sexta-feira, janeiro 27, 2012

O fim dos feriados mas não do orgulho de ser português; a política financeira e as dramáticas consequências; Portugal e o euro; Jorge Silva Carvalho ex-expião, ex-ongoing; os Monthy Python e as fotografias de Bettina Rheims


Ora deixa cá ver sobre o que é que eu vou escrever hoje…



 Ora bem...

1. Sobre o fim dos dois feriados escolhidos pelo nosso fantástico governo – o  1º de Dezembro, dia da Restauração da Independência, e o 5 de Outubro, dia da Implantação da República – tenho a dizer que não me espanta. 

Duvido que o Coelho Doce, o Sonso Gaspar, o Alvy del Nata e o Rasteiro Relvas saibam o significado desses dias. História, patriotismo, orgulho nacional, valores democráticos, e outras mariquices do género, cá para mim, é coisa que não lhes assiste


Cá para mim, quando se encontram para tratar do futuro do País, é tudo na base do ‘vão trabalhar malandros!’ e, a seguir, vão para a troika, mascarados de meninos marrõezinhos ou cãezinhos amestrados, e, no meio de dedinhos no ar e béu-béus à mistura, devem dizer ‘agora vamos acabar com estes dois feriados e quando já nem se lembrarem que são portugueses acabamos com o resto, e até com o descanso ao domingo, contem connosco. Béu-béu’.


2. Claro que nada disto resolve coisa nenhuma porque em casa desgovernada, tudo o que seja feito ad hoc, descontextualizadamente, sem nenhuma estratégia de desenvolvimento por trás, é o mesmo que nada. Portugal, no que se refere a feriados está em linha com os restantes países europeus e não é por reduzir 2 feriados que o país se vai tornar competitivo. Poupem-nos. 

O País está num desgoverno que assusta, o desemprego a disparar, e o Governo, em vez de atender ao problema sério que existe, entretém-se a brincar às guerrinhas parvas, desatando aos tiros na História. 

Hoje ia no carro à hora de almoço e ouvi uma notícia na TSF - o Governo tinha reconhecido o estado de emergência no sector da construção civil, tinha ido de encontro ao pedido das empresas. Respirei. Até que enfim vão fazer qualquer coisa, pensei. Mas logo a seguir veio o balde de água fria. A vontade que iam fazer era, afinal, deixar as empresas despedir trabalhadores para além dos limites estabelecidos por lei. Despejar trabalhadores borda fora, é isto que o Governo vai permitir. E o responsável pela associação do sector dizia que não há trabalho, que não vai haver trabalho e e que a situação é dramática. 

A este drama o Governo responde com palermices que são autênticas provocações a quem ama o seu País, a quem tem orgulho e respeito na sua História.


A cruz que as pessoas têm que carregar por estes caminhos desertos de esperança, não é coisa que preocupe o Governo.


3. Sobre a nova subida de juros (mais de 20% a 5 anos!!!!!), coisa que é de meter medo até ao mais destemido faquir, recomendo que façam o favor de descer até ao post seguinte para ler o comentário do meu leitor JHMP, a quem agradeço de novo, e que explica muito bem os termos e os contornos da situação financeira do País relativamente à crise da dívida pública e de que forma isso acaba por influenciar a economia. 


4. Sobre o artigo de Matthew Lynn que alerta para o risco de incumprimento português, o qual, por sua vez, pode precipitar o fim do euro, não vou aqui transcrever as suas previsões mas recomendo que o leiam - não que vos queira assustar mas porque é bom que se perceba a gravidade da situação. 

Felizmente, começa a ser consensual que é errada e muito perigosa a trajectória que está a ser seguida. Quanto mais o garrote é apertado, mais a recessão alastra e, como mais recessão significa menos riqueza, cada vez é menos provável que se consiga alguma vez pagar a dívida e, assim sendo, menos acreditam em nós, e logo, mais os juros aumentam, e mais aumenta a dívida e ... só não continuo para não parecer uma velha gagá a repetir mil vezes a mesma coisa. Mas é a isto que se chama círculo vicioso e os círculos viciosos, quando aceleram, tornam-se numa espiral recessiva e as espirais recessivas desgraçam um país. 


E também já aqui falei tanto disto que vocês já devem estar a suspirar... Mas enquanto isto não for interrompido, a desgraça a caminho da miséria não vai parar. 


5. De qualquer forma, apesar da desgraça em que estamos e que tende a agudizar-se, tenho a dizer-vos que acho que isto, não tarda, dá uma volta. Cá em Portugal, os disparates são tantos e tão básicos, a impreparação total, total, desta gente é de tal monta que, ao fim de poucos meses, já pouca gente os defende e, em breve, não sei como, não me perguntem, serão postos daqui para fora.

Entretanto, um pouco por todo o lado, desde os órgãos da UE, às cúpulas do FMI, toda a gente começa a reconhecer que esta política que está a ser seguida está a estrangular a Europa e a causar danos em cadeia e que, pelo contrário, o que há a fazer é estimular o crescimento, reanimar a economia, combater o desemprego. 

Além disso, estou confiante e já aqui o disse, que, com as eleições em França, um novo equilíbrio europeu está para nascer. Até a Merkel já anda, de rabinho (rabinho...?) entre as pernas, a dizer que defende a Europa e que se tem que estimular a economia (pudera, a crise dos outros dá-lhes cabo das exportações!).


6. Por isso, meus amigos - mesmo que agora andem sem esperança, preocupados com as vossas economias, com a vossa reforma, com o vosso futuro - vamos lá a arrebitar, vamos lá dar a volta por cima.



6. Mas, já agora, antes de me ir, deixem-me fofocar: e que tal a demissão do espião maçon Jorge Silva Carvalho da Ongoing? Diz que se demite só durante um bocadinho para se defender mas que, depois, regressa. Pelos vistos foi apanhado com fichas individuais de centenas de figuras públicas no telemóvel (fala-se em milhares... mas há assim tanta gente interessante neste país...?), o malandro...


Também não me vou alongar porque já falei várias vezes do cocktail perigoso: espião, maçon e dirigente de uma empresa de comunicação social...! Assustador.

Demitiu-se, queixando-se que a sua vida tem sido devassada. Tem graça. Uma coisa destas dita pelo chefe dos espiões... Tem graça. E que está a ser o cordeiro inocente de uma guerra entre a Impresa e a Ongoing, the poor one. Mas tantas são as coisas estranhas nesta história, que a gente já não acredita em nada. Vamos acompanhando de longe, mas bem de longe.


7. E é isto. Vou descansar um pouco que daqui a nada já tenho que estar a pé. 


Mas, para que não fiquem vocês agora com sono, aqui vos deixo este filme educativo, A book at bedtime. Vejam por favor.





Thanks God, it's friday!  Enjoy!



(Nota: Todas as fotografias são, é claro, de Bettina Rheims excepto a dos caezinhos amestrados que é minha)

11 comentários:

  1. "Isto" está tudo MUITO CONFUSO, mas não é só no governo, acredite no que lhe digo... há muito que se via vir!

    BFDS

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  2. Jeitinho amiga
    Esta do 5 de Outubro, não a engulo, nem com 10 litros de água.
    O outro, já foi há muito tempo e, tem precedentes. O 14 de Agosto, dia da batalha de Aljubarrota, nunca teve feriado e, nunca é lembrado. Agora o 5 de Outubro? O dia da Implantação da Republica, foi há 102 anos. Será que já não somos republicanos e, não sabemos? Tudo é possível neste país.
    Vamos ver, que dias santos, cairão.
    Por mim, não gostava que fosse o 8 de Dezembro, porque faço anos e, habituei-me a ter feriado nesse dia.
    Valha-nos São Coelho Doce, São Sonso Gaspar etc... e mais os Senhores Bispos, resolvem.
    Mas isto não é um país laico? Para que é que eles devem dar as cartas?.
    Isto já vai longo e, tenho o resto da casa para limpar.
    Beijinhos
    Maria

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  3. Jeito Manso, tenho a impressão,por vezes, que devemos ter cabeças muito parecidas, por onde passam as mesmas reflexões sobre o mesmo assunto ou, possivelmente fomos educadas com valores semelhantes e, já percebi, com idade aproximada. Vimos as mesmas coisas e até temos gostos em comum. Não todos, mas muitos. Não sou pedante, nunca fui, não fomos criados desse modo. Lido, com muita juventude, através da minha actividade, e fico parva, com o que uma grande maioria de pais, eles, os 1ºs licenciados nas suas famílias, há 20 ou 25 anos,a forma do que permitem aos filhos e como os estão a educar. Estão a tornar, pessoas,hoje com 20 e mais anos, em perfeitos anormais, e em egoístas dependentes da vida económica dos pais. E nem é pela crise. A crise, acontece também, porque esta gente tem sido muito mal educada por pais - deslumbrados e super protectores - em matérias que não deviam, e descurando, outras - as, onde, como pais, deveriam ter voz. Fiz-me à vida, tão cedo, eu e os meus irmãos, apesar de todos termos chegado aos 18 anos já com alguma coisa herdada por morte do meu pai, que me admira a frouxidão, desperdício e mimo idiota, com que certos pais, aparentemente, com menos posses, que certas classes tidas como endinheiradas, no passado, criaram os filhos, exigindo que se tornassem gente e fizessem pela sua própria vida. E temos a AR, e os partidos, e as Jotas, cheias destes "mimos". Da esquerda à direita. Várias dinastias de parasitas e oportunistas.
    tbm.

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  4. Olá, Rosita,

    Penso que deve ter faltado aí uma letrita porque não percebi bem a parte final. De qualquer forma, penso que o que quer dizer que não é só no governo que as coisas andam baralhadas. Ah pois não, um pouco por todo o lado, incluindo em muitas empresas, a qualidade da gestão e a qualidade de vida (digamos assim) vêm decaindo.

    Como sou uma pessoa com esperança, tendo a pensar que são ciclos, que um dia destes isto vai voltar a ficar melhor.

    Um bom fim de semana!

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  5. Olá, Mary!

    O que eu me farto de rir com a forma despachada como 'despacha' o expediente e parte, decidida, para o resto da lida doméstica. Grande Mary! Adorei.

    Eu acho que isto dos feriados ainda vai dar muita conversa, tudo isto começa a desagradar demais a muito boa gente. E a troco de quê, se está tudo cada vez pior?

    Ainda muita água vai rolar. Tomara é que toda a gente se aguente (não se afunde) até que a sorte vire.

    Um beijinho, grande e valente Mary!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Caríssima Tá, vou seguir os seus pontos no meu comentário:

    1- Não sei se abolir com 4 feriados vai ao não contribuir para a produtividade global do país. Muito provavelmente o governo anterior que assinou o memorando terá achado que sim. De qualquer forma, gostaria de saber quantos portugueses comemoram o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro. Quantos vão aos Paços do Concelho ouvir o hino e festejar efusivamente a implantação da república; ou quantos vão comemorar entusiasticamente a Restauração da Independência. No primeiro caso, parece (dizem os agentes turísticos) que o Allgarve sofre um pico de visitas e no segundo este pico transfere-se para as superfícies comerciais.

    2- Não me parece que se combata o aumento do desemprego por decreto (ou por promessas eleitorais, como se viu o ex 1º com os resultados contrários que se sabe - e isto sem austeridade e sem troika!), da mesma forma que não se decreta o crescimento económico. Insistir que devem ser dados incentivos, fica sempre bem, mas, se não se importar (faço-lhe humildemente o repto), diga-me uma só medidinha que fomente o crescimento económico sem com isso aumentar os impostos ou os cortes na despesa. Uminha só e de um jeitinho mansinho :)

    3- A explicação do JHMP remete-se ao mercado secundário (mercado expeculatitvo por excelência, onde ninguém consome empréstimos, apenas compra e vende direitos sobre os mesmos, sendo a taxa o preço de transação). O efeito nos bancos já era conhecido antes da assinatura do memorando (o BCE sempre disponibilizou dinheiro aos bancos domésticos e estes continuaram a disponibilizar dinheiro ao estado comprando dívida. A verdadeira causa dos bancos estarem sem cheta foi terem emprestado ao estado em vez de aos particulares), pelo que o que verdadeiramente interessa são as emissões de dívida efectuadas recentemente com as taxas mais baixas de sempre e procura crescente.

    4- Ver meu ponto 2.

    5- Pois é... só quando a coisa chegar à Alemanha é que poderemos beneficiar de maior benevolência e melhores condições para reduzir a despesa sem comprometer o crescimento. Ou seja, já que em 6 anos nos conduziram à condição forçada de pedintes, temos de esperar que o mal lhes bata à porta para se tornarem mais "compreensivos". É muito triste, sim!

    Cara Tá, desculpe-me o mau português, mas tentei ser ligeiro quanto à minha opinião que, de resto, até coincide com a do anterior ministro da finanças, Teixeira dos Santos, imagine como as coisas mudaram :)

    PS: Al Berto é muito trágico (desta vez fiz batota, googlei:)

    PPS: Isto de não concordarmos não esmorece em nada a consideração mútua que acredito que mantemos, verdade?

    Beijinhos, bom fim de semana e tudo de bom!

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  8. Cara TBM,

    Sabe uma coisa que me faz (e não é de agora) muita confusão? São os bares por todo o lado, repletos de miudagem, repletos, todos a beber noite fora. Pergunto-me: mas onde é que aquela maltinha arranja tanto dinheiro? São os pais que lhes dão valentes mesadas para os miúdos beberem até cair para o lado?

    Fico doida com isso. É nocivo para a vida dos jovens sob todos os pontos de vista, quer de saúde, quer de noção do que é a vida.

    Quando os meus filhos tinham essas idades e orçamentos apertadíssimos nós viamo-nos aflitos para lhes impor os limites de que nunca abdicámos, quando eles viam os amigos todos de carteira recheada e liberdade absoluta.

    O meu marido ia buscar a minha filha à porta do sítio onde ela estava e por volta da 1 ou 2 da manhã (quando era adulta) e ela achava isto uma coisa do além, porque as amigas ficavam até de manhã e iam para casa de taxi.

    Com o meu filho foi outro caso sério, e eu ligava-lhe se ele se atrasasse e ele ficava fulo comigo, porque os amigos era como se nem mãe tivessem e ele temia que achassem que ele era menino da mamã. Mas eu ficava num cuidado tal, que não descansava enquanto não sabia dele ou enquanto ele não chegasse a casa.

    Mas,enfim, cada um tem a sua maneira de ser e toda a gente deve gostar tanto dos filhos como eu dos meus.

    Mas ambos tiraram o curso que quiseram e ambos conseguiram arranjar trabalho antes de acabarem os cursos e eu peço a todos os santinhos que continuem a ter trabalho, que nunca nada de mal lhes aconteça.

    E, apesar de tudo, nem tudo é mau. Há miúdos generosos, bem formados e eu tenho tido a trabalhar comigo jovens inteligentes, trabalhadores, impecáveis.

    Mas, uma coisa é certa: tudo isto derrapou. Excesso de permissividade, excesso de facilitismo (por exemplo, não consigo entender que se dê um carro aos miúdos mal acabam o liceu. É absurdo.)

    Um beijinho TBM, e bom fim de semana!

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  9. Caro Paulo,

    Eu à sexta feira à noite já estou sempre com um jeito muito mansinho, cheiinha de sono. Está com sorte, portanto...

    Por cá não prezamos muito a história, é um facto. E é uma pena. Desprezamos os nossos valores, as nossas raízes. Deveríamos festejá-los mais e com orgulho. Mas ainda que não se vá comemorar é bom que se saiba que é feriado e que, se o é, por algum motivo deve ser. É bom que se saiba, que se recorde ou que se aprenda (consoante o grau de conhecimento), quais as datas relevantes para a nossa matriz cultural. Acrescentar 4 dias de trabalho num ano é coisa nenhuma, especialmente se assim, avulso. Em contrapartida contribuir um pouco mais para que o esquecimento histórico se acentue é mau. Os portugueses não têm auto-estima, não se valorizam - e deviam fazê-lo. Seria importante do ponto de vista cultural e económico.

    Quanto ao emprego e às políticas económicas que favoreçam o crescimento, diz o Paulo e bem que isso tem custos. Tem. Mas não os considere custos mas investimentos.

    Gastar dinheiro para que as pessoas estejam em casa, desempregadas, a sofrer a indignidade da inutilidade, a receber subsídios ou pegar nesse dinheiro e injectá-lo em actividades que promovam o emprego, são duas formas opostas de aplicar os escassos recursos financeiros.

    Eu prefiro que se invista na colocação em funcionamento da economia, esperando que isso seja um rastilho, que atrás disso venha mais actividade, mais dinheiro, mais investimento (círculo virtuoso), mais receita, mais estado social (leia-se: melhor saúde, melhor educação, etc) do que levar à falência da economia, atirar as pessoas para casa, reduzir o consumo, diminuir a receita, diminuir o estado social, destruir a hipótese de gerar riqueza que dê para amortizar a dívida (círculo vicioso).

    São concepções opostas de encarar as coisas. Eu acredito que pobreza gera pobreza e temo isso, abomino isso, acho que a humanidade deve melhorar, andar para a frente. Tudo o que seja o contrário disto é contra natura, é prejudicar-se irreversivelmente a vida das pessoas (e as pessoas só t~em uma vida, Paulo... para quê destruir-lhes a esperança?)

    Quanto aos juros e à confiança e a tudo o que tenha a ver com a crise financeira é tema que me assusta por todos os motivos. Não vou aqui detalhar porque é matéria que dá pano para mangas. Mas quero apenas dizer-lhe que talvez mais preocupante do que o endividamento público é o privado. As empresas alavancaram-se até mais não poder, uma coisa absurda. E estão afogadas até aos olhos em dívida, e isso está a estrangulá-las. E endividaram-se para investir nas suas actividades mas também para adquirirem posições accionistas (que se desvalorizaram, causando com isso pancadas tremendas nas contas) e os bancos vêem-se a braços com incobráveis de dimensões absurdas. Grande parte dos grandes problemas vem de coisas deste género, investimentos 'parasitários', lucros especulativos, etc, etc. Some as imparidades todas deste país e veja a quantidade de valor que foi sugada (a troco de nada de útil para o país)

    Tudo isto é fruto de muita ganância individual, muita desregulação, muita incompetência, muita impreparação, e de uma integração monetária que não foi feita de forma sustentada (uma moeda pressupõe um banco central, uma política económica, etc - e não a ausência de tudo)

    Espero é que a evidência dos factos demonstre que é necessário uma inflexão no rumo que tem vindo a ser seguido - e o que lamento é o sofrimento de todos quantos têm que sofrer até que as coisas voltem a melhorar.

    ..

    E, Paulo, claro que a consideração mútua se mantém ou sai reforçada. Gosto de quem defende as suas ideias e o faz de forma aberta, honesta e inteligente.


    (Também estou a escrever à pressa, estou cansada e ainda quero aqui colocar uma coisita, pelo que nem vou rever. Se isto estiver cheio de gralhas, releve, está bem?)

    Um beijinho com estima.

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  10. é a demonstração da ignorancia, da insensibilidade cultural, da ignorancia histórica, o novo stakhanovismo, não descanses, trabalha, não tenhas ferias ou feriados, sofre, é o voltar dos campos de trabalho, de uma nova escravatura, é o retirar o resto do que há de humano nas vidas dos portugueses, produz mais, ganha menos, cansa-te, esgota-te, come pão e água, etc.

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  11. Caro Patrício Branco,

    Pois, é isso mesmo. Mas se ao menos fosse por uma boa cause... Mas não, é por estupidez, ignorância, desconhecimento total de tudo.

    Estamos a ser vítimas de experimentalismo às mãos de quem não sabe o que anda a fazer.

    Estamos a empobrecer, estamos a ser afastados da nossa história, e isso revolta-me. E custa-me muito pensar nos mais pobres e em todos quanto estão a travessar um mau bocado e cheios de medo pelo negrume que têm pela frente.

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