizer que faltou isto ou aquilo').

É a Fit UP, uma empresa de gente jovem mas, do que me pareceu, técnicos bastante competentes e com muita vontade de deixar os clientes satisfeitos - e isso é o que importa.

Vejo no site deles, na página dos contactos que, para além do telefone ( 918706420 ) também se poderá:

Para pedidos de orçamento gratuito, incluindo deslocação ao local, envie-nos um email para orcamentos@fitup.pt, com morada, contacto telefónico e descrição da obra ou preencha o formulário.

Se 'faço propaganda' ao IKEA ou à Fnac ou a empresas que nem portuguesas são, porque não haveria de divulgar uma empresa portuguesa de gente esforçada e competente, não é?

*

São 2 e tal da manhã, tive um dia do mais cansativo que há e nem consegui pegar no Expresso. Daqui a nada, quando lhe pegar, já vai saber a comida requentada. Detesto isto. Entre ontem e hoje não ouvi notícias, não sei se o mundo ainda está no mesmo sítio, se o amigo Pedro já escreveu mais algum suculento naco de prosa no facebook, se Cavaco já fez ou disse mais uma das suas gracinhas, se o Marcelo hoje , com a Judite, previu alguma coisa que se aproveite. Não sei nada.

A propósito do Cavaco. Vi no supermercado uma revista que tinha a Drª Maria Cavaca a mostrar os arranjos de Natal no Palácio de Belém e nem sei o que me parecia aquilo. Uma coisa tão excessiva, ramos, paus, bolas, couves, abóboras, muitas cores, uma profusão de tudo, quase uma violência. É que aquilo nem tem nada a ver com o estilo que presidência que praticam, isto é, não se identifica com o cinzentismo da actuação cavaquista. Mas até percebo que quisessem contrabalançar o mutismo dele com algum ruído, para disfarçar. Só que aquela decoração não é um mero ruído, aquilo é uma barafunda. Sei que é louça portuguesa mas, credo, tinha que ser tudo tão variado, cada peça de sua cor? Ou, então, não é disso e é dela também estar toda vestida de fúcsia, de alto a baixo, e posta ali ao lado daqueles arranjos todos. 

A D. Maria Cavaca ainda não ouviu dizer que 'menos é mais' e, por isso, a decoração e ela própria pecam pelo excesso. É o oposto do marido que, na sua actuação presidencial , está a fazer uma leitura muito literal desta expressão. Faz e diz cada vez menos, uma coisa a tender para zero.

Eu, a nível de gosto, na decoração, cada vez tenho um gosto mais minimalista. Pouca coisa, simplicidade. Coisas bonitas, com significado, mas pouca coisa. A minha toalha de Natal foi uma que tenho, grande, cor de marfim com uns desenhos subtis em dourado e uma barrra larga em dourado. Mas um dourado suave, nada ostensivo. E ao meio tinha um castiçal enfeitado com azevinho. Mais nada. Ou melhor, por cima do espelho que está por cima do aparador, tinha umas luzinhas amarelas a piscar mas isso foi pelos pequeninos, para dar um ambiente mais festivo e porque lhes disse que tinha posto luzinhas para o Pai Natal não se enganar na casa, para vir cá de certeza. Agora alguma vez eu punha uma mesa com pratos verdes e encarnados, copos às cores, arranjos de mesa com pinhas douradas aos cachos e, de lado, grandes arranjos florais com paus de todo o tamanho e feitio e, para compor o ramalhete, vestir-me de alto a baixo, toda de em bordeaux com um casaco também aos riscos...? Acho que isso tirava logo o apetite a toda a gente. Mas, enfim, gostos não se discutem, não é verdade?

*

Teria sido de bom tom fazer um balanço de 2012 e previsões para 2013. Mas não consigo, estes dias têm sido cansativos. A ver se amanhã consigo dar um ar da minha graça, antes de começar a festejar a mudança de ano.

Mas, para o caso de não o conseguir, digo desde já que acho que 2012 foi, para Portugal, uma lástima de ano. Politicamente um desastre, económica e financeiramente outro desastre. O Governo não presta, a Oposição é titubeante e pouco convincente, o Presidente da República parece que mumificou e os Deputados acham que devem lealdade apenas ao partido a que pertencem e não aos eleitores que os elegeram. No meio desta desgraceira valha a população, que resiste estóica e solidariamente, e valha o país, que é lindo.

Pessoalmente, perdi um familiar muito querido, partiu cedo demais. Depois fui submetida a uma dupla intervenção cirúrgica, nada de transcendente mas, ainda assim, um bocado incapacitante, que preferia não ter feito e da qual ainda não estou totalmente recuperada. 

Mas foi também o ano em que nasceu o meu quarto neto. Têm nascido de seguida e nada me dá mais alegria do que ver os meus filhos felizes e realizados como pessoas, como pais e como profissionais. Que em pouco tempo já tenham feito nascer quatro crianças é uma bênção sem igual e isso compensa tudo.

Agora uns breves votos.

Para 2013 o que desejo é que o Governo caia, que o que se siga não seja pior (e não se riam porque tem sido isso que tem vindo a acontecer nos últimos tempos), que voltemos a acreditar que vale a pena viver agora, aqui, em Portugal. E desejo saúde, sorte, energia e alegria para todos. E, não menos importante, desejo que haja amor na vossa vida.

Mas vou tentar aqui voltar à tarde para escrever mais um pouco.

*

E, por agora, nada mais. Se não nos 'virmos' antes do final do ano, o que desejo é que entrem bem e que bem permaneçam durante todo o ano. Que sejam felizes é o que vos desejo, meus queridos Leitores!


domingo, dezembro 30, 2012

Obras acabadas, limpezas feitas, livros quase arrumados (... nas célebres estantes do Ikea... - eu devia era ter sociedade no Ikea, isso é que era)


São quase duas da manhã e só há pouco me consegui sentar. As obras acabaram um pouco antes da hora do almoço e, desde então, não fiz outra coisa senão limpar o pó e arrumar, enquanto o meu marido aspirava e lavava o chão e o meu filho, a minha nora e a minha neta montavam as estantes.

A minha menininha mais linda é uma criança que nasceu e tem crescido não apenas com o iPad - que maneja na perfeição, seleccionando os jogos com que brinca com uma destreza surpreendente - como a ver montar móveis Ikea pelo que, mal aparece móvel novo, gosta imenso de participar. É ela que coloca aqueles pauzinhos de madeira que encaixam de um lado e de outro (devem ter um nome mas agora não me ocorre) e que coloca aquelas pecinhas sobre as quais assentam as prateleiras.



A minha menininha linda analisando as prateleiras
e um saquinho de pecinhas
de modo a ver qual o próximo passo no processo construtivo


Já tenho tudo bonitinho, arranjadinho. A empresa que tratou das obras é impecável, tudo perfeito, versáteis, em bom preço. Montaram candeeiros, penduraram cortinados, mudaram o sítio de interruptores, puseram-me mais tomadas, arranjaram uns canos debaixo do lava-louça, etc, etc, para além, claro, das obras mais pesadas como as paredes falsas. Até estou com vontade de divulgar o nome da empresa para o caso de precisarem de arranjos deste género, mas agora já é tão tarde que não me apetece ir à procura do site deles.

Mas, apesar de eles terem coberto tudo, a verdade é que um pó fininho se infiltrou e tudo estava coberto de uma camada que não saía. Limpei e voltou a aparecer, limpei e voltou a aparecer. Só depois de algumas passagens sincronizadas entre limpar o pó, aspirar e lavar o chão, é que a coisa se conseguiu debelar. Mas agora acho que já está tudo quase em condições.

Uma vez as estantes montadas, uma alta com portas de vidro e uma baixa, aberta, o meu filho queria pegar nos livros e pô-los nas prateleiras mas, como é óbvio, impedi-o disso. Arrumar livros é coisa que não delego. Impossível.

De cada vez que aparece estante nova, é necessário fazer uma reestruturação da distribuição dos livros.

Resolvi que a estante alta seria para prosa (ficção) portuguesa.  



Estante Billy do Ikea em preto/castanho com portas de vidro
(cerca de 110 €).
O espaço grande sem livros a meio é para acomodar
a obra completa de Fernando Namora e  Ferreira de Castro
 que ainda não tinha trazido de outra estante
[E só agora que estou a escrever isto é que vejo que já fiz asneira
pois faltam também  os livros de Agustina Bessa-Luís e os de Aquilino Ribeiro,
e os do Abelaira e os dos José Rodrigues Miguéis e os do Alves Redol.... Ai...
amanhã já vou ter que  mudar isto tudo...]



Nesta parede estava antes uma estante baixinha que agora foi para o hall. Estou a deixar as prateleiras folgadas pois arrumo os livros por ordem alfabética e quero deixar espaço para novos.

Além disso, só estou a arrumar nos sítios definitivos os que já estão introduzidos na base de dados.

Mas, nesta estante, não cabe lá toda a ficção portuguesa.

Por isso, a partir da Maria Gabriela Llansol, inclusive, estão numa outra estante, uma estante baixa que está sob a janela.



(Aparece em grande plano o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares que não li)
Coloquei na última divisória alguns números da Ler e um do Colóquio Letras mas não é aqui o lugar deles,
estavam aqui (na altura em que fotografei) apenas para não estarem no meio da confusão



Agora tenho duas estantes apenas para os livros que ainda não estão na base de dados pois, o que me estava a acontecer é que estes andavam em montinhos em cima da mesa, outros nas cadeiras, outros junto aos sofás, enfim, tresmalhados. Não os arrumo nos locais definitivos enquanto não estão registados senão perco-lhes o rasto.



Estante onde são agora guardados os livros não registados de autores portugueses
Existe outra, maior, para os de outras nacionalidades


No meio da confusão aparecem livros já registados e que saíram do sítio não voltando a ser repostos e que, agora, me apareceram misturados com os não registados e não lidos, provocando rearrumações nos livros arrumados.



E que pesados que são, horas nisto, separar por português, não português,
registado, não registado,  prosa, poesia, arte, economia, história, etc, etc,
depois, os registados, por ordem alfabética. 


Mas depois há os que nem sei bem onde guardar ou os que, já estava tão cansada de andar a apanhar livros, carregar com eles, arrumá-los, que foram ficando para o fim.



Custa esfolar o rabo... Já não aguentava mais.
Amanhã logo penso melhor onde hei-de colocar alguns.
Os de fotografia também já não cabem na estante que lhes estava destinada,
também terei que reestruturar  esse sector

(A carpete de Arraiolos é uma que já aqui mostrei antes,
uma que fiz numa altura em que não ocupava as minhas noites com isto dos blogues)


Estava mais ou menos assim quando parei por hoje para vir aqui dar notícias. Agora, ao escrever isto, vejo que já são 2:30 h da manhã. Perdi tempo também a passar as fotografias para o computador, a escolhê-las. 

Estava a pensar que ainda ia conseguir responder aos comentários de ontem, relativos ao tema da solidão, comentários muito interessantes, experiências de vida, apontamentos muito pessoais. Gostava muito de trocar opiniões convosco, tinha coisas a dizer. Mas não aguento mais o sono. E amanhã tenho que arrumar o resto para a sala ficar transitável. E tenho que ir fazer compras e várias outras coisas - e a ver se consigo ler o Expresso que hoje nem consegui deitar-lhe o olho e eu preciso de ler o Expresso ao fim de semana senão é como se nem fosse fim de semana. Preciso de saber o que dizem e pensam pessoas cuja opinião prezo (mesmo que possa não concordar) e gosto de ler o suplemento Actual  e a Revista. 

Mas, apesar de cansada e ensonada, sabe-me bem estar aqui no meu cantinho. Na televisão passa um programa em que o António José Teixeira entrevista a Irene Flunser Pimentel, a Elvira Fortunato e um senhor de um banco e a opinião é quase unânime: este país está ser mal governado. São visões diferentes mas complementares. A Irene Pimentel está revoltadíssima com este governo, estou a ouvi-la agora e concordo com ela.

Já agora, antes de me ir deitar,  mostro-vos o meu canto.



A mesinha onde escrevo está à esquerda da fotografia
Nas minhas costas tenho a estante com os livros de poesia portuguesa.

Ao meu lado está uma estante com livros de história, história de arte, o dicionário  Houiass
(e provisoriamente um grupo de livros de poesia ainda não registados)
Em cima desta estante, poderão ver ainda o pano do pó.
 Mais à direita, ao alto, uma estante muito alta e estreita onde estão os policiais
Na altura tinha enfiado uma jarrinha na prateleira de baixo
porque o sítio dela estava ocupado com montinhos de livros


E agora vou deixar-vos em paz que já devem estar mais que fartos de tanta conversa sobre livros. E não vou reler o que escrevi pelo que, se as vírgulas estiverem despassaradas e as letras alvoreadas, trocadas ou agarradas a quem não devem, já sabem: não façam caso, sou eu já mais para lá do que para cá.


*

Tenham, meus Caros Amigos, um belo domingo!

E, de novo, peço mil desculpas aos Leitores com quem me apetecia tanto ir dar dois dedos de conversa nos comentários... Não me levem a mal mas não consigo mesmo.

sábado, dezembro 29, 2012

Sobre a Solidão - filosofia, psicologia, fotografia, música e poesia


Por estes dias, com a casa desatinada, um entra e sai com algum pó fininho à mistura, pouco mais posso fazer do que abrir a porta a quem toca à campainha, responder a uma ou outra pergunta relativa ao sítio exacto onde quero um projector, uma tomada, coisas assim. Só quando todos tiverem terminado é que se poderá limpar, pôr os móveis no sítio, arrumar.

A meio da tarde era para vir a turminha da (des)arrumação, pressupondo que as obras teriam terminado e que já haveria algum canto utilizável mas, afinal, com alguns extras, a coisa derrapou e só acabam amanhã. Ou seja, não puderam vir. Vinham talvez para dar uma ajuda, para lanchar, para estarem uns com os outros e, penso eu, também para me manterem acompanhada e ocupada (uma coisa de tipo terapia ocupacional pois acho que pensam que eu não consigo estar sozinha). 

Mesmo quando, este verão, estive em casa, recuperando das intervenções cirúrgicas, acho que não deve ter passado um dia em que não me arranjassem programa ou, se isso aconteceu, deve ter sido colmatado por  vários telefonemas. Às vezes pensava que à tarde ia conseguir pôr-me a ler um livro e deixar-me dormir, dormir uma bela sesta; mas, que me lembre, se isso aconteceu, deve ter sido coisa rara.

Não sei, pois, o que é solidão. Aliás, quase não consigo, sequer, saber o que é estar sozinha, sossegada. Estar sozinha, descansada, dispor do meu tempo e do meu espaço é coisa rara. Talvez também por isso goste tanto de ficar acordada até bem tarde, até à uma ou duas da manhã, senão mais. São momentos meus.

Mas já a solidão involuntária me parece coisa assustadora. Não gostaria nunca de experimentá-la.

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Música, por favor



Billie Holiday - Solitude

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No entanto, do que conheço da vida, apercebo-me que há muitas pessoas solitárias e que, aparentemente, não se esforçam por deixar de o ser. Recolhem-se dentro das suas casas, dentro de si mesmas, quase como se temessem que a quebra da sua solidão pudesse trazer-lhes males ainda maiores. E nota-se que a imagem de pessoas felizes, descontraídas, atenta contra a dormência em que se habituaram a viver ou, então, nota-se que isso as torna ainda mais tristes, sozinhas ou vazias.




Mas a solidão, não no sentido sofrido de isolamento, mas no sentido da imersão em si próprio, no que de mais íntimo existe em si mesmo, pode ser pacificador, ou pode ser um desafio.

Vem isto a propósito do interessante texto, Solidão, do blogue Homo Viator. Trancrevo uma parte: Estar só é entrar no segredo da nossa natureza e aceitar a nossa condição. Dizer que a solidão é a nossa condição tem a vantagem de mostrar que o solitário não é o produto de nenhuma decisão heróica, mas de uma conformação com aquilo que se é. Não há tragédia nem sequer drama na solidão. O que pode ser doloroso é o medo da solidão, a fuga perante a nossa natureza, a impotência perante o segredo que nos constitui e rumoreja no fundo de cada um.

Mas vem também a propósito de um interessante artigo da autoria de Kendra Cherry que, curiosamente li hoje   a seguir ao almoço (antes de ter lido o texto acima referido do Homo Viator), artigo que tem o nome de Loneliness - Causes, Effects and Treatments for Loneliness.

Este artigo é baseado na investigação de John Cacioppo, um psicólogo da University of Chicago e um dos mais proeminentes especialistas em solidão.

Nesse artigo leio que a solidão não tem a ver com estar-se sozinho mas, em vez disso, com a sensação predominante de se estar sozinho e isolado, distante.




Leio também que a solidão está fortemente ligada a aspectos genéticos.

Traduzo livremente o texto: há outros factores que contribuem, como os que têm a ver com a própria situação tal como o isolamento físico, a mudança para um sítio onde não se conhece ninguém ou o divórcio. A morte de algum ente querido também pode levar a que se sinta solidão. No entanto, a solidão também pode ser o sintoma de alguma desordem psicológica tal como a depressão. Pode também resultar de factores internos como, por exemplo, de uma fraca auto-estima. Pessoas a que lhes falta confiança em si próprias acreditam, muitas vezes, que não têm motivos de interesse para que os outros lhes prestem atenção ou dediquem, sequer, um olhar. Isto pode levar ao isolamento ou à solidão crónica.




Continuo a traduzir: A solidão tem uma série de efeitos negativos, quer a nível físico, quer mental. Alguns dos riscos de saúde associados incluem:

. Depressão e suicídio
. Doenças cardio-vasculares e enfartes
. Níveis acrescidos de stress
. Redução da memória e da capacidade de aprendizagem
. Comportamento anti-social
. Dificuldade em tomar decisões
. Alcoolismo ou outras dependências
. Progressão da doença de Alzheimer
. Alteração de algumas funções cerebrais

De um artigo do site Ciência Hoje, da autoria de Ana Margarida Nunes sobre a mesma investigação, leio que  a “solidão pode contagiar-se” mas também se pode tratar. O tratamento para a solidão pode passar por um aumento do exercício físico, por psicoterapia, por inclusão num grupo de voluntariado onde a pessoa se sente útil e pertencente a uma comunidade, partilhando interesses e atitudes que o valorizem. Passa também por aprender a desenvolver expectativas mais positivas, esperar o melhor e não a rejeição.




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Solidão. 
A multidão em volta 
e o pensamento à solta 
como alado corcel. 
E as ideias dispersas, em tropel, 
como folhas ao vento 
pétalas do Pensamento. 

Solidão. 
A angústia da Cidade, 
a impossível procura da Unidade, 
o clamor 
do silêncio interior, 
mais pungente, estridente, 
que os bárbaros ruídos 
que ferem, dilaceram 
os nervos e os sentidos. 

Fernanda de Castro, in "E Eu, Saudosa, Saudosa"


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Nós não Somos deste Mundo

Para a solidão nascemos. Outras vozes 
nos chamam e invocam, outros corpos 
se perfilam radiosos contra a noite. 
Nós não somos daqui. Num intervalo 
de campanhas esquecidas nos dizemos, 
abrindo o coração aos de passagem. 
Mas quando a manhã chega nós partimos, 
mais livre o coração, longa a viagem. 


Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"



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Que cada um faça a sua leitura, retire as suas ilações. Que todos estejamos atentos a quem precisa de ajuda, a quem precisa de um sorriso ou de um gesto de proximidade mas que todos respeitemos também quem aprecia o silêncio.

NB: As imagens foram obtidas na net e desconheço a sua autoria.

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No Ginjal, continuando ainda com os meus livros inacessíveis, optei por um vídeo com interessantes frases de Clarice Lispector. Para quem, como eu, é devota dela, é um best of muito interessante.

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Fui ao IKEA agora à noite e, por isso, cheguei a casa tarde e más horas. Pus-me a escrever isto e, como é costume, saíu-me um texto enorme. É tarde (como sempre) mas a questão é que estou mesmo cheia de sono. Por isso, apenas amanhã responderei aos comentários, agora não consigo mesmo, estou a escrever quase de olhos fechados.

"""

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo sábado!

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Estou com obras em casa, tudo virado do avesso. Quero é saber onde vou arrumar os livros que já andam tresmalhados e ainda não consegui ensaiar uma possível nova disposição dos móveis. Por isso, nem tenho grande cabeça para falar da venda da ANA aos franceses da Vinci. Convido-vos antes a virem sorrir comigo vendo o maravilhoso sorriso de crianças africanas.


Tal como já vos disse, estou com obras em casa. Estava a entrar humidade em algumas paredes que dão para a rua, o que fazia descascar a tinta. Claro que a melhor solução seria a impermeabilização pelo lado de fora mas isso seriam obras dispendiosas a cargo do condomínio o que naturalmente é sujeito a orçamentos, autorizações, demoras. Ou seja, é mais prático e expedito sermos nós a resolver dentro da nossa casa. Chamados os experts, a decisão foi fazer, nesses locais, uma parede falsa com uma caixa de ar e isolamento. Depois, já que se terá que fazer a pintura dessas paredes, aproveita-se para pintar um tecto e, já agora, aproveita-se para fazer alguns pequenos arranjos a nível de electricidade e, já agora, para fazer alguns ajustamentos a nível de canalização e, já agora, para pendurar umas coisas, e, já agora, para substituir uns estores por uns de tipo screen (que deixam ver de dentro para fora mas não permitem ver de fora para dentro) e, já agora, aproveito para mandar pôr umas japonesas noutras janelas e, já agora, para substituir algumas fitas de outros estores, e, já agora, ... Vocês sabem: é o drama do 'já agora'.

Felizmente a empresa que está a tratar de tudo isto é fantástica, de uma enorme versatilidade, e tudo tem corrido lindamente, resolvendo-se tudo muito rapidamente, com valores muito acessíveis, e protegem móveis, tapetes, tudo, para se sujar o mínimo, e, ao fim do dia, antes de se irem embora, varrem e limpam, uma maravilha, um achado. 

Mas, não obstante, a casa está virada do avesso. 

Só para terem uma ideia, mostro-vos como está a sala onde agora estou (estou aqui num canto que é como que um pequeno oásis no meio deste caos). 



Teve que se afastar as estantes e, para afastar as estantes, os livros tiveram que sair
O que vale é que cobriram tudo com um plástico fininho

O outro lado das coisas


Embrulho os livros e os poemas
num enorme véu de noiva
não sei onde guardar
não sei o que fazer
(por onde começar)
talvez por temas
quem sabe, autores...

às vezes constrói-se uma saudade
para depois voltar
e subitamente
descobrir
o outro lado das cores


['O outro lado das coisas' de 'Era uma Vez' num comentário aqui abaixo)




Mas, portanto, agora maior parte dos livros estão assim como os vêem, não lhes consigo deitar a mão. Ou seja, estou aqui em casa, nisto, e por exemplo os livros de poesia estão todos inacessíveis.

(Tenho estado a ler o Resgatados, o livro que relata os dias que precederam o pedido de apoio de Sócrates. Um livro muito bem feito e que transmite uma ideia muito precisa dos bastidores do poder (seja ele o poder do Governo, o do Presidente da República, o da oposição). Um livro bem feito.)


E como já estou com falta de espaço para guardar os livros, acho que lá vamos ter que arranjar mais uma das célebres estantes do Ikea. Só que, para arranjar espaço para a estante, vamos ter que imprimir aqui uma rotação nos sofás e não estou segura de que fique bem. A ver se amanhã já se consegue fazer um ensaio antes de tomarmos uma decisão. 

Uma trabalheira. Vejam bem os três dias de férias que estou a ter (o meu marido, claro, mais esperto que eu, 'tem' que ir trabalhar; isto acaba sempre por sobrar para mim - e ainda há quem ache que eu não sou mansinha...).

Face a este estado de sítio, não estou suficientemente concentrada para me poder debruçar sobre a venda da ANA. Pouco sei sobre esta venda. Sei que, afinal, não foi vendida aos alemães mas, sim, aos franceses. Pouca importa. Os aeroportos portugueses também já na mão de estrangeiros... Uma dor de alma, é o que é. Uma empresa estratégica, rentável, que não sobrecarregava nem um pouco as contas públicas, também já saíu da alçada do estado ou seja, já deixou de ser nossa, de todos nós.

Muito triste isto. Agora que estou a ler a luta que Sócrates travou durante meses, acossado, pressionado, para evitar cair na mão dos sinistros burocratas a mando de outros burocratas - homens de negro que exigem que se sacrifique o interesse nacional a troco de empréstimo a juros um pouco mais baixos do que os que levam outros abutres, mais sinistros ainda - percebo melhor a guerra que ele travou.

Cometeu erros, sem dúvida, mas penso que o mal maior que nos aconteceu foi Portugal ser um país que não se une contra os verdadeiros adversários e que tem uma incompreensível atracção pelo abismo.

Agora, uma vez caídos no abismo, com o País entregue aos funcionários da troika e a gente medíocre, inculta, incompetente (leia-se: governo de Passos Coelho) e sem um presidente da República que nos defenda, estamos, pois, assim, entregues a quem fez da venda do País a retalho a sua missão pessoal.

Mas não pode durar muito tempo isto, que eu não acredito que os portugueses sejam as moscas mortas, os bananas que parecem. Não tarda seremos capazes de todos, unidos, darmos um valente murro na mesa - antes que seja tarde, antes que não sobre pedra sobre pedra.

E, se olho à minha volta, no país, e só vejo parvoíces, péssimas decisões, burrices, e se olho à minha volta, nesta sala, e só vejo confusão, sou forçada a procurar alívio numa coisa totalmente diferente. E nada melhor, meus amigos, que o sorriso das crianças.

Convido-vos, pois, a juntarem-se a mim. Os doces, inocentes, genuínos sorrisos das crianças africanas são uma lição, são um incentivo, são uma mão estendida na nossa direcção. É com eles que temos que aprender, são eles que nos devem levar pela mão. Temos que aprender a ser genuinamente felizes e, depois, temos que lutar para defender essa felicidade conquistada, não podemos aceitar que qualquer chico-esperto, qualquer palerma,  venha destruir a nossa vida, o futuro dos nossos filhos






*


Como vos disse, não consigo chegar aos meus livros de poesia. Por isso, não consigo seguir o meu processo usual de escolher os poemas que coloco no Ginjal e que me inspiram pequenos textos, Por isso, optei por escolher uma Receita de Ano Novo de Carlos Drummond de Andrade, palavras ditas. Bem a propósito para a época que vivemos.

*

E, com isto, já estamos no final da semana. O tempo andar a correr cá a uma velocidade... 
O que vos desejo é que o agarrem, que o vivam da melhor maneira.

quinta-feira, dezembro 27, 2012

O descabelado fraseado do Pedro (Passos Coelho), o 'esposo da Laura', no Facebook - e de que não me apetece falar; o 'linchamento de carácter' de Artur Baptista da Silva, o pretenso homem da ONU no acompanhamento dos pobres do Sul da Europa - e de quem apenas posso dizer que 'se non è vero, è ben trovato'; e, à falta de melhor assunto, a receita do galo do campo que assei e recheei pelo Natal


Eu podia - e, se calhar, devia - falar das palavras balofas, ocas, de Passos Coelho, o Pedro (ele e a sua senhora, a Laura), no Facebook, com as quais parece ter tentado corrigir a frieza da sua mensagem de Natal na televisão. Mas como não tenho conta no Facebook nem vi a dita mensagem na televisão (porque carga de água iria eu macular o meu Natal?!), apenas vi excertos nas notícias, e, sobretudo, como me estou nas tintas para o referido casal, não vou falar disso. Além disso, tudo o que vem daquele cavalheiro me soa a pechisbeque, a falso, a embuste. 



O casal Passos Coelho, feliz e contente, cantando como se não houvesse amanhã
(aqui depois do pretenso barítono ter anunciado ao País
o aborto do saque aos trabalhadores através do aumento da TSU)


Vou esforçar-me, nos próximos tempos, para ver se não falo dele por mais porcaria que ele faça. É que acho que nem que a gente diga mal dele, ele merece. Desprezo, é o que acho que ele merece.

Por isso, adiante.

Também podia falar aqui do extraordinário Artur Baptista da Silva que, a ser verdade o que a comunicação social vem aventando, é uma criatura do mais extraordinário que há. Vi-o no Expresso da Meia-Noite e, não tendo eu, na altura, como saber se a o peso da dívida induzida pela UE é ou não 41% ou outros aspectos concretos que ele desfiou, achei que toda a sua conversa era coerente, muito explícita, bem documentada, com uma conversa muito diferente da dos papagaios de serviço. Se for verdade que todo o cv é ficcionado, então pasmo com a convicção dele e interrogo-me sobre se não saberia que alguém o iria desmascarar. Mas não vou falar disto pois imagino que esteja perante uma situação complexa, talvez até um pouco dolorosa. Vejo que a primeira página de um jornal, não sei se o Correio da Manhã, o trata por burlão e refere que ele já matou duas vezes, atropelamentos na passadeira de peões. Se é verdade, é toda uma história muito infeliz, muito estranha, e quem sou eu para fazer julgamentos sumários de situações tão complicadas? E até me angustia a maldade fortuita de alguns sujeitos direitolas que para aí pululam e que se entretêm a gozar com estes alvos fáceis.



Artur Baptista da Silva
- a ser verdade o que por aí se diz, uma inacreditável personagem e,
seja como for, talvez bem mais inofensivo do que Passos Coelho
(a menos que esteja ao volante, a ser verdade o que os jornais dizem)


De qualquer maneira, o que ele dizia fazia todo o sentido e imagino-o como aqueles falsos médicos que depois de exercerem durante décadas, com o agrado dos doentes, se vem a descobrir que, afinal, não é médico, deixando toda a gente perplexa. Se aquilo é tudo mentira, onde obteve ele todas aquelas informações? Mesmo que não fossem exactamente 41%, os raciocínios tinham lógica, pareciam justos e oportunos. Por isso, se non è vero, è ben trovato.

Assim sendo, passo também à frente.

Então, vou falar-vos de quê...?

Se me permitirem, vou falar de uma coisa muito prática e quiçá, até, de alguma utilidade.

Para as refeições natalícias, o bacalhau é um must e é inequívoco. Este ano fiz bacalhau mas fiz também polvo. Ficou macio, agradável. Era fresco e esteve ao lume umas duas horas, em lume brando e em água sem sal.

Mas já as carnes são sempre objecto de alguma dúvida. O borrego não é consensual, o perú também não, pode ficar seco, sensaborão. 

Inclino-me para galo do campo. Dantes a minha mãe fazia-o de cabidela e eu gostava. Agora faz-me um bocado impressão cozinhar sangue e os meus filhos nem pensar.

Por isso, a opção foi galo do campo recheado. O meu filho abastece-se num talho muito bom e encomendou um galo, dos grandes, do campo. Quando o foi buscar ligou-me a dizer que já lá tinha o bicho e que metia respeito. Quando mo trouxe concordei. Um bisonte.

Conforme mandam as regras, foi tirado do frigorífico cerca de meia hora antes de ir para o forno. Em contrapartida, liguei antecipadamente o forno para estar bem quente quando ele entrasse.

Para o recheio, fiz três variantes. Para a zona de cima, do papo, misturei pão saloio com leite, carne de porco picada, coentros picados, um pouco de sal. Misturei e coloquei pela zona do papo.

Depois usei outra porção de carne de porco picada e misturei-lhe alperce seco picado e um pouco de sal. Introduzi na cavidade abdominal.

Para o resto, misturei o resto da carne de porco com farinheira e com um pouco de alperce seco picado. Acabei de rechear. Com a mão, acamei o recheio para que o ar pudesse circular por cima, na cavidade interior (pois, de outra forma, o processo de cozedura duraria mais tempo).

Depois fatiei um bocado de bacon em fatias muito fininhas. Com a mão, a partir de cima, despeguei a pele do bicho e introduzi as fatias entre a carne a pele, nas pernas, no peito, na junção com as asas. Assim, a gordura e o sabor do bacon influenciam ao de leve o sabor do galo, ao de leve mas muito favoravelmente.

A seguir raspei a casca de duas laranjas sobre ele. Juntei uns salpicos de sal, azeite, dentes de alho migados finos, folhas de louro.

Entretanto, como acima referi, já o forno estava a 250º. Coloquei o bisonte sobre a grelha elevada de um tabuleiro de alumínio no qual coloquei um bocado de água no fundo. Esteve para aí uns 5 ou 10 minutos com o forno no máximo. Depois baixei para 180º e cobri-o com papel de alumínio solto (para a pele não queimar e para não ficar seco, e solto para o ar poder circular).

Esteve assim umas duas horas. Aí, tirei o tabuleiro para fora, usei parte do molho (à medida que vai assando vai escorrendo um molho para cima da água que está no tabuleiro) para regar o assado. Tirei também um pouco para um tachinho onde fiz um arroz Bismati. Ao molho que ainda ficou no tabuleiro, juntei batatinhas cortadas aos cubos que salpiquei com sal e orégãos. Voltei a pôr o tabuleiro no forno (com o galo na grelha e as batas por baixo). Ficou a cozinhar ainda mais uma hora e meia. Ao todo, portanto, cerca de 3:30h, quase 4h.



O dito cujo aqui numa fotografia que o favorece pouco
dado que o ângulo não permite dar a ideia da sua 'estatura'.
 De facto, ocupava toda a dimensão da grelha e o tabuleiro era dos grandes.
Aqui, estava ainda na grelha com as batatinhas por baixo
e começava a ser trinchado para ir para a travessa


Ficou nada seco, macio, saboroso, mesmo bom (não é imodéstia: foi o veredicto dos comensais). Tirei fotografias mas aparecem as caras dos referidos jurados e isso é que não pode ser. Por isso, imaginem apenas um galo dourado, suculento.... nham nham.

Para além das batatinhas assadas no tabuleiro, fiz também o arroz Basmati que também foi a secar ao forno. E fiz ainda ervilhas cozidas, temperadas apenas no fim, com azeite.

Para a sobremesa tinha salada de fruta e tarde de limão com merengue por cima (esta última comprada numa pastelaria - não gosto de fazer doces, não dá para grandes improvisos e eu geralmente faço tudo sem receita, conforme me vai ocorrendo). 

*

E, por hoje, só isto. Tenham, meus caros Leitores, uma quinta feira muito boa.


Mãe Menininha, a Dona Canô, voou no dia de Natal para o seu bocadinho de céu


Agradecendo a vida longa e venturosa que teve, rezando, apaziguada, Dona Canô despediu-se da vida com 105 anos, justamente no dia de Natal.

Transcrevo da Wikipedia: Claudionor Viana Teles Velloso (Santo Amaro da Purificação, 16 de setembro de 1907[1] — 25 de dezembro de 2012), mais conhecida como Dona Canô, foi uma cidadã baiana centenária. Mãe de oito filhos, entre eles os músicos Caetano Veloso e Maria Bethânia, sendo duas criadas, era viúva de José Teles Velloso (Seu Zeca), funcionário público dos Correios, falecido em 13 de dezembro de 1983, aos 82 anos.

Considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação, teve publicadas suas memórias no livro “Canô Velloso, lembranças do saber viver”, escrito pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, falecido antes do término da obra Organizava periodicamente Terno de Reis na cidade.



Maria Bethânia, Caetano Veloso e Dona Canô cantam Oração da Mãe Menininha - um momento de união, carinho, partilha. Um amor filial muito presente.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

O meu Natal (os meus amorzinhos, a minha casa, os doces da minha mãe)


O ano passado, no fim do dia de Natal, depois de todos terem saído, quando andávamos a tentar repôr a situação, no meio de plasticinas, peças pequenas, velas decorativas de natal misturadas com carrinhos, estrelinhas, bolas, etc, encontrávamos palhinhas por todo o lado. Intrigados, perguntávamo-nos que palhinhas seriam aquelas, de onde tinha aparecido tanta palha.

Quando vimos o pequeno presépio com a cabana sem tecto e a manjedoura sem uma única palhinha, percebemos. É que, ainda por cima, os pimentinhas são rápidos e subtis e, enquanto os pensamos entretidos com qualquer brincadeira inofensiva, estão eles a fazer das deles.



O meu presépio, infantil e sem palhinhas


Foi, pois, sem palhinhas que o nosso presepiozinho, que em tempos um colaborador meu me ofereceu, saíu à cena.

Não tenho muita paciência para enfeitar a casa pelo Natal mas, por causa das crianças, rendo-me e acabo por ter luzinhas encarnadas a piscar à volta da lareira onde são colocados os presentes, luzinhas douradas à volta do espelho da casa de jantar e outros ornamentos alusivos à ocasião.

Acontece, também, que, às vezes, coloco um desses enfeites e acabo por lhe achar graça e por lá fica o ano inteiro.

Foi o caso de uma pequena árvore estilizada. Tenho ideia que a descobri numa daquelas feiras de artesanato urbano. É feita de pauzinhos pintados de prateado velho, dispostos assim como os vêem. O tronco é um pauzinho tosco e tem uns pés de florzinhas secas. Do mais simples que há; mas acho-a tão bonita que chegou uma vez pelo Natal e, passada a época, por lá continuou.



Começou por ser um elemento decorativo para o Natal
mas esta arvorezinha ganhou direito a estar aqui todo o ano


Mas, dizia eu que, por causa das crianças, faço agora coisas impensáveis. Por volta das sete da tarde da véspera de Natal enviei uma mensagem aos meninos para informar que, estando eu e o avô na sala, ouvimos uns barulhos estranhos, que fui a correr para ver o que se passava e que ainda consegui apanhar o que se podia ver na fotografia que mandava em anexo.



Um Pai Natal descendo por uma escada iluminada e apanhado em flagrante.



Passado um pouco já o telefone tocava, uma alegria. Avisei que agora já não sabia onde é que ele, o maroto do Pai Natal, andava mas que estivessem descansados porque já tinha pendurado na porta uns bonecos e uns laços para ele não se enganar.

Claro que o meu filho quando chegou e viu o dito Pai Natal desatou a rir e a abanar a cabeça, com ar de quem ainda não acredita do que está a ver, disse: 'Estou mesmo a ver... Um Pai Natal dos chineses...' e o meu marido, a rir, confirmou, 'foi aos chineses comprar isto, imaginem...'. 

Se há uns dois ou três anos me dissessem que eu ia a uma loja chinesa comprar uma coisa destas eu seria capaz de jurar a pés juntos que jamais. Pois. Não se deve jurar nem dizer que desta água não beberei.

Mas os miúdos acharam graça (e eu também) e isso é que importa. Nem sei se não vai ficar ali todo o ano... :)

Depois, quando já estavam todos, foi aquela alegria. Quatro crianças com idades variáveis entre os 4 anos e os 4 meses é uma festa.

O bebé ri que é uma alegria, ali anda de colo em colo, rindo, palrando. De vez em quando rabuja porque quer mamar ou porque está com sono mas tanta é a agitação que pouco dormiu, sempre a olhar para tudo, sempre a querer participar.

Claro que o pai lá tentou adormecê-lo (e que ternura ver o meu filho com tanto jeito para ser um bom pai).



Deve vir a ser outra formiga rabiga mas, por enquanto,
ainda é uma coisa fofa, lindo, lindo,
muito divertido, sempre a rir
(aqui  ao colo do pai, que tenta adormecê-lo)


Todo o santo tempo brincam uns com os outros, cada vez brincam mais e melhor.

O ex-bebé tem vinte meses e às vezes até nos esquecemos que ainda nem dois anos tem, é grande, pesado como chumbo (dá cabo das costas da mãe, coitada, cansada e ensonada por causa das noites péssimas que ele de vez em quando ainda dá), muito brincalhão, sempre a fazer tropelias. Quando lhe dá o sono pede a chucha mas a vontade de brincar é tanta que, apesar de estar perdido de sono, a esfregar os olhos, de chucha na boca, não pára de brincar.

E adora a prima. Vai atrás dela para todo o lado, até quando ela vai à casa de banho. Mas como deve pressentir que há momentos que requerem privacidade, não passa da porta. Apanhei-o a espreitar à socapa. Um fofo, uma ternura.



Sempre descalço, e com um dos presentes da prima que fez mais sucesso


Como a prima, a princesinha mais linda, agora com pouco mais de dois anos, gosta imenso de varrer e lavar, entre outros brinquedos, oferecemos-lhe um conjunto de limpeza, vassoura e pá, balde e esfregona. Foi o máximo.



A prima é uma coquette, do mais feminino que há.
Reparem nos sapatinhos escolhidos por ela própria, todos fashion.
Hoje, por cima do vestido, trazia uma trench coat clássica
e uma grande écharpe rosa da mesma cor dos collants


Claro que o mais crescidinho, um espertalhão que sabe tudo e que é uma simpatia, já prefere as construções, ou um jogo de magia que o tio lhe ofereceu, mas também se fartou de brincar com os produtos alimentares que a prima também recebeu, os tachos e o serviço de chá. Também gosta muito de brincar aos cozinhados. Com sorte ainda sai ao tio que é um cozinheiro de mão cheia.



Dá gosto vê-los assim, sempre a falarem, sempre a brincarem, tão inocentes e felizes


Depois, à tarde, fomos todos para casa dos bisavós que este ano, pela primeira vez, não puderam sair de casa. A bisavó faz as vontades a todos, o bisneto mais crescido quer tronco de natal, ela faz, a neta quer a mousse de laranja com que anda a sonhar há séculos, ela faz, eu, que não sabia de alguns dos pedidos, sugeri bolo de mármore, e ela faz, e vai fazendo até que a mesa fica cheia de iguarias saborosas.



Mousse de laranja com laranja caramelizada a decorar
e bolo de mármore decorado à moda da bisavó (minha mãe)


Agora já estou de volta, já arrumámos a nossa casa, já vasculhei todos os sacos e papéis antes de irem para o lixo (tenho sempre receio que, no meio da confusão, algum presente vá na onda).

Eu também ganhei presentes, presentes muitos lindos e de que gostei muito: um vestido muito bonito, encarnado, uma écharpe e uma capa, e uma carteira feita à mão, de tecidos entrelaçados, com uma pega muito bonita feita de grandes contas, feita por uma senhora que pertence a uma associação de costureirinhas (chamam-se assim), pregadores e fio com pendente, tudo feito à mão, e compota e bolachinhas e outros objectos muito amorosos adquiridos num mercadinho de beneficiência que a minha filha organizou no seu local de trabalho, e produtos para confeccionar comida indiana (que descobrimos recentemente e de que muito gostamos) e uma embalagem de trufas, e um casaco de malha macia que agora tenho vestido e um frasco de Chanel nº5 (a minha mãe sabe bem do que gosto) e, ainda, fotografias dos meus amores pequeninos. Sou uma sortuda e fico feliz e agradecida por receber presentes tão bons e que me são oferecidos com tanto carinho.

Tomara que todas as pessoas pudessem ter um Natal assim. Quando estou assim, feliz, rodeada de alegria e afecto, penso nas pessoas que não têm a mesma sorte que eu e penso que gostava tanto que a sua sorte mudasse para que pudessem, um dia, vir também a viver momentos assim, de ternura e aconchego. Quem sabe isso não está em vias de acontecer, não é?

Agora tenho que me ficar por aqui porque amanhã de manhã começam umas obras de reparação cá em casa e ainda quero arrumar alguns livros não vá ficar tudo sujo.

*

Tenham, meus Caros Leitores, uma boa quarta feira, o melhor possível. 

domingo, dezembro 23, 2012

Os meus votos de bom Natal para os Leitores de Um Jeito Manso





Como, para grande das pessoas o Natal começa na véspera, temendo que alguns dos meus Leitores já não venham amanhã por estas bandas, quero deixar-vos, a todos, os meus votos de alegria, harmonia, conforto familiar para estes próximos dias.

Assim, e sem qualquer critério na ordem, é a pensar na Maria e na Maria, na Ana e na Ana, na Alice, na Isabel e na Isabel e na Isabel, na Teté, na Teresa, na Teresa e na Teresa, na Olinda, na Antonieta, na Leonor, na Leanora, na Margarida, na Maria Eduardo, na Rita, na Rosa, na Helena, na Clotilde, na Eli, na Rosário, na Luísa, na Ivone, na GL, na Lúcia, no João e no João, no Fernando, no Luís, no Luís Filipe, no Francisco, no Zé, no José, no José e no José, no jrd, no dbo, no António, no Jorge, no Joaquim, no Salvador, no Eufrásio, no Manuel, no Carlos, no Bartolomeu, no P., no Nuno, no Patrício, no André, no Pedro, no Rui, e em todos aqueles cujos nomes não referi ou não sei, que desejo a todos os meus queridos Leitores que, durante estes dias, possam sentir a ternura de um sorriso ou o calor de um abraço.

Se a isso se somarem uns comes e bebes fartos e agradáveis, uma mesa alegre e ruidosa, crianças endiabradas a abrirem presentes, e tudo aquilo a que costumamos associar a ideia de um Natal feliz, tanto melhor.



O nascimento do Menino - Painel de azulejos da Capelinha do Palácio da Cerca em Almada


No entanto, como sei que isso não será possível a todos, para aqueles para quem sei que, por contingências da vida, esta época de Natal é das alturas do ano em que a solidão mais pesa ou que as ausências mais se sentem, eu, não podendo fazer muito mais do que dizer-vos que é para vocês, em especial, que vão estas minhas palavras, desejo que possam sentir, ao ler o que vos estou a escrever, que a amizade pode exprimir-se desta forma, longínqua, sem rosto, mas com o mesmo afecto e atenção.

Que estes dias não sejam tristes ou, pelo menos, não sejam tão tristes como temem, e que (consoante as vossas circunstâncias) pensem que os vossos queridos que vos deixaram estão de longe a sorrir e a olhar por vós, ou, então, que tenham esperança em que melhores dias hão-de vir, dias de saúde, alegria e carinho.

Por mim, o que vos posso dizer é que, na medida das minhas possibilidades, sempre que queiram, estarei aqui para vos ouvir ou acompanhar, tentando descobrir no mais fundo de mim, a palavra mais reconfortante ou esperançosa.



Cristo Rei avistado hoje, ao fim da tarde, a partir dos jardins da Casa da Cerca



E tenhamos todos esperança. Afinal, mesmo quando tudo parece envolto em tristeza, solidão ou escura névoa, quem sabe se algures não se estará já a desenhar um céu límpido, luminoso, cheio de alegrias?


*

A música é uma Canção de Natal chamada "Betelehemu" e é interpretada pelo African Children's Choir.

*

Recebam o abraço que vos envio com todo o afecto; com toda a sinceridade vos desejo uns dias o mais felizes possível.


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Com os meus sinceros agradecimentos a todos quantos por aqui passaram deixando as suas palavras tão simpáticas, que tanto me tocaram, e porque da troca de afectos se faz o Natal, puxo para o corpo da mensagem essas palavras:

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 Anónimo disse...

Um Post que muito apreciei, onde ficou todo o carinho e simpatia que sente por quem a segue e lê. 
Por aqui já há muita algazarra, a pensar no dia de amanhã e depois, 25. Estaremos fora, ainda que perto (no nevoeiro e humidade de Sintra), com a família de minha Mulher (este ano calha assim, alternamos).
E tentaremos esquecer, ainda que por apenas breves dias, a canalhada que nos está ser “cozinhada”, lá em S.Bento.
Um cordial e afectuoso abraço virtuais, uma feliz ceia de Natal num ambiente muito especial aí em família, são os meus votos sinceros,
P.Rufino


 A Matéria dos Livros disse...

Muito obrigada pelos votos e pelo afecto das suas palavras. Já me emocionei!

Um abraço grande, para si e para a sua família. Que a vida vos sorria sempre!


 Helena Sacadura Cabral disse...

Jeitinho Manso
Um Natal em paz e com o amor dos seus, são os meus votos. Afinal o afecto é o mais importante na vida de todos nós!


 Anónimo disse...

Beijinho repenicado!!!
Ana


 MCP disse...

Amiga,
Muitas vezes, ao longo do ano, me fez rir, hoje comoveu-me com o seu agradecimento.

Mais uma vez obrigada, pelas suas palavras carinhosas.

Seja Feliz neste Natal, na companhia de toda a família.

Beijo Grande.

MCP



 JOAQUIM CASTILHO disse...

Mais uma vez obrigado pelo seu Blog, desejo-lhe um manso Natal e um Novo Ano descompassado 
JOAQUIM CASTILHO


 Maria Eduardo disse...

Agradeço-lhe imenso os seus votos de Bom Natal assim como as suas palavras de afecto, ternura e amizade expressas neste seu post e destinadas a todos os seus Leitores, não esquecendo nenhum, nem mesmo os anónimos. 
Desejo-lhe igualmente um Santo e Feliz Natal, com muita Alegria, Paz e muito Amor, na companhia de toda a sua família.
Um grande beijinho de amizade,
maria eduardo


 Olinda Melo disse...

Olá, UJM

Uma bela mensagem. Gostei de ver o meu nome entre os destinatários destas palavras que me vieram cair direitinhas no coração.

Também a si lhe desejo um Natal cheio de coisas lindas e doces no meio da traquinice e correrias dos seus netos. :)

Muito obrigada pela amizade e disponibilidade.

Beijos

Olinda



 Traçados sobre nós disse...

Alegria, amor e poesia

Que seja alegria
Este tempo,
Amor e empatia…

E magia
Para novo tempo,
Poesia!

José Rodrigues Dias, 2012-12-23


 Alice Alfazema disse...

Olá, UJM!

Agradeço-lhe os votos e as suas palavras ao longo do ano. É uma forma de partilha que se traduz em emoções que muitas vezes não se fazem expressar, mas que existem, afinal o mundo virtual não está muito longe do real. 

Desejo-lhe tudo de bom, muita alegria, saúde e criatividade.

Um grande abraço, desta sua leitora, Alice rodeada de Alfazema!


 ERA UMA VEZ disse...

Para a minha querida Jeitinho e todos os que passam por aqui neste lugar encantado, aí vai o presépio deste ano
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No meu presépio
cabe tudo
o Menino, a Senhora e o seu esposo José
os pastores, a vaca o burro, as ovelhas
e todos os bichos da arca de Noé

Pois é
e também o desencanto e os amores
o musgo
o lago feito de espelhos
a saúde
a vontade de escrever
o grande adeus deste ano
o sorrido dourado das mais pequenas
os carreiros e os moinhos
a alegria de se mulher avó e mãe
os velhos e novos amigos
e cabe(a custo)
a saudade de tantos outros Natais...

No meu presépio
cabe o amor a nostalgia
(tanto perdão)
alguma esperança
e o pão nosso de cada dia

Cabe ainda com jeitinho
UM GRANDE ABRAÇO PRA SI
e tanta coisa
tanta coisa mais...


 margarida disse...

Ah-ham..., posso aproveitar a época de maior tolerância e dizer uma coisa?...
...eu não acho a senhora Merkel gorda e gosto da fofa, estilosa e divertida Popota!
Pronto.
Feliz Natal para todos os elementos da família made in heaven!
:)
'jinhos.


 Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor



 Anónimo disse...

É um privilégio fazer parte do enorme grupo de seguidores do UJM.
A riqueza deste blogue deve-se não só ao talento e criatividade da sua autora, mas também à diversidade dos seus comentadores.

Obrigada UJM por todos os bons momentos que me proporcionou ao longo deste ano!

Para si, jeitinho, bem como para todos os leitores do blogue, os meus sinceros votos de um feliz natal, com muita saúde, paz e alegria!

Um enorme abraço para todos!

Antonieta



rosaamarela disse...

Este post diz muito de si.

É aos domingos e feriados de manhã que ponho em dia os post mais largos... assim o seu faz-me normalmente companhia, o que agradeço.

Não sei se volto aqui antes do 31 de dezembro, aproveito para lhe desejar um BOM ANO 2013, FELICIDADES, IMAGINAÇÃO e ALEGRIA para ver crescer os seus netos.

abraço


 Tété disse...

Obrigada pelas suas palavras de amizade deixadas nos meus cantinhos.
Que tenha tido um feliz Natal junto dos seus familiares,em paz, saude e alegria.
Grande beijinho




 Anónimo disse...


Muito Obrigada Jeitinho pelas suas palavras afectuosas e felizes, que tantas vezes amenizam os meus dias.

Escreve com o coração!!

Excelente Ano 2013 é o que lhe desejo bem como a toda a sua linda família. 

Um abraço forte



 GL disse...

Que dizer para além de um sincero obrigada?
Fazer parte deste grupo é mais que um prazer, é uma bênção.

Tudo de bom para si, cara UJM. 
Obrigada pelos belos momentos que nos proporciona.





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Muito obrigada a todos!